quinta-feira

Nota sobre os atentados e mortes dos últimos dias de lutadores do povo

logo-renapA Articulação da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares- RENAP, reunida no dia 07 de maio de 2014, em Brasília-DF, vem repudiar os assassinatos e tentativas ocorridas nos últimos dias. A violência promovida pelo agronegócio precisa de um basta.
No dia 02 de maio, dois pistoleiros de moto foram até um acampamento em Ibaretama-CE, que fica nas margens de uma BR, e atiraram em dois acampados. Os tiros atingiram duas pessoas e um dos pistoleiros está preso em Quixadá-CE e o outro encontra-se foragido. O líder do assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Sétimo Garibaldi de Terra Rica, no noroeste do Paraná, Valdair Roque, foi assassinado em frente a sua casa, no último 4 de mais. Mais uma vítima do latifúndio.
Ontem, 06 de maio, dois trabalhadores rurais foram assassinados em Apodi-RN. Dois homens em uma moto preta sem placa abordaram os dois militantes atiraram em Francisco Laci Gurgel Fernandes, de 34 anos, mais conhecido por Chacal, e Francisco Alcivan Nunes de Paiva, de 46 anos, o Civan. As mortes foram em decorrência do acampamento em área que estava sendo construído o perímetro irrigado do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Os Sem Terra sofrem ameaças constantes de jagunços armados e seguranças da empresa que faz a obra. Esta violência do agronegócio se vê do outro lado da Chapada do Apodi-CE. Em 2010, a liderança José Maria do Tomé foi assassinada por denunciar o agronegócio na região do Limoeiro do Norte-CE. Agora, a justiça concede liminar pra despejar acampamento no Perímetro Irrigado neste Município. A ocupação no Ceará denuncia 10 mil hectare do projeto de irrigação na região, 4 mil estão invadidas e griladas por empresas nacionais e transnacionais do agronegócio.
A luta social não pode ser criminalizada, e nem se deve naturalizar estes atentados, estas mortes. A RENAP se coloca ao lado das lutas populares e se indigna com este quadro de injustiças, muitas vezes chancelado por ações e/ou omissões das Instituições do Estado, que deveria ser Democrático de Direito.
-
Enviada para Combate Racismo Ambiental por Rodrigo de Medeiros Silva.

Nota de Solidariedade em apoio as famílias que ocupam o Perímetro Irrigado da Chapada do Apodi.

Famílias que ocupam o Perímetro
Irrigado na Chapada do Apodi/CE.

NOTA DE SOLIDARIEDADE

Nós, CA de Agronomia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará, campus Limoeiro do Norte, repudiamos a violência e irresponsabilidade com que o governo trata as reivindicações dos produtores rurais da Chapada do Apodi -maio/2014 -, ameaçados de despejo através da polícia. Lá se encontram famílias com idosos e crianças. Utilizar da força quando na verdade durante anos e anos se busca a solução do que é de direito será vergonhoso e arriscado para todos que se encontram na ocupação.

Defendemos que qualquer transformação social só virá através da luta da classe trabalhadora, por isso manifestamos nosso apoio e solidariedade às comunidades da Chapada do Apodi que defendem o direito às terras e águas PÚBLICAS. São mais de dez mil hectares, sendo que quatro destes estão em poder de propriedades PRIVADAS. Esperamos uma melhor solução por parte do governo federal, estadual e municipal para que os produtores rurais tenham o que lhes é de direito: A terra, a água e local para viver, plantar e alimentar a população com fruto do seu trabalho.

C.A de Agronomia, IFCE – Campus Limoeiro do Norte.
Limoeiro do Norte, 07 de maio de 2014

quarta-feira

ASA Potiguar prepara o IX ENCONASA

Seminário da ASA Potiguar em Mossoró (Foto: José Bezerra)

A coordenação da ASA  realizou seminário de preparação para o IX Encontro Nacional da ASA (ENCONASA), neste dia 6 de maio, das 9h30 às 17 horas, no auditório de Fitotecnia da UFERSA, em Mossoró. O objetivo foi apresentar uma memória do VIII ENCONASA, realizado em Januária-MG, em 2012 e definir o que se pretende do IX ENCONASA, que será realizado em Mossoró, em 2015. Objetivos, metodologia, comissões e subcomissões e desafios fazem parte da estrutura de construção do evento. À tarde, houve um encontro de Monyse Ravena, nova comunicadora encarregada de acompanhar a comunicação no Rio Grande do Norte com os comunicadores populares das Unidades Gestoras de projetos e programas executados através da ASA. Os comunicadores decidiram realizar um encontro de planejamento da comunicação, dias 29 e 30 de maio, em Natal, e formar uma rede de comunicação para interação e partilha de saberes e experiências.

