sábado

Agrotóxicos: Incidência de leucemia é maior entre agricultores da Chapada do Apodi

A saúde do trabalhador rural da Chapada do Apodi está tão mais vulnerável quanto maior se foi disseminando a prática de aplicação de agrotóxico. Mas o impacto dos agrotóxicos vai além do cercado da plantação e o quadro agravante de doenças se alastrou para os municípios produtores: Limoeiro do Norte e Quixeré. Estudos comprovam que várias doenças, dentre as quais o câncer, estão relacionadas com os malefícios causados pelos venenos. De acordo com levantamento da Universidade Federal do Ceará, os agricultores apresentam índice de leucemia, um tipo de câncer, seis vezes maior que o esperado, em comparação com trabalhadores de atividades não-agrícolas. A incidência de doenças crônicas tem aumentado na região em torno do agropolo, em que já está constatado o abuso de agrotóxicos.
"É a questão de ver que nós estamos sofrendo todo o santo dia, esses produtos químicos são muito, eles são muito fortes! Eu li as bulas desses venenos tudinho. Quando eu entrei na empresa eu comia abacaxi, mas hoje em dia não tem quem faça eu comer abacaxi, porque eu sei, todo santo dia, o que é aplicado ali em cima". O depoimento é de um trabalhador rural da Chapada do Apodi e foi coletado pela equipe de pesquisadores do Núcleo Trabalho, Saúde e Meio Ambiente para a Sustentabilidade (Tramas), da Universidade Federal do Ceará. O maior estudo já realizado no Ceará sobre o impacto de produtos químicos na lavoura e nas comunidades relacionadas apresentou, em Limoeiro, a conclusão da pesquisa de um dos principais objetos de estudo: a plantação de abacaxi.
As centenas de hectares onde antes se encontrava abacaxi são ocupadas, atualmente, por banana, também para exportação aos mercados consumidores dos Estados Unidos e da União Europeia. Alguns dos efeitos crônicos dos agrotóxicos são as dermatites, cânceres, desregulação endócrina (hormônios), efeito no sistema de defesa do corpo, má desenvolvimento da criança, doenças respiratórias e doenças do fígado e dos rins. Já tratado em outras matérias, a polêmica sobre os casos de câncer entre Limoeiro e Quixeré é reforçada pelos dados comparativos do registro da doença entre agricultores e não-agricultores.

FONTE: limoeirodonorte.blogspot.com
Informações: Diário do Nordeste / Reportagem e Foto: Melquíades Júnior

quarta-feira

Vem aí a 1ª Feira Territorial da Economia Feminista e Solidária do RN!

As mulheres de grupos produtivos dos territórios Açu-Mossoró e Sertão do Apodi irão realizar a 1ª Feira Territorial de Economia Feminista e Solidária. O evento é uma idealização do Grupo Mulheres em Ação em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e ocorrerá em Mossoró (RN), nos dias 14, 15 e 16 de outubro, na praça que fica ao lado do espaço Carcará, no centro da cidade.
Durante todo o dia 14, concomitantemente à realização da Feira, ocorrerá o Encontro Estadual das Trabalhadoras Rurais, no espaço do Carcará. Este evento servirá como complementação para a parte de formação da Feira com palestras e mesas-redondas sobre a temática em questão.
Artesanato, alimentos agroecológicos, artigos de reciclagem e alimentícios são alguns exemplos de produtos que já possuem comercialização em feiras municipais e também poderão ser encontrados na Feira Territorial.

Fonte: Centro Feminista 8 de Março

Haverá nesta Quarta Reunião do Forúm da Agricultura Familiar de Apodi

Como é de costume em todas as 2ª Quarta-Feira de cada mês há a realização da Assembléia do Forúm da Agricultura Familiar de Apodi, onde se reune representantes de todas as comunidades e assentamentos rurais do nosso município. Hoje o principal ponto de pauta será a discussão com relação ao Projeto de Irrigação da Chapada do Apodi, no sentido de articular uma ação no municipio com o Projeto da Forma que aí está, pois como sabemos existem grandes riscos de que esse projeto não venha a atender as necessidades dos ue mais precisam dele (que são as famílias que a muito tempo já trabalham na região).  

