sexta-feira

3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres aprova moção de repúdio ao Decreto de Desapropriação da Chapada do Apodi.


MOÇÃO DE REPÚDIO AO DECRETO Nº 0-001/2011
Nós mulheres de todo Brasil, reunidas na 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, de 12 a 15 de Dezembro de 2011, repudiamos o Decreto Nº 0-001 de 10 de Junho de 2011 que desapropria cerca de 13 mil hectares de terras da agricultura familiar para beneficiar o hidro e agronegócio na Chapada do Apodi do Rio Grande do Norte.
Apodi é um dos poucos municípios em que a população rural é maior que a urbana. Essa região é a mesma que Lula visitou em 2005 e encheu de esperança o povo norte-riograndense. Foi em Apodi que Lula assinou o Primeiro Pronaf Mulher do país. A região conta também com muitas experiências de convivência com o semiárido, onde as mulheres criam abelhas, galinhas, caprinos e plantam de forma agroecologica feijão, arroz, milho, batata, macaxeira, frutas e verduras.
A chegada desse decreto expulsa um povo com mais de 150 anos de história de suas terras e destrói o trabalho realizado pelas mulheres nos últimos 06 anos com apoio do próprio Governo Federal como, por exemplo, o Pronaf Mulher. Por isso, repudiamos o Decreto Nº 0-001 de 10 de Junho de 2011 e reivindicamos que o Governo Federal revogue este Decreto.

NOTA DO BLOG:
A Companheira Francisca de Antonia de Lima Carvalho (Kika como é mais conhecida) esteve representando as mulheres do município de Apodi/RN na conferência realizadaem Brasília entre os dias 12 e 15 de Dezembro, onde esteve defendendo esta bandeira, parabéns as agricultoras de Apodi. 
Por: Agnaldo Fernandes

Chapada do Apodi quer a transposição, mas não com o agronegócio junto.


Edílson Neto (Foto: Agnaldo Fernandes) 

Um grupo de pessoas representando o PMDB na esfera local, estadual e federal, está trabalhando duro para convencer de que o Distrito Irrigado da Chapada do Apodi deve ser idêntico ao que fizeram no Vale do Açu ou própria Chapada do Apodi, pelo lado do Ceará.

Por outro lado, um grupo de cientistas sociais (incluindo médicos e agrônomos) puxa um bloco numeroso de líderes sindicais e outras entidades defendendo que o Governo Federal não deve mais investir na instalação de distritos irrigados e nem fomentar o agronegócio no País.

Antes de continuar, é preciso esclarecer que os agricultores da Chapada do Apodi querem sim a transposição das águas da Barragem de Santa Cruz. É salvação deles, dos rebanhos. Isto é fato. O que eles não querem é que seja como no Ceará ou Vale do Açu.

Continuando. A cientista social Raquel Rigotto, do Departamento de Medicina da Universidade Federal do Ceará, pesquisou a Chapada do Apodi, lado do Ceará nos últimos dez anos. Ficou assustada com o estrago na saúde dos trabalhadores, das famílias que moram na região.

Outro pesquisador, na região sul do País, constatou que nas regiões onde o agronegócio age com seu veneno nas plantações, o leite materno está 100% contaminado com veneno. Estes doutores alertam o estrago na saúde humana causado pelo uso excessivo do agrotóxico.

Outro pesquisador, o professor/doutor João Abner, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, atestou outras questões tão sérias quanto as que Raquel Rigotto provou ao final de mais de 10 anos de pesquisa científica, com dezenas de teses comprovadas na chapada.

Abner destaca que o volume de água possível de ser liberada da Barragem de Santa Cruz é 4 metros cúbicos por segundo. Ele observa que um metro precisa ficar com a questão ecológica. Outro deve ser destinado para abastecer Mossoró e Alto Oeste. Restaram 2 metros.

Segundo Abner, 2 metros dá para irrigar no máximo, 3 mil hectares. O distrito da Chapada do Apodi projetado pelo DNOCS prevê uma área de quase 14 mil hectares, sendo que inicialmente seriam irrigadas 5,5 mil hectares. O fato real é que não tem água suficiente.

