quinta-feira

Assentamento Aurora da Serra vai comemorar 15 anos de LUTA!

Damião - Presidente do Assentamento

O Assentamento Aurora da Serra na Chapada do Apodi estará no próximo sábado, 14 realizando uma festa para comemorar seus 15 anos de fundação, com participação de todos os seus quase sessenta sócios.

Segundo o presidente da Associação Damião da Aurora a festa começa as 19h00minh do sábado, na quadra de esportes da comunidade e com presença de autoridades, executivo, legislativo, e representantes do INCRA.

“Teremos musica ao vivo e uma festa a altura para celebrar os nossos quinze anos de fundação, muitas lutas e muitas vitórias” comentou o presidente da associação Damião da Aurora.
Fonte: Blog do Josenias

A ineficácia dos transgênicos e suas verdadeiras intenções.


Por José Coutinho Júnior

Da Página do MST


Para o professor e pesquisador da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Pedro Ivan Christoffoli, é preciso duvidar e questionar as informações existentes sobre alimentos transgênicos. Em entrevista concedida à Página do MST, o professor discute o porquê do uso dominante dos transgênicos na agricultura brasileira, a falta de liberdade para pesquisar o assunto e reflete sobre a atual situação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

quarta-feira

Pesquisa demonstra efeitos causados pelos agrotóxicos à biodiversidade

Pesticidas pelo jeito não matam apenas pestes. O declínio de populações de abelhas, essenciais para a polinização de plantas, é um fenômeno que se suspeitava ser causado por eles. E agora dois estudos independentes publicados recentemente na revista "Science" demonstraram causa e efeito.
Os inseticidas para uso agrícola conhecidos como neonicotinoides começaram a ser usados no começo da década de 1990 e hoje são extremamente populares.

Um dos estudos, pela equipe de Penelope Whitehorn, da Universidade de Stirling, Reino Unido, investigou o impacto de um desses pesticidas, o imidacloprid, em mamangabas da espécie Bombus terrestris.

Um dos coautores do estudo, Dave Goulson, lembra que várias espécies de mamangabas se tornaram extintas em anos recentes nos EUA e no Reino Unido.

Depois de receberem doses não letais do pesticida, os insetos foram colocados em um lugar onde poderiam agir em condições naturais por seis semanas.

No final do experimento, as colônias de mamangabas que foram expostas ao pesticida eram em média entre 8% a 12% menores do que outras estudadas ao mesmo tempo sem o inseticida.

E ainda mais grave: as colônias expostas ao pesticida produziram 85% menos rainhas, essenciais para a reprodução de novas colônias.

Já uma equipe na França liderada por Mickaël Henry, do Instituto Francês de Pesquisa Agrícola em Avignon, usou um enfoque mais tecnológico: abelhas receberam minúsculos equipamentos de identificação por rádio grudados no tórax e tiveram seus movimentos minuciosamente detalhados.

Algumas delas receberam uma pequena dose de outro pesticida, o thiamethoxam.

As abelhas que receberam o pesticida morreram bem mais; as chances de não voltarem à colônia depois de saírem em busca de pólen eram de duas a três vezes maiores, pois com quase certeza o thiamethoxam interferiu na sua capacidade de navegação.

Abelhas e mamangabas são importantes para a polinização de culturas agrícolas, como árvores frutíferas. Que um pesticida usado para proteger um setor da agricultura afete outro é uma curiosa ironia, além de um grave problema potencial.
 

