sexta-feira

Na mesa dos brasileiros: resultados da agricultura familiar

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), é a agricultura familiar a grande responsável pela alimentação da população brasileira, garantindo em torno de 70% do que é consumido. “É a agricultura familiar que produz feijão, arroz, leite, verdura, é a produção diversificada que consumimos todos os dias. Tem uma importância muito forte para a segurança alimentar e também para a soberania alimentar”, afirma o secretário nacional de agricultura familiar do MDA Laudemir Muller. Ele diz que a produção da agricultura familiar tem crescido muito, acompanhando o consumo de alimentos, que também aumentou. Laudemir explica que a soberania alimentar também é garantida com este modelo de agricultura. “É a agricultura familiar que preserva as tradições, que tem uma produção diversificada, que mantêm a tradição das sementes. Então, na escolha do que nós comemos, a agricultura familiar é o grande bastião dessa diversidade, seja dos povos da floresta, do cerrado, dos grupos de mulheres”, comenta.
Entretanto, dados do próprio Consea mostram que o agronegócio cresce mais do que a agricultura familiar e, de acordo os participantes da Oficina Territorial de Diálogos e Convergências do Norte de Minas , este modelo de produção tem ameaçado asegurança e a soberania alimentar do país por vários motivos. Entre os problemas do agronegócio estão a concentração de terras e a consequentemente a diminuição das áreas destinadas à agricultura familiar; a baixa diversidade de produção, pois há regiões inteiras com apenas uma espécie plantada – como as monoculturas de eucalipto, cana de açúcar e soja; e a utilização de tecnologias como a dos agrotóxicos e transgênicos, que apresentam um risco para a saúde.
Um relatório do Consea lançado no final de 2010, que avalia desde a Constituição de 1988 até a atualidade a segurança alimentar e nutricional e o direito humano à alimentação adequada no Brasil, apresenta dados que confirmam este problema. De acordo com o estudo, o ritmo de crescimento da produção agrícola destinada à exportação é muito maior do que para o consumo interno. “A área plantada dos grandes monocultivos avançou consideravelmente em relação à área ocupada pelas culturas de menor porte, mais comumente direcionadas ao abastecimento interno. Apenas quatro culturas de larga escala (milho, soja, cana e algodão) ocupavam, em 1990, quase o dobro da área total ocupada por outros 21 cultivos. Entre 1990 e 2009, a distância entre a área plantada dos monocultivos e estas mesmas 21 culturas aumentou 125%, sendo que a área plantada destas últimas retrocedeu em relação a 1990. A monocultura cresceu não só pela expansão da fronteira agrícola, mas também pela incorporação de áreas destinadas a outros cultivos”, diz o documento.
O relatório também faz um alerta sobre o uso de agrotóxicos. “O pacote tecnológico aplicado nas monoculturas em franca expansão levou o Brasil a ser o maior mercado de agrotóxicos do mundo. Entre as culturas que mais os utilizam estão a soja, o milho, a cana, o algodão e os citros. Entre 2000 e 2007, a importação de agrotóxicos aumentou 207%. O Brasil concentra 84% das vendas de agrotóxicos da América Latina e existem 107 empresas com permissão para utilizar insumos banidos em diversos países. Os registros das intoxicações aumentaram na mesma proporção em que cresceram as vendas dos pesticidas no período 1992-2000. Mais de 50% dos produtores rurais que manuseiam estes produtos apresentam algum sinal de intoxicação”, denuncia o Consea.
Para a presidente do Conselho Federal de Nutricionistas, Rosane Nascimento, não é necessário que o Brasil lance mão de práticas baseadas no uso de agrotóxicos e mudanças genéticas para alimentar a população. “Estamos cansados de saber que o Brasil produz alimento mais do que suficiente para alimentar a sua população e este tipo de artifício não é necessário. A lógica dessa utilização é a do capital em detrimento do respeito ao cidadão e do direito que ele tem de se alimentar com qualidade”, protesta. Ela explica por que os transgênicos ameaçam a soberania alimentar. “O alimento transgênico foi modificado na sua genética e gerou uma dependência de um produto para ser produzido, então não é soberano porque irá depender de uma indústria de sementes para produzir aquele alimento, quando na verdade ele deve ser crioulo, natural daquela região, daquela localidade, respeitar os princípios da soberania”, afirma.
Enquanto o MDA aposta na agricultura familiar e procura desenvolver políticas públicas para fortalecer esta atividade, segundo afirma o próprio ministério, outro ministério – o da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), aposta no agronegócio. O MAPA confirma, por meio da assessoria de imprensa, o alto desempenho da agricultura para exportação no Brasil. “O Brasil alcançou recorde nas exportações brasileiras do agronegócio nos últimos 12 meses. O número chegou a US$ 78,439 bilhões, um valor 19,8% acima do exportado no mesmo período do ano passado (US$ 65,460 bilhões)”, afirma o ministério. Segundo dados do MAPA, em janeiro de 2011, a exportação de carnes foi a mais lucrativa, seguida pelos produtos do complexo sucroalcooleiro (açúcar e álcool), produtos florestais (que incluem borracha, celulose e madeira), café e o complexo soja (farelo, óleo e grãos).
Questionado sobre o uso abusivo de agrotóxicos na agricultura brasileira, o MAPA responde: “O que podemos dizer é que em 2010, os fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura analisaram 650 marcas de agrotóxicos, em 197 indústrias do país. Do total, 74 produtos apresentaram irregularidades, o que representou 428,9 toneladas apreendidas. O resultado aponta que 88,6% dos agrotóxicos estavam dentro dos padrões”. E continua: “O papel do Ministério da Agricultura é assegurar que os agrotóxicos sejam produzidos por empresas registradas e entrem no mercado da forma que consta no registro. Fazemos a fiscalização para verificar, desde a qualidade química do produto até o processo de fabricação e rotulagem”.
Já o MDA alerta que a monocultura de uma forma exagerada, com grandes proporções, pode trazer problemas. “O ministério tem trabalhado para apoiar  e viabilizar, com políticas públicas, este modelo de agricultura familiar, que é um modelo diversificado. Nós não achamos interessante a monocultura, seja a grande monocultura ou a pequena monocultura. Para a nós a diversidade é muito importante. Para nós, o modelo mais adequado e mais necessário para o país é o da agricultura familiar”, reforça Laudemir Muller. O secretário destaca também que é um entusiasta da agroecologia. “Nós sabemos que infelizmente o país está com este título (de maior consumidor de agrotóxicos do mundo), e isso é uma das conseqüências da expansão da monocultura em nosso país. É preciso apoiar firmemente quem quer produzir de uma forma agroecológica”, diz.
Fonte: Site Vírus Planetário.