terça-feira

Dra. Elaine de Azevedo – Orgânicos e Saúde. Você ainda tem alguma dúvida? – Valor Nutricional de Orgânicos

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Um estudo de 10 anos comparando tomates orgânicos versus convencionais sugere que os orgânicos têm quase o dobro de antioxidantes chamados flavonóides que protegem o coração. De acordo com o estudo, níveis aumentados de quercetina e campeferol foram encontrados numa média de 79% e 97% , respectivamente, nos tomates orgânicos. O artigo foi publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry.
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Pesquisa feita com framboesas, morangos e milho de origem orgânica, pesquisadores encontraram um acréscimo de 20 a 58% de flavonóides nesses alimentos.
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Em Março de 2007, três projetos de pesquisa europeus revelaram que tomates, pêssegos e maçãs processadas orgânicos têm melhor valor nutricional que os convencionais.
Os tomates orgânicos têm maior teor de material seca total, açúcares totais, vitamina C , B- caroteno e flavonóides. Os pesquisadores recomendam tomates orgânicos como parte de uma dieta saudável capaz de prevenir câncer.
O estudo francês encontrou que pêssegos orgânicos têm maior conteúdo de polifenol no momento da colheita e conclui que o manejo orgânico apresenta efeitos positivos no sabor dos pêssegos.
O estudo polonês encontrou maior quantidade de substâncias bioativas - fenóis, flavonóides e vitamina C - em purê de maçã orgânico comparado com as conservas convencionais.
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Kiwis orgânicos têm maior nível de vitamina C e polifenóis e, conseqüentemente, maior atividade antioxidante. Além disso, pesquisadores da University of California Davis que fizeram a pesquisa afirmam que todos s constituintes minerais são mais concentrados no kiwi orgânico comparado ao convencional.
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Estudo apresentado no encontro da American Chemical Society mostra que laranjas de origem orgânica contêm até mais de 30% de vitamina C que as de origem convencional.
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Leite de origem orgânica contém 68% mais ácido graxo essencial ômega-3 de acordo com pesquisadores da University of Liverpool. A pesquisa foi publicada no Journal of Dairy Science também mostrou a superioridade do leite orgânico com relação a quantidade de vitamina E e de antioxidante B-caroteno.
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Carne de animais criados a pasto (manejo orgânico) tem maior quantidade de ácidos graxos essenciais polinsaturados ômega -3 e menor taxa de ácidos graxos saturados do que animais criados com grãos e rações. Resultados similares foram encontrados para frangos criados organicamente (38% mais ômega-3 que em frangos convencionais). Além disso, a carne dos frangos foi considerada mais saborosa e uma melhor alternativa de produção devido às condições de bem- estar animal e qualidade do produto. Os estudos foram publicados no Meat Science Journal.
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Outro estudo feito com frangos orgânicos mostram que esses apresentam 25% menos gordura total do que os frangos criados de forma intensiva em granjas. A pesquisa foi realizada no Institute of Brain Chemistry and Human Nutrition na London Metropolitan University.
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Frutas e verduras avaliadas nos EUA contém menor teor de vitaminas e minerais do que há 50 - 60 anos atrás segundo pesquisa da University of Texas. Os pesquisadores foram unânimes em afirmar que ao optar por vegetais orgânicos o consumidor ingere maior quantidade de micronutrients e de antioxidants.
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Uma revisão de 41 estudos apresentado no The Journal of Alternative and Complementary Medicine comparando alimentos orgânicos e convencionais encontrou entre os orgânicos um aumento na taxa de 21 nutrientes analisados. Entre os nutrientes pesquisados estão o ferro, o magnésio, o fósforo e a vitamina C .
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Fontes: SOIL ASSIOCIATION : http://www.soilassociation.org/
Traduzidos e revisados por Dra Elaine de Azevedo

AZEVEDO, Elaine de. Alimentos Orgânicos: ampliando conceitos de saúde humana, socioal e ambiental. Tubarão: Editora Unisul, 2006.

Nota: É proibida a reprodução deste texto em qualquer veículo de comunicação sem a autorização expressa do autor. Só serão permitidas citações do texto desde que acompanhadas com a referência/crédito do autor.

