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O barreiro a que Denise se refere é uma tecnologia social exitosa que permite às famílias do Semiárido conviver com a estiagem. Além do barreiro-trincheira, existem outras tecnologias como a cisterna-calçadão, a cisterna-enxurrada e a barragem subterrânea. Em maio do ano passado, a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) firmou um contrato de patrocínio com a Petrobras, para construir 20 mil dessas tecnologias sociais em 210 munícipios do Semiárido. A parceria está sendo concluída neste mês e teve um investimento de 200 milhões.
Com a conclusão desse projeto, a ASA chega a quase 48 mil tecnologias para produção de alimentos, construídas através das organizações da sociedade civil que compõem a rede, e financiadas através de diversas parcerias. Outras 20 mil implementações já estão em curso este ano, e contam com apoio do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), do BNDES e da Fundação Banco do Brasil. O município de Serrinha, onde Denise mora, foi o escolhido para realizar a cerimônia de conclusão do projeto, que ocorreu na manhã desta quarta-feira, 28, na comunidade Saco do Correio. O evento reuniu cerca de mil e duzentos agricultores e agricultoras de todo o semiárido no município de Serrinha, na Bahia. Durante a celebração foi realizada a Feira “Expressões da Agroecologia no Brasil”, com produtos da agricultura familiar, como hortaliças, ovos de galinha, feijão e licuri, e produtos processados, como beiju, bolos, mel, sequilhos, polpa de frutas, flocos de milho, entre outros. O coordenador da ASA pelo estado da Bahia, Naidson Baptista, destaca o significado do projeto para as famílias. “Avaliamos essa parceria como da mais alta importância. Sabemos o que significa uma empresa como a Petrobras se voltando para questões específicas da população do Semiárido e apoiando ações de armazenamento de água para produção, que é um processo de fundamental importância para a convivência com o Semiárido. Isso projeta uma imagem muito positiva da ASA e da Petrobras por terem conseguido executar esse contrato de patrocínio tendo as famílias como sujeitas do processo”, avalia Naidison Baptista.
As 20 mil tecnologias atendem cerca de 100 mil pessoas que, agora, terão disponibilidade de guardar a água da chuva para plantar e criar animais em épocas de estiagem. Essas infraestruturas também promovem o fortalecimento do estoque de sementes e de mudas de plantas nativas da região. O projeto apoiou a constituição de 130 bancos de sementes, para garantir a diversidade das variedades tradicionais camponesas, e 65 viveiros de mudas, dedicados à recorbertura e ao recatingamento da região semiárida. Também foram realizadas capacitações de famílias agricultoras em gestão de água para produção e de pedreiros e pedreiras para a construção das tecnologias. “A estratégia de estoque é essencial e fundamental quando a gente trata da convivência e da viabilização do Semiárido. A ASA contribui criando condições para que as famílias vivam, e vivam bem. A questão do Semiárido é que a água está concentrada nas mãos de poucos ou mal armazenada. Esses processos abrem espaços e práticas de um bom armazenamento”, destaca Baptista. A agricultora Maria de Lourdes Freitas, da comunidade Barra Grande, também no município de Serrinha, está vivendo suas primeiras experiências com a cisterna-calçadão, cuja água está usando para aguar as plantas. Sua família já planta verduras, alface, cebolinha e coentro e de agora em diante poderá plantar em maior quantidade, contando com a água armazenada na cisterna. |
sexta-feira
Famílias celebram conquista de mais água para produção no Semiárido.
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