Agronegócio não garante segurança alimentar

No Assentamento Americana , no município de Grão Mogol, região norte de Minas Gerais, há de tudo um pouco – hortaliças, legumes, frutas, frutos típicos do bioma cerrado que cobre a região, criação de animais. De acordo com o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA NM), que presta assessoria aos assentados desde o início da ocupação da área, tecnicamente o que está sendo desenvolvido na região é o que se chama de sistemas agroflorestais e silvipastoris – ou seja, a conciliação de atividades agrícolas com a criação de animais e o extrativismo, de forma a garantir a preservação do bioma cerrado e também a produção de alimentos saudáveis.  A situação dos moradores do assentamento Americana, onde, segundo eles próprios, “há de tudo um pouco”, é um exemplo de como a agricultura familiar, sobretudo a prática agroecológica, podem garantir a segurança e a soberania alimentar.
Mas o que significa segurança alimentar? De acordo com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), órgão consultivo ligado à Presidência da República, a concretização da segurança alimentar “consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis”. Outra característica da produção em Americana que garante a segurança alimentar da população é que, além da diversidade de produtos e da convivência com o meio ambiente, os agricultores praticam a agroecologia – um conjunto de princípios que balizam a agricultura, entre eles a não utilização de agrotóxicos. A EPSJV participou da visita ao assentamento Americana durante a programação da Oficina Territorial de Diálogos e Convergências do Norte de Minas, que reuniu experiências dos agricultores familiares locais como etapa preparatória a um encontro nacional.
 
