sábado

Mulheres do campo e da floresta reivindicam mudanças no modelo agrícola brasileiro

Áudio: Mais de 14 milhões de brasileiras vivem fora dos centros urbanos, segundo dados do último Censo do IBGE. Esse número representa quase metade da população rural brasileira, ou seja, 47%
Juliana Maya
Fonte: EcoDebate

sexta-feira

Pequenos produtores estão cientes de riscos dos agrotóxicos

Apesar de terem consciência dos malefícios, eles continuam usando os produtos, como mostra pesquisa da EESC
Grande parte dos agricultores sabia que mexia com um produto perigoso, mas mesmo assim não tomava os devidos cuidados
A maior parte dos pequenos agricultores que utiliza agrotóxicos em suas plantações tem consciência dos riscos causados pelo uso dos produtos, mas ainda assim negligencia o perigo que eles representam, segundo pesquisa da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. O estudo trabalhou com a população rural do município de Bom Repouso, em Minas Gerais.
A pesquisa Análise da percepção de risco do uso de agrotóxicos em áreas rurais: um estudo junto aos agricultores no município de Bom Repouso (MG), que pretendia fazer um levantamento para saber se os produtores tinham noção dos riscos à saúde e ao meio ambiente trazidos pelo uso intensivo de agrotóxicos, constatou que cerca de 50% dos entrevistados classificava o manuseio de agrotóxicos como “muito perigoso”, e 40% deles diziam não receber nenhuma orientação técnica, mas somente a de amigos, vizinhos ou parentes, o que faz com que determinadas práticas de aplicação dos produtos químicos sejam perpetuadas. A autora da pesquisa, a assistente social Evellyn Espíndola, utilizou uma Planilha de Percepção de Riscos a Saúde e ao Meio Ambiente em uma mostra de 50 pessoas. Para responder à planilha, o próprio entrevistado ou alguém de sua família já deveria tinha sofrido intoxicações em decorrência do uso de agrotóxicos. Por este método, eles indicaram o grau de perigo para determinadas situações (como “nada perigoso”, “pouco perigoso” e “muito perigoso”).
Quando perguntados se conseguiam entender a indicação de toxicidade do produto e o que está escrito na bula, grande parte dos produtores disse que não consegue, o que se deve principalmente à sua baixa escolaridade. “A maioria deles cursou até o ensino fundamental, então mesmo que saibam ler, não conseguem entender a bula, que é cheia de termos técnicos”, diz Evellyn. Dos entrevistados por ela, 70% admitiram ser extremamente perigoso o fato de não conseguirem entender a bula. Para a pesquisadora, a dificuldade na interpretação da bula reafirma a necessidade de intervenção de um técnico ou agrônomo.
Segundo a assistente social, os agricultores sabem que manuseiam um produto perigoso, mas ignoram esse perigo por três fatores principais: a ausência de informações, a baixa escolaridade e a perpetuação de antigas práticas de cultivo. Fora isso, ainda há o sentimento de imunidade ao perigo e a questão financeira. A agricultura orgânica (que não usa agrotóxicos), por exemplo, foi uma das alternativas propostas por pesquisadores de um projeto anterior, mas os produtores a consideram mais cara, com menos retorno e com exigência de mais cuidados. Em seu-dia-a-dia, os agricultores costumam usar roupas comuns para a aplicação dos tóxicos (a pesquisa constatou que 86% deles não usam os Equipamentos de Proteção Individual [EPIs] no momento da aplicação), além de muitas vezes misturá-los com outros produtos de forma inadequada.

EMBRAPA A SERVIÇO DA MONSANTO E DAS TRANSNACIONAIS?