Fonte: Fontes: SOIL ASSIOCIATION : http://www.soilassociation.org/ Traduzidos e revisados por Dra Elaine de Azevedo

Morte de abelhas por pulverização de agrotóxicos

Apicultores da região central de São Paulo acreditam que a pulverização das lavouras vizinhas com agrotóxicos, está provocando a morte de milhares de abelhas. Um grupo de pesquisadores de duas universidades estuda o problema.
Ao abrir a colmeia surge a pior imagem que um apicultor pode esperar. As abelhas estão mortas. As poucas que escaparam estão fracas e não têm muitos dias de vida. Os favos de mel não podem ser aproveitados.
Só sobrou uma das 15 colmeias do criador Lucival Ferreira. "O enxame inteiro está morto, desde a rainha até as operárias. Tudo ao ponto de você apanhá-las com um punhado como se fossem folhas caídas ao chão", contou.
Vinte apicultores de Leme sofrem com a situação. Um deles perdeu 150 colmeias. O problema está sendo analisado por um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista e da Universidade Federal de São Carlos, que estada as consequências dos pesticidas nas abelhas.
Os pesquisadores já fizeram testes com 15 inseticidas e descobriram que quando toda a colmeia aparece morta é grande a chance de a causa ser uma contaminação. A pulverização aérea está agravando o problema.
"Antes, como não tínhamos essas aplicações, a incidência era menor. Mas, ultimamente, principalmente na laranja, aplicações de controle de laranja têm sido feitas por avião", explicou Osmar Malaspina, biólogo da Unesp.
Em Tambaú, milhares de abelhas morreram na criação de 25 anos do apicultor Tadeu e 31 colmeias tiveram de ser descartadas. Ele guardou parte do material e encaminhou para análise.
Quando a abelha recebe o veneno de forma direta a morte é quase certa. Em doses menores, a capacidade de aprendizagem do inseto fica comprometida.
"Não conseguem mais ter a orientação de sair da colmeia, ir ao campo e retornar nós temos perda dessas abelhas no campo. As larvas podem sofrer alterações e vão, é claro, contaminar os produtos das abelhas, principalmente o mel, o pólen e o própolis", alertou Roberta Nocelli, bióloga do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos.
De acordo com a bióloga Renata Nocelli, ainda não foi feito nenhum estudo sobre os efeitos do consumo dos produtos contaminados em seres humanos.

Fonte: Globo Rural
NOTA do BLOG: Este fato nos mostra o que poderá ocorrer com as centenas de famílias que sobrevivem da apicultura na Chapada do Apodi com a concretização da Irrigação da Chapada a favor do Agronegócio.  

segunda-feira

Política, uma arte milenar.

O tempo é companheiro da esperança. Esta, perdida em horizontes longínquos remonta à memória de um povo sem história. Povo ordeiro, gente simples perdida no anonimato de sua função. Povo esse cuja nobreza de caráter traduz um sentimento de repugnância quando lesado em seus direitos sociais. Esse mesmo povo abomina a política, mas é governado pelos que dela vivem; pouco entende desse sistema neoliberal, mas é a principal vítima dos desequilíbrios da economia.
Tolhido em sua dignidade, tenta compreender o processo de condução do país e a genialidade de seus representantes no ato da manipulação e na defesa de seus interesses eleitoreiros.
Assim, diante de um salário de fome, vai esmerilando seu dia de aço, enxada, papel, carvão,etc. São mãos trabalhadoras, que laboram a terra, enfrentam o trânsito caótico das grandes metrópoles, pendurados por sobre os trilhos, enjaulados dentro dos metrôs; mãos vazias de esperança.Essas vidas não cabem nas convenções, nas assembléias, nos conchavos. E assim, da política só conhece promessas vãs, medíocres, covardes. Promessas que comprometem o seu tempo, o seu presente, o seu sonho.
Para reconstruir esse sonho, vai virando a página da história, tentando resgatar a esperança perdida, adquirindo novas maneiras de encarar esse processo vil, do qual é o principal alvo. Felizmente já consegue questionar teorias tidas como verdades absolutas e organiza novas formas de defesa e convivência social. E dentro do seu espaço, reconstruindo sua história, essa gente conseguirá sobreviver a mais um período eleitoral. Renegará veementemente as maldades camufladas dos candidatos, porque sabe como ninguém, que a guerra pelo poder não tem preço e nessa batalha omite-se a prática de qualquer virtude.
Esse é o povo brasileiro que se une para conspirar contra a politicagem. Para exigir dos candidatos que não violem o mais inviolável dos seus direitos, algo simples e muito nobre, chamado respeito.
Como dizia o imortal Drummond: “O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas”