Marcha estadual do MST denuncia a violência no campo



Por Wesley Lima
Da Página do MS
T

O estado da Bahia inicia mais uma jornada pela Reforma Agrária. Cerca de 3 mil trabalhadores rurais Sem Terra de nove regiões marcharam na tarde desta segunda-feira (05/05) pelas ruas de Camaçari, no recôncavo baiano, denunciando a violência no campo e a paralisação das desapropriações de terras.

Neste ano, a marcha homenageia o companheiro D. Tomás Balduíno, que faleceu nesta ultima sexta-feira (02/05).

D. Tomás dedicou sua vida na defesa dos povos indígenas, negros e dos camponeses e auxiliou na construção de várias organizações de trabalhadores, aproximando a igreja dos movimentos sociais e do povo.

Apoiando esta atividade, o MST contou com a participação de diversos movimentos, como Consulta Popular, Marcha Mundial de Mulheres (MMM) e o Levante Popular da Juventude.

Diversas representações públicas a nível municipal, federal e estadual também demonstraram seu apoio, levantando a bandeira da Reforma Agrária. Evanildo Costa, da direção estadual do MST afirmou que “marchamos pela vida, pela terra e por Reforma Agrária”.

Os trabalhadores iniciam a marcha para Salvador nesta terça-feira (06/05) e pretendem realizar o percurso até o Centro Administrativo da Bahia (CAB) em três dias, percorrendo cerca de 47 km.

De acordo com Maria Aparecida, acampada na região do extremo sul, este momento deve ser encarado com muita força e garra por todos os Sem Terra. “A luta sempre será feita com muita resistência e marchar sempre será necessário para garantir nossos direitos”.

Reivindicações

Este ato de abertura da marcha procurou dialogar com a sociedade e reivindicou mais uma vez o retorno da Reforma Agrária à pauta do Governo Federal.

O movimento denuncia que o governo prioriza o agronegócio, realizando poucas desapropriações de terras: em 2013, apenas 100 áreas foram desapropriadas.

Segundo dados do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), atualmente há mais de 180 milhões de hectares classificados como grande propriedade improdutiva no país, mas o governo Dilma não se mexe para promover a democratização da terra.

Os trabalhadores também denunciaram os conflitos agrários, ameaças e práticas violentas por parte do latifúndio diante das ocupações de terra.

O assassinato do Militante Fábio Santos foi relembrado, e se exigiu justiça aos mandantes e executores do crime, que completou em abril um ano de impunidade.

Para além deste triste ocorrido, os povos Indígenas Tupinambás, ao qual o MST se solidariza, pedem a demarcação de uma área de 480 km², localizada em Ilhéus, Una e Buerarema, terra originária deste povo.

Diariamente as famílias indígenas vem sofrendo ameaças, sendo que no ano passado quatro índios foram mortos. Recentemente, os conflitos se intensificaram, mais uma liderança Indígena Tupinambá foi brutalmente assassinada na região de Santana em Buerarema e mais dois indígenas foram mortos.


Em apoio à marcha e a luta pela Reforma Agrária, o militante e deputado federal Valmir Assunção (PT/BA) afirma que “a luta pela terra no Brasil sempre foi marcada pela repressão, mas isto nunca foi e nem será motivo para desanimarmos ou baixarmos a cabeça diante das diversas situações que nos exigirá resistência. Nossa luta só se encerrará quando toda a propriedade de terra for desapropriada”. 

terça-feira

MST ocupa BR-405 no município de Apodi/RN.


Clique nas imagens para ampliar.

Na manhã de hoje (06) centenas de agricultores sem terras que estão acampados a margem da BR-405, mais precisamente no km 69, paralisaram o trânsito na rodovia numa forma de reivindicar ações pertinentes para os trabalhadores que ocupam a área do Perímetro Irrigado Santa Cruz do Apodi.
Os camponeses que estão acampados há vários meses na Chapada do Apodi e denunciam os absurdos do “Projeto da Morte” assim denominado pelo agricultores, pedem agilidade do governo federal para que seja realizada a vistoria da área onde eles ocupam.
Os agricultores, juntamente com o Movimento dos Sem Terra (MST), e várias organizações da sociedade civil estão se organizando na luta de resistência contra a tomada da chapada do Apodi. A luta em defesa da Chapada do Apodi se tornou uma luta nacional de todos aqueles e aquelas que defendem a dignidade das comunidades camponesas. Essa força é expressa inteiramente pelo clamor dos agricultores: Lutar, lutar, lutar e resistir. Lutar e resistir pela Chapada do Apodi!