Por Gilvander Luís Moreira1
Do Portal [EcoDebate]
Em tempos de Campanha da Fraternidade sobre saúde pública – CF/2012 -, a EMBRAPA2 pediu liberação do herbicida Glifosato também para a cultura da mandioca. Essa é uma lamentável notícia que exige, no mínimo, sete breves comentários.
1 – A EMBRAPA é uma das empresas públicas que mais recebem dinheiro das transnacionais para investimento em pesquisas, melhor dizendo, aperfeiçoamento tecnológico na produção agropecuária. Um ditado popular diz: “quem paga a banda, escolhe a música”, ou seja, grande parte das pesquisas feitas pela EMBRAPA no último período tem sido para beneficiar as grandes empresas do ramo de agrotóxicos, como a própria MONSANTO que no ano de 2010 passou para a EMBRAPA nada menos que R$ 5,9 milhões para investir em pesquisas para os próximos 3 anos (2011, 2012 e 2013).
2- O Glifosato é um herbicida sistêmico não seletivo, ou seja, mata qualquer tipo de planta, exceto aquelas geneticamente modificadas para resistir ao glifosato, como é o caso das plantas (soja, por exemplo) com a marca RR (Roundup Ready), produzida pela MONSANTO. Um dos agrotóxicos mais vendidos pela Monsanto no país é o Roundup, que tem como principal ingrediente o glifosato.
3 – O uso massivo do glifosato tem provocado a aparição de resistência por parte de algumas plantas, levando a um aumento progressivo das doses usadas, e assim a uma desvitalização e perda de fertilidade da terra, afinal o herbicida elimina também, bactérias que são indispensáveis à regeneração do solo e manutenção de sua fertilidade. Este processo faz com que a cada dia aumente o uso de fertilizantes químicos, que alimentam as plantas e não fertilizam a terra, aumentando ainda mais o ciclo vicioso. Só no ano passado (2011), as importações brasileiras de fertilizantes (20,7 milhões de toneladas) somaram um gasto de 9,1 bilhões de dólares. Quem está mesmo ficando com os lucros e quem está ficando com os prejuízos?
4 – Rubens Onofre Nodariagrônomo, mestre em Fitotecnia e doutor pela University Of California At Davis, professor na UFSC, afirma que além dos problemas no meio ambiente, o  glifosato traz problemas à saúde pública, como o aumento da incidência de certos tipos de câncer e alterações do feto por via placentária. Reduz a produção de progesterona e afeta a mortalidade de células placentárias atuando como disruptor endócrino, ou seja, ele aciona genes errados, no momento errado, no órgão errado.  O glifosato também causa, por exemplo, diminuição da produção de espermas, conforme vimos em experimentos feitos em ratos, ou produz espermas anormais. No caso do sistema endócrino, ele pode, por exemplo, inibir algumas enzimas. Ele vai alterar os hormônios que entram na regulação da expressão gênica. 
5 – Desta forma vemos que a EMBRAPA, criada no início da década 70 do século XX, em plena ditadura, pelo então presidente Médici (que já fazia parte das estruturas criadas para dar suporte à imposição da chamada “Revolução verde”, agricultura altamente mecanizada, que por sua vez impôs sobre a agricultura o lixo da 2ª Grande Guerra, incluindo, além de máquinas pesadas, armas químicas que foram transformadas em agrotóxicos) segue ainda hoje cumprindo o papel de criar condições para o avanço do Capital na agricultura, na qual umas poucas empresas lucram, melhor dizendo, furtam, e o conjunto da sociedade fica com os problemas gerados, sejam eles sociais, ambientais e até mesmo econômicos. Injustamente é a estrutura do Estado, que se diz Democrático de Direito, atuando em favor do Agronegócio e consequentemente em favor do beneficio das empresas transnacionais que dominam a produção e comercialização de agrotóxicos.
6 – Vamos deixar o Brasil se tornar a maior lixeira tóxica do mundo?O Brasil já é o campeão mundial no uso e consumo de agrotóxico. Confira o Filme-documentário “O Veneno está na mesa”, do diretor Sílvio Tendler.Por esse motivo, o deputado federal Padre João (do PT) está travando uma batalha na Câmara Federal contra o uso de agrotóxicos.3
7 – É inadmissível que a EMPRAPA continue com projetos de melhoramento na produção agropecuária que fortalecem os projetos das empresas transnacionais, agridem o meio ambiente e adoecem o povo brasileiro. A coluna mestra da EMBRAPA deve ser pesquisar nas áreas de agricultura familiar, com adubação orgânica. A EMBRAPA precisa assimilar em todas suas pesquisas o paradigma da Agroecologia. Só assim estará contribuindo para que a saúde se difunda por todo Brasil.
Enfim, quase todos os venenos devem ser proibidos. O uso deles só é tolerável como exceção e não como regra geral, o que lamentavelmente vem acontecendo. Roundup e muitos outros agrotóxicos são desenvolvidos para matar, não fazem parte da ética da vida.  Há uma aliança macabra não confessada entre o agronegócio e a indústria farmacêutica. Produz-se alimentos envenenados para adoecer as pessoas e, assim, jogá-las nas garras da indústria farmacêutica que é a segunda que mais lucra, melhor dizendo, furta – após a indústria bélica. Em nome da Campanha da Fraternidade sobre Saúde Pública repudiamos a liberação do glifosato para a mandioca e todos os seus derivados.

1 Frei e padre carmelita; mestre em Exegese Bíblica; professor Teologia Bíblica; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina; e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br – www.gilvander.org.br –www.twitter.com/gilvanderluis – facebook: gilvander.moreira

2 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
3 Acompanhem mais informações no site do mandato: www.padrejoao.com.br

Uso de agrotóxicos em lavouras brasileiras segue lógica do lucro, diz Stedile.