A turma do DNOCS, que é toda do PMDB, espalhada no município, no Estado e no Brasil, apresentam como argumento o ‘sucesso’ do Distrito Irrigado do Vale do Açu, o que certamente eles não conhecem. Se conhecessem, não faria uma aberração destas.

Usam a palavra distorcida de moradores da chapada, de que querem a transposição. É claro que os trabalhadores querem água. É óbvio. Mas eles não querem dá suas propriedades para o agronegócio espalhar veneno na região, prejudicando a saúde deles, como no Ceará.

O DNOCS, que presidido por Elias Fernandes, do PMDB, insiste em investir R$ 280 milhões na instalação do distrito no modelo antigo. Todos os outros filiados e aliados estão loucos por este “investimento”. Porque este pessoal não luta por R$ 280 milhões para ampliar a rede de serviços de saúde de emergência urgência na região Oeste?
 
Fonte: Apodiário

Projeto de Irrigação da Chapada do Apodi é destaque no Jornal de Fato.

Trabalhadoras têm resposta de presidente
O Gabinete-Adjunto de Gestão e Atendimento da Presidência da República enviou correspondência à Comissão de Mulheres do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras rurais do município de Apodi, acusando recebimento das cartas enviadas à presidente Dilma Rousseff, solicitando cancelamento do Decreto 0-001/11. O documento determina a desapropriação de 13 mil hectares de terras na Chapada do Apodi para fins de implantação do Perímetro Irrigado do município.
No dia 18 de novembro, as trabalhadoras rurais enviaram 500 cartas à presidente com essa intenção. Ao todo, as trabalhadoras apodienses endereçaram 2.000 correspondências com o mesmo propósito. Além disso, durante o 8º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres realizada nas Filipinas, entre os dias 20 e 25 do mês passado, mais de 50 representantes de países enviaram correspondência à Dilma Rousseff pedindo a revisão do projeto.

Conferência da Juventude
A 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude, encerrada na segunda-feira, 12, em Brasília, aprovou por unanimidade moção de repúdio contra o uso de agrotóxicos e em defesa da vida. Por iniciativa da delegação do Rio Grande do Norte, na Conferência foi aceita uma emenda que inclui o projeto do Perímetro Irrigado da Chapada do Apodi, encampado pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), como um dos pilares do agronegócio e do fortalecimento de injeção de veneno na mesa dos brasileiros.
A moção foi apresentada pelo movimento sindical, movimentos sociais e camponeses representados por suas juventudes. A proposta de emenda foi apresentada pela delegação Potiguar. O Território Sertão do Apodi foi representado pela mobilizadora social de Upanema, Wberlhane.

Arcebispo entra na luta
O arcebispo de Natal, dom Matias Patrício, disse na segunda-feira, 12, que está solidário às famílias atingidas pelo projeto do Perímetro Irrigado do Apodi e que permanecerá do lado dos pequenos agricultores da região. Na semana passada, os bispos do RN divulgaram uma carta se posicionando contra o projeto de agricultura apresentado pelo Dnocs.
Dom Matias representou os bispos durante encontro com trabalhadores rurais e integrantes do Fórum do Campo Potiguar (FOCAMPO) e da Federação dos Trabalhadores da Agricultura no RN (FETARN). Mais de 40 lideranças campesinas estiveram reunidas debatendo os próximos passos do movimento contra o modelo de projeto apresentando pelo Dnocs.
Ainda neste mês, a frente do FOCAMPO contra o projeto terá audiência com o Governo Federal para dialogar sobre o projeto e apresentar uma proposta alternativa, chamada de projeto Padre Pedro Neefs.

Fonte: Jornal de Fato, Quarta-Feira, 15/11/2011

quinta-feira

Nota da Visão Mundial Brasil sobre o Projeto de Irrigação do DNOCS para a Chapada do Apodi.