Durante toda a manhã o trânsito foi bloqueado pelos trabalhadores.

Fotos: Davi Lopes

Agricultura Familiar de Apodi em destaque.


A realidade da prática da agricultura familiar camponesa do município de Apodi é retratada em cartilha elaborada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), além do município de Apodi vários outros municípios da região Oeste do Rio Grande do Norte possuem suas histórias cotidianas paginadas na Cartilha: APRENDI OUTRO JEITO DE VIVER, tradições e novos conhecimentos nas terras oeste do Rio Grande do Norte.

Caravana leva jovens rurais a perceber potencial das experiências agroecológicas.

Caravana_ENA_Jovens
Concentrados na comunidade de Lagoa do Urubu, em Ouricuri, os 110 jovens participantes da “Caravana Agroecológica e Cultural das Juventudes do Nordeste – Rumo ao III Encontro Nacional de Agroecologia (III ENA)” apresentaram um pouquinho da identidade cultural das suas respectivas localidades. Essa foi a programação do primeiro dia da Caravana, nesta quarta-feira (25).  Os participantes vêm dos municípios de Pernambuco, Paraíba, Ceará, Bahia, Maranhão e Alagoas.  São filhos de agricultores familiares, com idade entre 14 e 25 anos, que nasceram e vivem em 80 localidades rurais, cuja principal fonte de renda é a agricultura.

A Caravana é uma ação de mobilização das populações rurais que provoca – através de visitas a experiências agroecológicas e projetos do agronegócio num mesmo território – reflexões sobre os modelos agrícolas e suas respectivas consequências na qualidade de vida das famílias agricultoras.
No segundo dia (26), os participantes da Caravana visitaram a experiência do grupo de jovens Renascer, em Riacho Queimado, distrito de Parnamirim. Depois seguiram para o assentamento Né Laranjeira, localizado na Fazenda Dourado, também em Parnamirim. Na oportunidade, os participantes conheceram tecnologias que captam e guardam água da chuva para produção de alimentos, como a cisterna-enxurrada e o barreiro-trincheira, implementadas pelo Cecor e Caatinga, organizações que fazem parte da ASA e atuam na promoção do desenvolvimento rural sustentável. No assentamento, as famílias também têm uma casa de sementes crioulas e um viveiro de mudas de plantas, além de um criatório de galinhas.
Caravana_ENA_Jovens_2
Depois do almoço, foi a vez do grupo conhecer a história de Robson Gonçalves, que serviu de inspiração para nomear uma das cinco rotas da programação da Caravana. Embaixo do pé de umbuzeiro e acompanhados pela equipe do programa TV Patativa, da produtora TV Viva, eles e elas também ouviram atentos a história das famílias das localidades Riacho Queimado I e II , Alvacan, Rolo de Pau e fazenda Dourado.

Essas famílias, mobilizadas pelo projeto Riachos do Velho Chico, produziram 70 mil mudas de plantas nativas. Satisfeito com a visita, Robson falou sobre a produção de estacas, cercas, banco de sementes e da revitalização dos riachos. A visita terminou com um animado forró pé de serra.
Ontem (27), as rotas da caravana incluíram visita à feira livre do município de Granito, à comunidade Serra da Baixa, em Ipubi, à comunidade do Espírito Santo, em Trindade, à Feira do Gado, à comunidade Agrovila Nova Esperança e ao grupo de jovens de Santa Maria, em Ouricuri. As rotas passam por região com empreendimentos do agronegócio que provocam grandes impactos ao meio ambiente, como o Polo Gesseiro, e também por iniciativas de convivência com o Semiárido, como os sistemas produtivos agroecológicos na região, as feiras dos produtos agroecológicos, a produção de algodão agroecológico, unidades de beneficiamento, dentre outras experiências.
As caravanas permitem observar e vivenciar as experiências agroecológicas em suas dimensões econômicas, sociais, ambientais e culturais e as ameaças ao seu desenvolvimento. Várias mobilizações como essa acontecem desde maio de 2013 como eventos de preparação para a realização do III Encontro Nacional de Agroecologia, que será realizado de 16 a 19 de maio, em Juazeiro da Bahia, e deve reunir cerca de duas mil pessoas.
A Caravana Agroecológica e Cultural das Juventudes do Nordeste – Rumo ao III ENA é uma realização da Rede Ater Nordeste, Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Articulação Semiárido (ASA), Associação em Área de Assentamento no Estado do Maranhão (Assema), Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e Instituições Não Governamentais Alternativas (Caatinga), Centro de Estudos de Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (Cetra), Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, ActionAid e  Terre des Hommes Schweiz.
Por Kátia Gonçalves – comunicadora popular da ASA

segunda-feira

Mobilizações do MST/RN fecha BR no Rio Grande do Norte.