Por Thais Leitão
Da Agência Brasil

O uso de agrotóxicos nas lavouras brasileiras, como forma de elevar a produtividade no campo, foi criticado pelo coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, que participou de aula inaugural da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O assunto foi debatido como parte da preparação da instituição para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que será realizada em junho, no Rio de Janeiro.
De acordo com o ativista, que lançou no ano passado a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, o Brasil deveria proibir totalmente o uso desse tipo de produto. Ele acredita que a utilização dessas substâncias está ligada apenas à lógica mercadológica de aumento de lucros.
“O crescimento do uso de agrotóxicos no Brasil não tem a ver com necessidade agronômica, com condições climáticas, mas com o modelo atual do agronegócio, para conseguir produtividade e lucro máximos. Por isso, é preciso conscientizar a população para que, num processo de transição, cheguemos à [condição de] não utilização de nenhum tipo de veneno agrícola”, avaliou.

Trabalhadores rurais dormiam com ratos e morcegos em fazendas de Goiás

 Do Blog do Sakamoto

Trabalhadores de lavouras de soja, café e milho que dormiam com ratos e morcegos foram resgatados do trabalho escravo, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, no interior de Goiás. Aliadas às condições degradantes, as jornadas de trabalho chegavam a 16 horas por dia.
O grupo de 24 trabalhadores estava nas fazendas Monte Alegre, Pindaíbas e Cachoeira de Montividiu, todas pertencentes ao grupo Ypagel, nos municípios de Rio Verde e Montividiu. O gerente responsável pela colheita de soja, Antônio Osvaldo Gonçalves, afirmou a Daniel Santini, da Repórter Brasil, que todos os sócios estavam viajando e que não poderiam se pronunciar.
Após o flagrante, foram pagos R$ 175 mil de verbas recisórias para os trabalhadores e os proprietários concordaram em regularizar as condições para que os resgatados pudesse seguir no trabalho, caso desejassem. A agilidade para deixar tudo de acordo com a lei tem relação com os prejuízos decorrentes de um possível atraso no breve período da colheita da soja, que vai de fevereiro a março no Estado. O Ministério Público do Trabalho, que participou da operação junto com o Ministério do Trabalho e a Polícia Federal, negocia um Termo de Ajustamento de Conduta que prevê o pagamento de R$ 300 mil em danos morais coletivos e fiscalizações regulares para verificar se as condições determinadas serão cumpridas.
De acordo com matéria da Repórter Brasil, o estado dos alojamentos era precário, com condições inadequadas de habitação. “Esses locais estavam em péssimas condições. Eram sujos e sem higiene, não tendo nenhuma estrutura para servir como moradias. Os únicos móveis existentes no local eram as camas velhas. Tinha trabalhador que nem colchão tinha, estavam dormindo ‘na tábua’. Era uma situação de total degradância. Os alojamentos estavam infestados de ratos e morcegos, que, durante o dia, dormiam sossegadamente na cozinha”, disse o auditor fiscal do trabalho Roberto Mendes, coordenador da ação.
Ele ressalta que, apesar da situação encontrada nos alojamentos, o maquinário usado na colheita e transporte da soja, bem como no plantio do milho safrinha era de última geração. A fiscalização ocorreu no final de fevereiro, mas agora o relatório da operação foi finalizado e informações completas vieram a público.
A equipe de fiscalização encontrou uma barraca de acampamento na varanda da casa, armada por um dos resgatados que quis evitar o contato com os animais enquanto dormia. Segundo o relatório de inspeção, os trabalhadores que operavam as máquinas para borrifar veneno nas plantações estavam sujeitos a se contaminarem: “a depender do vento, o trabalhador acabaria molhado por veneno (especialmente no rosto, que não tem proteção)”, diz o texto. Além disso, nas frentes de trabalho não havia nenhuma estrutura, nem equipamentos de primeiros-socorros, nem banheiros, e nem água.

