sexta-feira

Licença ambiental do distrito irrigado da Chpada do Apodi foi Liberada sem aceitação dos Agricultores.

A governadora Rosalba Ciarlini entregou ontem, em Mossoró, o licenciamento ambiental para o DNOCS construir o Distrito Irrigado na Chapada do Apodi, em benefício do agronegócio poluidor e contrariando aos interesses da agricultura respeitando a natureza.

Este Distrito Irrigado, que está orçado em quase R$ 300 milhões dos recursos do Governo Federal, contraria todos os interesses dos agricultores do município de Apodi, especialmente os que moram na região da Chapada.

“O temor e de perderem suas terras e serem explorados pelo agronegócio, pois é o que aconteceu em outras áreas Irrigadas do DNOCS”, escreve o geógrafo Agnaldo Fernandes. Além disto, ter a produção de mel prejudicada pelo agrotóxico. 

“Além da Cadeia do Mel, tem a Destruição da Caatinga, da Criação de Caprinos e a expulsão de vários moradores da Região em benefício do agronegócio”, acrescenta Fernandes. Apodi é o segundo maior produtor de mel de abelha no País.

“O problema é a presença das Empresas do Agronegócio que irão "envenenar" os assentamentos do lado, prejudicando a cadeia do mel, a Caprinocultura e as experiências que deram certo no assentamento Milagre”, destaca Agnaldo Fernandes.

“Na verdade nem o Básico Funciona onde há os perímetros Irrigados do DNOCS, o que há de fato é trabalho em más condições de vida”, assegura o professor. Até trabalho escravo já foi flagrado pelo Ministério do Trabalho no Distrito Irrigado do Baixo-Açu.

“A degradação da Vida Humana é mais cruel do que qualquer outro ato. Não há um só Projeto do DNOCS funcionando de fato”, finaliza Agnaldo Fernandes, que conhece bem Apodi e também as outras regiões onde existem este tipo de distrito irrigado.

E não são só os homens que são contra o Distrito Irrigado autorizado pelo IDEMA para chapada do Apodi. A estudante de direito Kelly Regina, que já trabalhou em apicultura, teme a contaminação do solo da chapada, que segundo ela, é o 2º mais fértil do mundo.

No Ceará, bem perto de Apodi, centenas de famílias que moram perto dos Distritos Irrigados, são explorados pelo agronegócio poluidor e, sem opção, consomem água envenada causando sérios danos a saúde, conforme ficou comprovado na pesquisa da doutora Raquel Rigotto, da Universidade Federal do Ceará.

De modo que o suposto desenvolvimento econômico propiciado pelo agronegócio no  Distrito Irrigado imposto na Chapada em hipótese alguma supera o prejuízo ao município de Apodi. Vale a luta dos dos agricultores e também agricultoras da região.

Contra a vontade dos agricultores, o DNOCS vai construir um canal para transportar água da Barragem de Santa Cruz até a região da chapada, onde vai desapropriar mais de 300 pequenas propriedades e transformar no Distrito Irrigado para produzir com agrotóxico. 

É estranha a imposição do DNOCS para instalar o Distrito Irrigado em Apodi igual aos que não funciona. Poderia fazer um distrito como o que existe em Alagoas, também do DNOCS, onde a produção respeita a natureza e é um exemplo de viabilidade econômica.

Chega a ser estranho o sorriso do presidente do DNOCS, Elias Fernandes, quando a governadora exibe o documento de licenciamento ambiental do Distrito Irrigado (foto).

quinta-feira

O que é trabalho escravo

Escravidão contemporânea é o trabalho degradante que envolve cerceamento da liberdade.
 
A assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, representou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sobre a outra, acabando com a possibilidade de possuir legalmente um escravo no Brasil. No entanto, persistiram situações que mantêm o trabalhador sem possibilidade de se desligar de seus patrões. Há fazendeiros que, para realizar derrubadas de matas nativas para formação de pastos, produzir carvão para a indústria siderúrgica, preparar o solo para plantio de sementes, entre outras atividades agropecuárias, contratam mão-de-obra utilizando os contratadores de empreitada, os chamados "gatos". Eles aliciam os trabalhadores, servindo de fachada para que os fazendeiros não sejam responsabilizados pelo crime.
Esses gatos recrutam pessoas em regiões distantes do local da prestação de serviços ou em pensões localizadas nas cidades próximas. Na primeira abordagem, mostram-se agradáveis, portadores de boas oportunidades de trabalho. Oferecem serviço em fazendas, com garantia de salário, de alojamento e comida. Para seduzir o trabalhador, oferecem "adiantamentos" para a família e garantia de transporte gratuito até o local do trabalho.
O transporte é realizado por ônibus em péssimas condições de conservação ou por caminhões improvisados sem qualquer segurança. Ao chegarem ao local do serviço, são surpreendidos com situações completamente diferentes das prometidas. Para começar, o gato lhes informa que já estão devendo. O adiantamento, o transporte e as despesas com alimentação na viagem já foram anotados em um "caderno" de dívidas que ficará de posse do gato. Além disso, o trabalhador percebe que o custo de todos os instrumentos que precisar para o trabalho - foices, facões, motosserras, entre outros - também será anotado no caderno de dívidas, bem como botas, luvas, chapéus e roupas. Finalmente, despesas com os improvisados alojamentos e com a precária alimentação serão anotados, tudo a preço muito acima dos praticados no comércio.
Convém lembrar que as fazendas estão distantes dos locais de comércio mais próximos (o trabalhador é levado para longe de seu local de origem e, portanto, da rede social na qual está incluído. Dessa forma, fica em um estado de permanente fragilidade, sendo dominado com maior facilidade), sendo impossível ao trabalhador não se submeter totalmente a esse sistema de "barracão", imposto pelo gato a mando do fazendeiro ou diretamente pelo fazendeiro.
Se o trabalhador pensar em ir embora, será impedido sob a alegação de que está endividado e de que não poderá sair enquanto não pagar o que deve. Muitas vezes, aqueles que reclamam das condições ou tentam fugir são vítimas de surras. No limite, podem perder a vida. 
Fonte: Site Repórter Brasil

Mentiras mais contadas sobre Trabalho Escravo.


A pedido da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), a ONG Repórter Brasil enumerou as mentiras mais contadas por aqueles que não querem ver o problema resolvido e contou a verdade por trás delas.
Mentiras:
15) A “lista suja” do trabalho escravo é ilegal, não dá direito de defesa aos proprietários de terra fiscalizados pelo grupo móvel e não tem utilidade nenhuma além de punir o agronegócio

Fonte: Site Repórter Brasil