sexta-feira

Ações que constroem a convivência com o Semiárido no país.

Conheça a história dos programas da ASA pela narrativa do MOC, uma organização que integra a ASA desde a criação da rede

Muitos conhecem o sertão nordestino pela literatura, com clássicos como “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto e “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, ou pelas mazelas contadas pela imprensa. Outros sabem que nos últimos anos a paisagem do sertão vem mudando graças a um movimento iniciado em 2003, pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), uma rede que reúne centenas de organizações não governamentais, uma rede de organizações da sociedade civil que influencia nas políticas de convivência para o Semiárido como parte do processo democrático. “O debate na ASA Nacional e na ASA Bahia é que a política de estoque da água é algo essencial para a convivência com o Semiárido. As atividades mais diretas da ASA começaram então pelo processo de estoque da água de beber e de consumo humano e se criou então o P1MC. Passo histórico e que estamos perto do um milhão de cisternas de placas”, afirma Naidison Baptista, coordenador geral da ASA.
 
Política de Estoque - Financiado pelo Governo Federal, o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) a que Naidison se refere, foi iniciado pela ASA em 2003 e desde então vem desencadeando um movimento de articulação e de convivência sustentável com o ecossistema do Semiárido. Cisternas de consumo humano, com capacidade de armazenar 16 mil litros, e suprir uma família com cinco pessoas, por nove, 10 meses. Entretanto, o fundamental estava na maneira como construir as cisternas e como escolher as famílias que participariam do programa. Ou seja, não se tratava de uma iniciativa de construção, onde uma empresa, ou um grupo de pedreiros é contratado para fazer a obra. Sim de uma atividade de mobilização, onde as comunidades discutem o problema, elegem uma família e depois constroem a cisterna, comprando produtos locais, para movimentar a economia da localidade, da comunidade. Nada de empresas.
Apoiado inicialmente pela Agência Nacional de Águas (ANA), o P1MC foi incorporado como política pública pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS), tendo como suporte o apoio do Conselho Nacional Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). O objetivo do P1MC é beneficiar cerca de cinco milhões de pessoas em toda região semiárida, com água potável para beber e cozinhar, através das cisternas de placas.
Com o passar dos anos a ASA percebeu que o estoque apenas de água para consumo humano não era suficiente para a convivência. Foi daí que surgiu a ideia da segunda água para a produção, através de variadas tecnologias.  Nascia assim o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) que no último dia 02 de fevereiro completou oito anos com 80.903 tecnologias de água para produção já construídas.
O P1+2 iniciou suas atividades com apenas 11 organizações e contou com o financiamento da Fundação Banco do Brasil (FBB) e Petrobras, tendo como meta a construção de 144 implementações como formas de captação e armazenamento da água da chuva, para produção de alimentos. Surgiu com a proposta de contribuir com a segurança alimentar e geração de renda dos/as agricultores/as através da valorização, construção e intercâmbio de conhecimentos.
O aniversário do Programa é comemorado nessa data, pois nos dias 02 e 03 de fevereiro de 2007 foram definidos os modelos de gestão, monitoramento do Programa e o calendário das atividades, durante o I Encontro Nacional do P1+2, que aconteceu em Recife. 
Assessoria de Comunicação do MOC.
Fotos: Arquivos MOC
 

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