quinta-feira

Mulheres na Luta pela preservação do Semi-árido

A região da Chapada do Apodi/RN é uma das áreas mais ricas em experiências agroecológicas no país. Ali, as comunidades camponesas, entre 150 famílias de pequenos agricultores e agriculturas que vivem no local há mais de 60 anos e oito assentamentos da Reforma Agrária, constroem todos os dias o modelo de agricultura camponesa, de convivência com o Semi-árido. É nesta região, por exemplo, onde há uma das maiores produções agroecológicas de mel do país. Tem também a caprinocultura, manejo da caatinga e diversas formas de experiências desenvolvidas que já são reconhecidas e referências no Brasil e no mundo. Neste processo, as mulheres assumem papel de guardiãs do modelo de agricultura camponesa: em defesa da biodiversidade, da preservação do meio ambiente, da produção de alimentos saudáveis e da perpetuação da Vida.
Desde 2010, esta mesma região tem sido notícia em todo o país, mas não pelas experiências de convivência com o Semi-árido e de agricultura camponesa, e sim pela tentativa de implementação de um projeto que ficou conhecido pelas camponesas e camponeses como o “projeto da morte”. Desde então, as famílias, movimentos sociais e organizações do campo vêm denunciando e cobrando do Governo Federal medidas que revertam o chamado Projeto de Irrigação da Chapada do Apodi. Dentre outras coisas, o Projeto prevê a desapropriação de mais de 13 mil hectares para implementação de 5 ou 6 grandes empresas de fruticultura irrigada para a exportação. Se implementado, o projeto irá expulsar as famílias camponesas que vivem no local há dezenas de anos e destruirá todas as experiências de produção agroecológica e de convivência com o Semi-árido cultivadas na região.
E diante deste cenário, as mulheres resistem às investidas do Estado e do Grande projeto de irrigação contra a agricultura camponesa. A trabalhadora rural, Ivone Brilhante, mora no assentamento Sítio do Góis, em Apodi. O assentamento está localizado em uma região que não será atingida diretamente pelo projeto. No entanto, a trabalhadora ressalta que os impactos já são sentidos pelas famílias. Dona Ivone é presidenta da associação comunitária, tem participado de mobilizações, audiências, caminhadas, marchas e atos públicos contra o Projeto de Irrigação. “Na associação em que faço parte, todas são mulheres, só tem um homem”, ressalta.
Segundo ela, as mulheres estão presentes em todos os espaços de luta em defesa da agricultura camponesa. Mas é no cotidiano que Ivone, junto com tantas mais mulheres, constrói novas práticas e relações entre homem, mulher e meio ambiente: pela convivência com o semi-árido e pela preservação ambiental na região de Apodi/RN. “Aqui, as mulheres estão em todos os cantos. Tem mulheres na apicultura, no plantio de algodão, no manejo da caatinga. A gente desenvolve um trabalho de agroecologia junto com as famílias para que a gente possa deixar um bom futuro para os nossos filhos”.
A trabalhadora ensina que a agricultura camponesa, o manejo da caatinga, a apicultura, tudo, depende e deve vir junto com a preservação ambiental: “A gente depende do meio ambiente para sobreviver. Se a gente não faz um trabalho de manejo da caatinga, de agrofloresta, preservando o meio ambiente, amanhã ou depois não vai existir nada disso pra gente. Se a gente só destrói, amanhã ou depois a natureza vai negar o nosso pão.”
Dona Ivone reforça ainda que, ao contrário dos monocultivos como defende o Estado (através do Grande Projeto de Irrigação da Chapada), na agricultura camponesa é muito importante a preservação e valorização da diversidade. “Por isso que aqui tem grupo de caprino, cabra leiteira, algodão agroecológico. Assim você vai ter o período da apicultura, tem o período que está colhendo o algodão agroecológico, além da caprinocultura e o leite, que a gente tira todo dia. Assim, em cada período do ano nós temos fartura”
É assim que, todos os dias, Dona Ivone e as mulheres camponesas da região da Chapada do Apodi resistem ao agronegócio e aos Grandes Projetos, que avançam com o apoio do Governo Federal: cultivando experiências camponesas que são exemplos de preservação ambiental, de respeito e valorização da cultura camponesa e da convivência com o Semi-árido. “Todos os dias a gente enfrenta este projeto do agronegócio, como o Projeto de Irrigação da Chapada do Apodi, que mata a natureza e quer acabar com as famílias camponesas”.
 Setor de comunicação da CPT NE II

Alerta sobre retrocessos socioambientais do governo Dilma

Carta de entidades ambientalistas
Ao contrário do anúncio de que a presidenta Dilma Rousseff aprofundará as boas políticas sociais do governo anterior, na área socioambiental, contrariando o processo histórico, há uma completa descontinuidade.
Um grupo de entidades socioambientais divulgou, nesta terça-feira (6), uma carta aberta à sociedade denunciando os retrocessos do atual governo em relação às demandas socioambientais. Trata-se, segundo estudos, do pior resultado ambiental da história do país desde o fim da ditadura militar.