Por Ricardo Bonalume Neto
Da Folha de São Paulo

Água de educar nas escolas rurais do Semiárido

Cisterna construída ao lado de escolas rurais favorece o acesso à água no Semiárido | Foto: Fred Jordão
Quando começou a conceber o projeto Cisternas nas Escolas, a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) tinha em mente dois objetivos principais. Um deles era a garantia de água de qualidade para o consumo de crianças e adolescentes. Outra preocupação é a que as cisternas instaladas nessas escolas deveriam ser um elemento de discussão durante as aulas com as crianças e adolescentes.
Através da parceria entre a ASA, a Cooperação Espanhola, o Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS) e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), 843 cisternas estão sendo erguidas em escolas rurais da região semiárida. A tecnologia permite o abastecimento de água para essas unidades que ficam em mais de cem municípios de nove estados brasileiros. O projeto, que já está em fase final de execução, já beneficiou diretamente mais de 52 mil crianças e jovens até 21 anos e envolveu quase três mil adultos, entre professores, diretores, merendeiras.
O acesso à água nas escolas aponta-se como fundamental para a garantia do direito das crianças e adolescentes frequentarem as unidades de ensino. No entanto, um relatório produzido pelo Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), com base em dados levantados pelo Programa de Fortalecimento Institucional das Secretarias Municipais de Educação do Semiárido (Proforti) do Ministério da Educação (MEC), das 37,6 mil escolas da zona rural da região, 28,3 mil não são abastecidas pela rede pública. Dessas, 387 não possuem nenhum tipo de abastecimento de água.
As condições precárias de funcionamento e até a paralisação das atividades escolares durante o período da estiagem é uma realidade dessas escolas que não têm como ofertar água de qualidade aos alunos e nem água suficiente para produzir os alimentos das refeições, conhecidas como merenda. O problema também foi detectado no Censo Escolar 2007, que verificou a existência de 5.005 escolas sem energia elétrica em 578 municípios do Semiárido Legal. Em 121 desses municípios, foram encontradas 315 escolas sem abastecimento de água.
Nesse sentido, a cisterna instalada ao lado da escola garante a água de qualidade para o consumo dos alunos. Isso trouxe uma mudança na rotina de alunos e professores. “Essa cisterna foi um benefício muito bom para a comunidade. Antigamente a gente pegava água de um poço e tinha problema de não ter água na escola para os alunos. Às vezes a gente tinha que terminar a aula cedo, devido à falta de água”, afirma a professora Nadja, da comunidade de Vista Alegre, em Pedro II, no Piauí. Antes da construção do reservatório há cerca de dois anos, faltava água na escola até para as crianças lavarem as mãos antes das refeições.
Se a cisterna contribuiu para a melhoria do acesso à água, igualmente se apresenta como um instrumento de estudo dentro da própria sala de aula. Isso porque o projeto Cisternas nas Escolas trabalha com a lógica da educação contextualizada, em que a realidade das crianças está inserida nos temas trabalhados com os professores. Essa proposta de educação respeita e valoriza a identidade, a cultura e diversidade da região.
“Com esse projeto Cisternas nas Escolas, a ASA e os parceiros acreditam que a cisterna chega não somente com uma construção, mas, sobretudo, como um instrumento pedagógico onde a partir da cisterna esses alunos e alunas vão discutir todas as condições necessárias para uma vida no Semiárido que passa, concretamente, pelo acesso à água de qualidade” Ana Célia Menezes, integrante da Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (Resab) na Paraíba.
 
Durante aula em escola do Piauí, crianças assistem episódio da série Água, Vida e Alegria | Foto: Fred Jordão
As escolas que participam do projeto Cisternas nas Escolas recebem materiais audiovisuais que podem ser trabalhados pelos professores. Um deles é o vídeo-teatro Cuidados com as Cisternas que retrata, de maneira descontraída, a situação de duas famílias no manejo da água da cisterna. O vídeo traz elementos que adaptados às questões das cisternas nas escolas, contribui na discussão do tema em sala de aula.
Outro material utilizado é a série de desenhos animados Água, Vida e Alegria no Semiárido. São oito episódios em que os personagens Caru, um mandacaru falante, e várias crianças vivem situações que abordam temáticas voltadas à convivência com o Semiárido.
Partindo do respeito aos saberes locais, a cisterna vira tema das aulas de matemática, português, história, geografia. Discutir sobre o abastecimento de água na região, aprender as operações matemáticas calculando a quantidade de água armazenada nas cisternas e debater as alternativas de convivência com o Semiárido são alguns exemplos de como essa educação contextualizada vem se dando na prática.
Esse envolvimento faz com que crianças e adolescentes reconheçam a região como um lugar de vida digna e valorizem o próprio conhecimento. José Pinheiro, coordenador do Centro de Formação Mandacaru, uma das entidades executoras do projeto no Piauí, acredita que o Cisternas nas Escolas contribui principalmente para que os jovens queiram permanecer no Semiárido.
“Uma construção dessas, além de acumular 52 mil litros de água potável para as crianças terem acesso de beber e melhorar sua condição da escola, também trabalha a educação contextualizada. Vamos trabalhar com essa educação mais voltada para a realidade do Semiárido, em que os jovens encontrem suas alternativas de viver mesmo aqui mesmo e não queiram ir embora para São Paulo”, afirmou o coordenador.