Dalva Dias Magalhães,
Barbacena - MG - por correio eletrônico
Endereço eletrônico:
dalvadm@yahoo.com.br

Agrotóxicos aumentam índice de câncer no meio rural

MST - [Vanesa Ramos] O modelo de produção agrícola e o comportamento alimentar social podem ser responsáveis pelos problemas de saúde enfrentados hoje pela população brasileira.
Regina Miranda, do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Rio Grande do Sul, alerta que "geração atual é a primeira em que os filhos não vão viver mais do que os próprios pais".
Isso vai acontecer porque, ao longo do tempo, o homem permitiu que os hábitos alimentares fossem moldados pelo interesse do capital. O primeiro passo foi a Revolução Verde e, agora, com uma produção agrícola viciada em produtos nocivos à saúde. O resultado disso é, principalmente, um índice crescente de pessoas doentes.
Segundo Regina, a relação social com o alimento era baseada "na busca pela excelência". Em outras palavras, o homem tinha preocupação de consumir alimentos nutritivos e de boa qualidade.
No entanto, no processo de industrialização, o sistema capitalista padronizou os hábitos alimentares.
"Nós nos tornamos seres ociosos e consumidores de alimentos pouco nutritivos. Ou seja, a relação alimentar do homem tornou-se mórbida", afirmou Regina.
"Essas escolhas sociais de alimentação impactam diretamente o modelo de produção vigente, a qualidade do alimento, a maneira de como o indivíduo vai se alimentar e, por fim, o próprio corpo, pois o corpo é desenhado a partir das nossas escolhas", concluiu Regina.

Câncer

Não é a toa que, entre 2000 e 2006, os agricultores tiveram uma maior incidência proporcional de câncer do que a população urbana, mostrou Raquel Maria Rigotto, integrante do Núcleo Tramas, da Universidade Federal do Ceará. "A leucemia é o principal câncer associado ao uso de agrotóxico", afirmou.
Os agrotóxicos podem causar intoxicação aguda – aquelas em que se pode perceber imediatamente após o contato com o produto químico – ou doenças crônicas, que aparecem semanas e meses depois.
Os agrotóxicos podem causar, entre as doenças crônicas,dermatite, câncer, desregulamentação endócrina, neurotoxidade retardada, efeitos sobre o sistema imunológico, doença do fígado, má formação fetal e aborto.
Apesar disso, há uma grande barreira para associar o agrotóxico como causa dessas enfermidades.
"Quando a gente vai discutir com as indústrias que os agrotóxicos são responsáveis pelas doenças, elas dizem que não há problema algum com os produtos químicos. O que dificulta a comprovação de que os agentes químicos são os causadores das doenças crônicas", desabafou a consultora em Estatística e Saúde Publica da Fiocruz, Rosany Bochner.
Para avançar na construção de um banco de dados com informações sobre as intoxicações, Rosany ainda fez um apelo de que "é muito importante que as pessoas nos informem sobre os casos de doenças crônicas causadas pelo contato com agrotóxicos".
A Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica, sob coordenação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Fiocruz, possui um disque intoxicação (0800 722 6001), por onde a população pode informar os centros sobre os casos de contaminação por agrotóxicos.
Para os estudiosos, é necessário que se criem políticas públicas que viabilizem uma produção agrícola sem o uso de agrotóxicos. "O problema do agrotóxico não é mais só do agricultor, mas também do consumidor", afirmou Rosany.
O país é o maior consumidor de agrotóxico do mundo. Cerca de 451 produtos químicos estão registrados hoje no Brasil. Mais de 1090 produtos químicos são comercializados em território nacional e o governo brasileiro ainda faz redução fiscal para o uso de agrotóxico.
O integrante da coordenação nacional do MST João Pedro Stedile apresentou preocupação com a falta de estudos sobre os impactos dos agrotóxicos no meio ambiente nas áreas tropicais, uma vez que as indústrias de agrotóxicos fizeram testes somente em solos de clima temperado.