Elizabeth Teixeira: Mulher marcada para viver

Elizabeth Teixeira, viúva de João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas na Paraíba, mulher lutadora foi perseguida e mudou de nome durante a ditadura militar no Brasil. Confira um pouco da história dessa mulher que representa a luta de milhares de mulheres camponesas no Brasil.
Elizabeth Teixeira nasceu em Sapé/PB, em 13 de fevereiro de 1925. Seu pai era fazendeiro, proprietário e comerciante na região. Frequentou a escola, mas não terminou o primário. Aprendeu bem a ler, escrever e dominar as quatro operações de matemática. Não continuou os estudos porque o pai a proibiu, dizendo que já sabia o suficiente. Saiu da escola para trabalhar na mercearia do pai. Como era muito boa em matemática, o pai lhe confiou a função de fazer as contas das mercadorias vendidas. Foi neste estabelecimento comercial que ela conheceu João Pedro Teixeira. Em entrevista à CPT Nordeste, Elizabeth contou que o pai era exigente, mas viviam bem até o momento em que João Pedro a pediu em casamento. “Meu pai não aceitou porque João Pedro era negro e operário pobre”, relembra.
Nesta época, João Pedro trabalhava em uma pedreira, perto da fazenda do sogro. “Tive que fugir e casar com 16 anos”, conta. O pai insistiu por diversas vezes para que ela se separasse de João Pedro, mas Elizabeth nunca aceitou as propostas e ofertas da família. Teve 11 filhos e um convívio feliz com João Pedro.
Quando estava grávida de seu segundo filho, Abrahão Teixeira, Elizabeth foi morar em Recife/PE. Na ocasião, João Pedro participava da luta da classe trabalhadora e ajudou na fundação do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, em Recife. Por conta da luta, os empresários não davam emprego a João Pedro. Com a família passando fome, tiveram que voltar para a Paraíba. Entretanto, no estado onde nasceu Elizabeth, a situação era a mesma: fome e miséria. João Pedro começava a questionar aquela situação e a entrar na luta dos camponeses. Foi de Engenho em Engenho para saber como faziam para sobreviver as famílias camponesas diante de tanta miséria e concentração de renda e terra. E a partir daí, começa a luta das Ligas Camponesas.
João Pedro: odiado, perseguido, ameaçado e preso várias vezes por ordem dos latifundiários. Ele chegou a fugir várias vezes para Recife e até para o Rio de Janeiro, onde ficou escondido durante oito meses. Vivendo sozinha neste período, Elizabeth Teixeira conta que recebeu solidariedade dos companheiros da luta, que a ajudavam, não deixando faltar nada à família durante a ausência de João Pedro. Com o crescimento das Ligas, aumentaram as ameaças contra o líder camponês, que em 1962 foi brutalmente assassinado em uma emboscada preparada por pistoleiros. Foram três tiros, pelas costas.
Elizabeth declarou, em entrevista à CPT, que em vida, João Pedro sempre falava para ela dar continuidade a luta pela Reforma Agrária. Depois da morte do marido, Elizabeth reuniu os militantes da Liga em uma grande Assembleia, com mais de dois mil camponeses e camponesas. Elizabeth relembra que na ocasião todas as mulheres dos companheiros das Ligas compareceram à Assembleia e falaram em uma só voz: “Elizabeth, estamos com você no seguimento da luta de João Pedro!”. Assim, ela assumiu a liderança das Ligas e a partir daí sofreu diversos atentados de morte. Havia até quem lhe oferecesse dinheiro para abandonar a luta, mas ela continuou firme, junto às famílias camponesas na luta pela partilha da terra.
"Um dia após o golpe tentaram incendiar minha casa, mas não me encontraram, porque estava em Galiléia, cidade de Vitória, a 58 km de Recife. Quando soube do fato, fugi para dentro das matas e no dia seguinte, conseguimos chegar até Recife. Depois, cheguei a João Pessoa, procurei notícias dos meus filhos e acabei sendo presa. Passei três meses e 24 dias na prisão, no Agrupamento de Engenharia”, relembra. Quando foi solta, fugiu com o filho mais novo, Carlos, para a cidade de São Rafael, interior do Rio Grande do Norte, onde viveu por 16 anos com o nome de Marta Maria da Costa. Os outros filhos, espalharam-se.
Na vida clandestina, Elizabeth lavou roupa de ganho, ficou doente por conta da água poluída do rio, passou fome. Sem poder trabalhar, viveu de pequenas ajudas, comida doada pelos pobres do local. Um dia, ao ver que as crianças da cidade de São Rafael viviam pelas ruas, sem escola, sem ensino nenhum, ela resolveu falar com as mães: disse-lhes que podia ensinar as crianças em troca de comida para ela e o filho Carlos.
As mães aceitaram, uma cedeu as cadeiras, outra emprestou a sala da sua casa, que logo se transformou em sala de aula. Assim, Elizabeth começou a ensinar às crianças a ler, escrever e contar. Na temporada que passou em São Rafael, a líder camponesa sempre falava com as pessoas sobre a situação de pobreza e a falta da Reforma Agrária. Chegava até a conversar com o Presidente do Sindicato Rural de São Rafael sobre a situação do povo do campo, mas ninguém sabia que ela era a viúva de João Pedro. Em 1981 aconteceu o encontro entre ela e o cineasta Eduardo Coutinho, que a encontrou com a ajuda de seu filho, Abrahão (que na ocasião já trabalhava como jornalista em Patos/PB), após uma longa peregrinação. Ela abandonou a vida clandestina, assumiu seu verdadeiro nome e voltou para João Pessoa onde vive até os dias atuais. Retornar à João Pessoa após a clandestinidade lhe dava uma primeira tarefa: reencontrar seus outros filhos que estavam espalhados entre Paraíba, Recife, Rio de Janeiro e Cuba. Além desses, uma de suas filhas suicidou-se, na ocasião de sua prisão, outros dois filhos foram assassinados.
Na cena final do filme sobre a vida de João Pedro, “Cabra marcado para morrer”, de Eduardo Coutinho, Elizabeth dizia: "(...) A luta não para. Enquanto houver a fome e a miséria atingindo a classe trabalhadora, tem que haver luta dos camponeses, dos operários, das mulheres, dos estudantes e de todos aqueles que são oprimidos e explorados." Em Sapé, cidade natal de Elizabeth, o povo do campo costuma dizer que ela é a Mulher marcada pra viver. Em novembro de 2011, quando conversou com a CPT, Elizabeth declarou: “Tanto sofrimento, tantas desgraças na minha família... e o sonho de João Pedro? A Reforma Agrária ainda não implantada em nosso País? Eu prometi para João Pedro: marcharei em tua luta! Em 02 de abril serão os 50 anos do assassinato de João Pedro. Tem vezes que fico meditando: meu Deus, o que fiz de errado? Cadê a Reforma Agrária? Não vou ver o sonho da terra partilhada? A luta não pode parar enquanto a Reforma Agrária não for implantada. Esta missão fica para os jovens, outras gerações que terão de lutar pela Reforma Agrária”.