O MST trancou hoje pela manhã (05) a BR 304 que liga Natal a Mossoró. A mobilização tem caráter de denuncia e reivindicação. Com cerca de 500 pessoas o intuito é denunciar o descaso da reforma agrária no estado, o sucateamento do INCRA cobrar mais celeridade nas desapropriações de terras. Além disto, fazer a denuncia da prioridade do Governo para o agronegócio em detrimento com o descaso com a agricultura camponesa.
Na realidade agrária potiguar ainda existe as multinacionais da energia eólica que vem com tudo para dentro dos assentamentos de reforma agrária fazendo com que muitas famílias fiquem impossibilitadas de trabalhar em seus lotes.
Veja imagens: 












[IMAGENS] OCUPAÇÃO DO PERÍMETRO IRRIGADO NA CHAPADA DO APODI/CE.





Fotos: Elitiel Guedes.

Movimentos sociais ocupam perímetro irrigado na Chapada do Apodi.

DO LADO DO CEARÁ...
Cerca de mil trabalhadores ligados à movimentos sociais ocupam perímetro irrigado na chapada do Apodi em Limoeiro do Norte no Ceará. O objetivo da ação é denunciar a ofensiva do agronegócio na região, o assentamento de famílias acampadas e exigir o julgamento e condenação dos responsáveis pelo assassinato de trabalhadores rurais.
Os trabalhadores denunciam que dos 10 mil hectare do projeto de irrigação na região, 4 mil estão invadidas e griladas por empresas nacionais e transnacionais do agronegócio. Os movimentos sociais exigem a retomada dessas áreas pelas famílias camponesas.
De acordo com o dirigente estadual, Marcelo Matos, o acampamento tem caráter permanente. “Vamos ficar acampados e queremos audiência com representantes do Governo”. Os manifestantes aguardam negociação com o Departamento Nacional de obras Contras Secas (Denocs), Secretaria de Desenvolvimento Agrário (S.D.A), Ministério da Integração Nacional e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
A ação que faz parte da Jornada Nacional de lutas é realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Cáritas, Movimento 21, Sindicato dos Trabalhadores de Apodi e tem apoio da Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio do Núcleo Tramas e da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fafidam.
 
Fonte: http://racismoambiental.net.br/

Projeto de irrigação é ocupado por 400 famílias.

Por terra e água, 400 famílias ocupam projeto de irrigação na Bahia.

Por Wesley LimaDa Página do MST

Desde a última terça-feira (29), cerca de 400 famílias do oeste, norte e nordeste da Bahia ocupam o Projeto de irrigação do Baixo de Irecê, no município de Xique-Xique, próximo a comunidade Boa Vista.
 
A ocupação visa garantir que os pequenos agricultores e Sem Terra que residem ao redor do empreendimento tenham acesso à terra e a água, concentrados nos canais da empresa.

O projeto é coordenado pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), responsável por privatizar a terra e a água da região em 1999.

Os Sem Terra denunciam que existe uma campanha realizada pela empresa que veicula a disponibilização de lotes para os agricultores produzirem, porém, até agora nada foi feito. Há mais de 700 famílias acampadas no perímetro da Codevasf há mais de um ano.

A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que este ano concentra a maior parte de suas ações entre os dias 28 a 10 de maio.

Promessa não cumprida

A demanda de destinar boa parte do perímetro irrigado para o assentamento de novas famílias Sem Terra foi encaminhada em fevereiro deste ano à Presidente Dilma Rousseff, que se comprometeu em analisar a situação, mas nada foi realizado até agora.


Nesta quinta-feira (1), o coordenador estadual da Codevasf, Lourival Gusmão, se comprometeu em discutir junto à presidência da empresa a liberação de um perímetro irrigado. Enquanto isso, os trabalhadores continuam mobilizados.

Para Domingas Farias, da direção estadual do MST, as áreas do perímetro irrigado “é um direito do camponês de produzir nestas terras, que hoje estão privatizadas”, acredita, ao dizer ser possível assentar cerca de 1000 famílias nessa área.