Nota da Visão Mundial Brasil sobre o Projeto de Irrigação do DNOCS para a Chapada
do Apodi

A Visão Mundial é uma organização não-governamental, cristã, brasileira, de desenvolvimento, promoção de justiça e assistência, que, trabalha com crianças, famílias e comunidades a fim de que alcancem seu potencial pleno. Ao longo dos mais de trinta e seis anos de atuação no Brasil, a Visão Mundial vem trabalhando sob a ótica da sustentabilidade econômica, social e ambiental das crianças e famílias das comunidades onde atua. E com esse objetivo temos trabalhado nos últimos 15 anos com comunidades da chapa do Apodi no intuito da construção do desenvolvimento transformador que pressupõe a satisfação das necessidades humanas em sua plenitude, através do desenvolvimento econômico acompanhado da conquista de direitos sociais, de dignidade, justiça, paz e esperança. Trabalhamos restaurando a solidariedade entre as pessoas e o respeito à natureza. Com base nos princípios acima citados e na defesa da produção familiar camponesa, a Visão Mundial vem tornar público seu compromisso de apoiar o posicionamento já adotado pelos movimentos sociais locais, no sentido de ampliar o debate sobre Projeto do Perímetro Irrigado com as Águas da Barragem de Santa Cruz a ser instalado na Chapada do Apodi a cargo do DNOCS.

Entendemos que:
1. A implantação deste projeto, da forma como está programada trará prejuízos irreparáveis para a emergente produção sustentável em curso na região, fruto do esforço e da luta de diversas organizações e do trabalho das famílias;
2. Que o cultivo de monoculturas associado ao uso de agrotóxicos em larga escala, como é o caso em projetos dessa natureza, poderá contaminar seriamente o lençol freático que está localizado sob a chapada, cujas águas são atualmente usadas para consumo humano em vários municípios da região, podendo causar colapso no abastecimento;
3. Que o processo de desapropriação de pequenas propriedades, iniciado para implantação do projeto, caminha na contramão das necessidades da região, das estáticas apresentadas pelo último censo agropecuário do IBGE e dos interesses da sociedade;

Sendo assim reforçamos a necessidade do dialogo bem como nos colocamos a disposição para contribuir com o que nos for solicitado, desde que esteja em consonância com defesa dos diretos e interesses das famílias e comunidades mais pobres.

VISÃO MUNDIAL BRASIL

Informações repassadas por: Adeilton Dias Alves 
 Gerente da UOPE Sertão II 

Agricultura Familiar faz Apodi ficar em 3º Lugar na produção Agrícola do RN

Plantadores de Arroz
O município de Apodi se destaca em pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Norte, no campo da produção agrícola e pecuária do território potiguar, figurando na lista das cinco cidades que mais se destacaram nessas atividades. De acordo com estudo, o Rio Grande do Norte apresentou aumento no campo da agropecuária de 18,6% no volume em 2009, com participação de 5,2% no valor adicionado estadual, contra 4,6% em 2008.
Na lista dos municípios pesquisados pelo IBGE, Apodi ficou na terceira colocação, perdendo apenas para Mossoró (melão); Touros (abacaxi) e vencendo Ceará-Mirim (cana-de-açúcar, mandioca e mamão) e São José de Mipibu (cana-de-açúcar e mamão). Apodi mostrou força na produção de arroz e criação de caprinos e ovinos.
No Vale e Chapada do Apodi, está concentrada uma das mais fortes e organizadas cadeia produtiva do território potiguar. Destacando-se a produção de arroz, frutas, hortaliças, mel de abelha, castanha de caju, criação de caprinos, ovinos e bovinos, projetos de piscicultura, criação de galinhas e várias outras atividades.
Fonte:Jornal de Fato

NOTA DO BLOG:
Apesar das dificuldades encontradas pelos agricultores (as) do município de Apodi, os dados do último censo do IBGE mostram a fortaleza e a capacidade de produção desse setor, onde é desenvolvida atividades agrícolas totalmente sustentáveis respeitando o meio ambiente e promovendo desenvolvimento tanto social, ambiental e econômico.
Aos que defendem cegamente o projeto de Irrigação da Chapada do Apodi (inclusive o Sec. Municipal de Agricultura de Apodi outro dia em uma reunião na Casa de Cultura afirmou ser deficiente a produção dos Agricultores familiares) fica a resposta através destes dados. O que falta na verdade é apoio/incentivo aos Agricultores Familiares de Apodi (Chapada/Vale) que luta e constroem uma vida melhor através de sua força e coragem.
FICA A REFLEXÃO: Se perímetro Irrigado trouxesse o tão sonhado "Desenvolvimento" Baraúnas e Assú estariam liderando esta pesquisa, ou não?
Por: Agnaldo Fernandes