Os Ruralistas e o Hidronegócio

"Há tempos denunciamos... os caminhos do agronegócio brasileiro. Por ali já podíamos delinear que o capital no campo avançaria não somente em busca de solos, mas pelos caminhos das águas. A super exploração de mananciais de superfície e subterrâneos pelos irrigantes segue sem nenhum controle real, como se passa em todo Oeste Baiano". Confira artigo de Roberto Malvezzi:

Roberto Malvezzi (Gogó)*
“Hidronegócio, literalmente o negócio da água”. É assim que o verbete do Dicionário da Educação do Campo (Fiocruz e Movimentos Sociais) define toda atividade econômica que tem a água como sua principal mercadoria. A agricultura industrial consome 70% da água doce utilizada no mundo, portanto, é a principal atividade econômica interessada na água.
Estamos  próximos da Semana Mundial da Água e, em Marselha, acontece o 6º Fórum Mundial da Água. É o encontro do capital da água,  junto com representações governamentais e organismos multilaterais como FMI e Banco Mundial. Como já denunciava Ricardo Petrella em 2002, no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, é a reunião da “Oligarquia Internacional da Água, que gera um novo discurso da privatização, mercantilização, como remédio para o que chamam de escassez da água”. A sociedade civil, como sempre, costuma fazer um contraponto paralelo ao evento.
Curioso que uma das representações brasileiras no evento é a Senadora Kátia Abreu. Agora a CNA é membro do Fórum Mundial da Água. Por aí já se pode ver quem são seus componentes. E ela disse textualmente que estará lá para “propor um debate em nível mundial sobre a proteção das nascentes, de margens de rios e das áreas de recarga dos aqüíferos que, no Brasil, se chamam Áreas de Preservação Permanente (APPs). São áreas frágeis, de preservação obrigatória, das quais depende o bom funcionamento do ciclo hidrológico. O lançamento ocorrerá durante palestra da presidente da CNA sobre o tema “Agronegócio Brasileiro: Construindo Soluções para Proteção e Uso Sustentável da Água no Campo”, das 12h às 13h45, no Pavilhão Brasil, onde mais de 40 instituições públicas e privadas brasileiras apresentarão seus projetos de responsabilidade ambiental” (Assessoria Comunicação CNA).
Oras, quem é que está propondo a consolidação agrícola das áreas de preservação permanente nas mudanças do Código Florestal? Quem quer mudar a lei para não pagar a multa de mais de oito bilhões em crimes contra as áreas de preservação permanente? Quem quer consolidar a ocupação dos morros? Quem está devastando o Cerrado no Oeste Baiano e eliminando rios e nascentes? Quem está acabando com o Taquari no Pantanal e assim inundando áreas que antes eram apenas sazonalmente inundadas? Enfim, quem é essa senadora que vai a Marselha defender a preservação de nascentes, beiras de rios e demais áreas que tanto lutamos para que efetivamente sejam preservadas.
Há tempos denunciamos no paper  “As Perspectivas do Agro e Hidronegócios no Brasil e no Mundo” os caminhos do agronegócio brasileiro. Por ali já podíamos delinear que o capital no campo avançaria não somente em busca de solos, mas pelos caminhos das águas. A super exploração de mananciais de superfície e subterrâneos pelos irrigantes segue sem nenhum controle real, como se passa em todo Oeste Baiano. Aqui em Juazeiro, a quantidade água utilizada pela AGROVALE para irrigar cana é uma caixa preta a sete chaves.
Portanto, o lugar da senadora é mesmo em Marselha. Estará em casa. Só que a prática de quem ela representa é o avesso de seu discurso.
A cara de pau da senadora é mais dura que estaca de aroeira.
* Equipe CPP/CPT do São Francisco.

2011: o pior resultado da reforma agrária dos últimos 16 anos

Por Roldão Arruda
Do O Estado de S. Paulo
O programa de reforma agrária do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) assentou no ano passado 22.021 famílias, de acordo com números que acabam de ser divulgados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Trata-se do mais baixo índice registrado nos últimos 16 anos, que englobam também os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O melhor índice foi registrado em 2006, quando 136.358 famílias tiveram acesso à terra.
Em Pernambuco, onde o Movimento dos Sem Terra (MST) contabiliza quase 15 mil famílias acampadas à espera de um lote de terra, o governo assentou apenas 102 famílias no ano passado. Foi o número mais baixo entre todas as unidades da federação.
"Os números comprovam que a reforma agrária não é considerada prioritária pelo atual governo. Eles são vergonhosos", disse nesta segunda-feira, 5, José Batista de Oliveira, integrante da coordenação nacional do MST. De acordo com suas informações, do total de 22.021 assentamentos anunciados pelo governo, apenas 7 mil ocorreram em áreas que foram desapropriadas especialmente para a reforma agrária.

Novo ministro da reforma agrária toma posse hoje

O deputado federal Pepe Vargas (PT-RS) toma posse hoje (14/03) como novo ministro do Desenvolvimento Agrário. Ele assume o lugar de Afonso Florence, também do PT, que volta para a Câmara dos Deputados. A cerimônia está marcada para as 11h, no Palácio do Planalto. A Presidenta Dilma nega, que a troca tenha ocorrido por problemas de gestão na pasta, na ocasião do anúncio da saida do Ministro Afonso Florence,  disse que ele deixaria o cargo para se dedicar a projetos importantes para seu Estado, a Bahia. Segue entrevista com o novo ministro publicada pelo Zero Hora ontem (13/03).
“Minha missão é incluir na classe média o agricultor familiar” 

Pepe Vargas ainda não assumiu o Ministério do Desenvolvimento Agrário, mas já conhece os principais gargalos da pasta. Convidado para o cargo pela presidente Dilma Rousseff na quarta-feira à noite, tem passado os últimos dias dividido entre a política e os meandros da agricultura familiar. Ao mesmo tempo, já vem recebendo telefonemas de ministros marcando reuniões sobre temas pendentes, ligados à pasta.

Natural de Nova Petrópolis, uma região de pequenas propriedades, Pepe conhece a dinâmica da atividade econômica. Nesta entrevista, discorre tranquilamente sobre temas polêmicos, como a revisão dos índices de produtividade, a proibição de adição de sabores ao tabaco e as relações com o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). Na ânsia de afastar os impasses ideológicos da pasta, faz questão de avisar: esse é um ministério da área econômica. 

"Acordo para assistência técnica para camponesas é conquista dos movimentos"

 Da Página do MST
A pressão das lutas das mulheres dos movimentos sociais do campo obteve uma conquista com a assinatura de acordo da ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, com o Ministro do Desenvolvimento Agrário para promover o fortalecimento de organizações produtivas das camponesas.
O acordo, que foi assinado no dia 7 de março, prevê que os ministérios promoverão projetos que contribuam para o desenvolvimento rural e da agricultura familiar, com a meta de beneficiar 50 mil mulheres do campo e da floresta e suas organizações coletivas (grupos informais, associações e/ou cooperativas).
Rosângela Piovizani, integrante da Via Campesina, avalia que políticas para a organização produtiva das mulheres camponesas é uma demanda histórica dos movimentos sociais.
“Esse acordo é uma conquista das organizações camponesas, das mulheres. O desafio é que este tipo de política chegue na ponta, nos estados, nos municípios de forma que as mulheres e sua produção tenham visibilidade”, disse.
O projeto é voltado para agricultoras familiares, assentadas da reforma agrária, mulheres quilombolas, indígenas, extrativistas, pescadoras artesanais, aquicultoras familiares e ribeirinhas.
A parceria se dará por meio dos organismos estaduais de políticas para mulheres dos Estados de Alagoas, Acre, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Sul através do apoio do Programa Organização Produtiva de Mulheres Rurais e do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural que terão suas ações integradas para garantir às mulheres o acesso à cidadania e aos direitos econômicos.

STR de Apodi lança edital de convocação das Eleições Sindicais.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ELEIÇÕES SINDICAIS
A Comissão Eleitoral do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi/RN no uso de suas atribuições legais, pelo presente Edital, convoca a eleição para renovação da Diretoria Executiva, Conselho Fiscal Efetivo e Suplente, Comissão de Mulheres, Comissão de Jovens e Comissão da 3ª Idade. O pleito será realizado no dia 14 de abril de 2012, horário de 08h00min. às 15h00min. A votação se dará através de 15 (quinze) urnas coletoras de votos nos seguintes locais: Sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi, com endereço na Rua Nonato Mota, 106, centro, Apodi/RN; Colégio Valdomiro Pedro Viana, Sítio Santa Rosa; Sede do Projeto de Assentamento Aurora da Serra; Sede da Associação do Projeto de Assentamento Portal da Chapada; Centro Comunitário do Sítio Córrego; Sede da Associação do Projeto de Assentamento Sítio do Gois; Sede da Associação do Sítio Santa Cruz; Centro Social do Sítio Melancias; Sede da Associação do Projeto de Assentamento Milagres; Sede da Associação do Sítio Baixa Fechada I. A Comissão Eleitoral faz saber aos interessados (as) que fica aberto o prazo de quinze dias a contar da data de publicação e fixação deste Edital no mural deste sindicato, para apresentação dos pedidos de registros de chapas, dirigidas a Comissão Eleitoral, assinada por qualquer candidato (a) integrante da chapa, instituído das seguintes documentações: 1º) Ficha de Qualificação dos candidatos (as) devidamente preenchida e assinada; 2º) Fotocópia da Carteira de Sócio(a); 3º) Fotocópia do recibo de pagamento da contribuição do sócio do mês de março de 2012. Os requerimentos de registros de chapas deverão ser entregues na Secretaria do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, até as 13:00h do dia 28 de março de 2012.  Após o encerramento do prazo de 15 (quinze) dias acima mencionado, a Comissão Eleitoral publicará o Edital dando conhecimento dos requerimentos de registros de chapas. Após a publicação do referido Edital iniciará o prazo de 48(quarenta e oito) horas para eventual apresentação de pedidos de impugnações de registro das chapas e a seguir de igual prazo para apresentação de defesa. Caso não seja obtido o quorum em primeira convocação a eleição se realizará em segunda convocação no dia 28 de abril de 2012 nos mesmos locais e horários acima citados.
Apodi/RN, 14 de Março de 2012.

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Francisco José de Morais Junior
Membro da Comissão Eleitoral
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Francisca Lizete de Morais Oliveira
Membro da Comissão Eleitoral

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Francisco Antonio Gama
Membro da Comissão Eleitoral

segunda-feira

Envie carta para Dilma contra mudanças no Código Florestal.


Da Página do MST

As mulheres da Via Campesina, mobilizadas em todo o Brasil na jornada de lutas em torno do 8 de março, o Dia Internacional de Lutas das Mulheres, estão enviando cartas à presidenta Dilma Rousseff para pedir o veto das mudanças no Código Florestal.
A votação do Código Florestal, que estava prevista para esta quarta-feira (7/3), na Câmara dos Deputados, foi adiada para a próxima terça-feira (13), mas as organizações ambientalistas e movimentos camponeses não acreditam que os problemas no texto poderão ser superados pelos deputados.
As cartas são enviadas tanto para o endereço postal do Palácio do Planalto como por fax e correio eletrônico.
“Acreditamos que a senhora não quer ser lembrada na história como a Presidenta que liberou o fim de nossas reservas de floresta e entregou nossas riquezas, mas como aquela que teve coragem e soube usar sua legitimidade como representante do povo para que o futuro de nossos filhos e filhas estivesse assegurado”, diz a carta.

Na carta, as mulheres resgatam o compromisso assumido pela candidata Dilma, durante as eleições, de impedir a aprovação de leis que criem condições para a ampliação do desmatamento. “Expresso meu acordo com o veto a propostas que reduzam áreas de reserva legal e preservação permanente, embora seja necessário inovar em relação à legislação em vigor. Somos totalmente favoráveis ao veto à anistia para desmatadores”, escreveu Dilma, em carta endereçada a Marina Silva.

“Presidenta, a única forma de impedir esse gigantesco retrocesso, esse incentivo ao desmatamento e a vitória da impunidade, pedimos que vossa excelência VETE integralmente a proposta que virá do Congresso Nacional. Vossa excelência assumiu, em sua campanha presidencial, o compromisso de vetar qualquer projeto que promova anistias ou incentive mais desmatamento. Neste momento, é fundamental que esse compromisso seja cumprido.”, diz a carta.

Abaixo, leia a carta e envie para o e-mail da Presidência da República (gabinete@planalto.gov.br), da Secretaria Geral da Presidência da República (sg@planalto.gov.br), da Casa Civil (gabinetecasacivil@planalto.gov.br) e do Ministério do Meio Ambiente (izabella.teixeira@mma.gov.br)