Por Raquel Junia/EPSJV-Fiocruz
Fonte: Virús Planetário

Nossos Parabéns


Júnior - Tesoureiro do STTR

Está Aniversariando Hoje (01) o nosso Companheiro de Trabalho e Luta Francisco José de Morais Júnior, a ele nos desejamos muitas felecidades, paz e saúde. E que as bençãos do Senhor desça sobre ele, para que sua vida seja cada vez iluminada.
Parabéns, Sucesso...
São os votos de Congratulações de todos (as) que fazem o STTR de Apodi.
Postado por: Agnaldo Fernandes    

quinta-feira

Apodi futuramente será uma Lucas do Rio Verde/MT?

Leite materno está contaminado com agrotoxico cancerígeno em Lucas do Rio Verde, MT


A Rede Brandeirantes, no Jornal da Band, A Rede Globo nos Jornais: Jornal Hoje, Bom Dia Brasil e o Brasil TV, além de vários outros meios de comunição, estão traxendo reportagens informando que segundo uma pesquisa revelou contaminação do leite materno por agrotóxicos usados em plantações em uma cidade no Mato Grosso. As amostras foram colhidas de 62 mulheres atendidas pelo programa de saúde da família do município de Lucas do Rio Verda, a 350 km de Cuiabá. Os níveis de agrotóxicos encontrados estão bem acima da média e põem em risco a saúde humana.
Em 100% das amostras foi encontrado ao menos um tipo de agrotóxico e em 85% dos casos foram encontrados entre 2 e 6 tipos.
A substância com maior incidência é conhecida como DDE, um derivado de outro agrotóxico, DDDT, proibido pelo Governo Federal em 1998 por provocar infertilidade no homem e abortos espontâneos nas mulheres.
O Município de Apodi e Região ainda tem tempo de dizer ao Projeto de Irrigação da Chapada do Apodi com as águas da Barragem de Santa Cruz. No último dia 29 Agricultores (as) afirmaram que irão resistir até a última oportunidade, tendo em vista o Projeto que se objetiva instalar-se ali esta a serviço do Agronégocio.

Contexto da Região do Apodi - Está previsto para ser instalado na Chapada do Apodi (RN) um perímetro irrigado com capacidade para irrigar até 10 mil hectares destinado à fruticultura. Esse projeto, patrocinado pelo Governo Federal através do DNOCS, é uma extensão do perímetro irrigado de Limoeiro e Russas no Ceará – que compreende também a Chapada do Apodi. No CE, as comunidades afetadas por este perímetro irrigado praticamente desapareceram, apenas algumas famílias permanecem resistindo e sofrendo as consequências deste projeto que avança a partir de uma intensa utilização de agrotóxicos.
Recentemente, um grupo de pesquisadores do Núcleo Trabalho, Meio Ambiente e Saúde para a Sustentabilidade (Tramas), da Universidade Federal do Ceará (UFC) realizou uma pesquisa que identifica os problemas ambientais e de saúde nas comunidades do Baixo Jaguaribe, que estão expostas à contaminação ambiental e aos agrotóxicos. O resultado é assustador: foi identificado uma grande incidência de pessoas acometidas de câncer, com registros de várias mortes ligadas ao contato com os agrotóxicos, contaminação do lençol freático, contaminação do solo, alimentos, etc.
Na região da Chapada do Apodi, além de afetar a saúde das famílias, o avanço do agronegócio e dos agrotóxicos agem violentamente contra os que lutam em defesa do meio ambiente e das comunidades atingidas. Foi nesta região que em 21 de abril de 2010, o trabalhador rural e ambientalista, José Maria Filho foi assassinado. O crime está sendo relacionado ao fato de ele ter denunciado inúmeras vezes a degradação provocada pelas grandes empresas que lá estão instaladas.
Para Antônio Nilton, da Equipe da CPT em Mossoró, “já precavendo o que poderá vir a acontecer na região, estamos contribuindo com a mobilização das famílias que poderão ser afetadas e a população em geral para combater os danos que esse modelo provoca”. O integrante da CPT enfatiza ainda que “em contraposição a este cenário, nas comunidades da chapada do Apodi estão ocorrendo diversas experiências bem sucedidas de agricultura familiar, agroecológicas, nos assentamentos e nas comunidades." Apicultura e caprinocultura manejada, manejo da caatinga, hortas orgânicas, produção de polpas de frutas da região de forma agroecológica, sem utilização de venenos, são alguns desses exemplos e que poderão desaparecer caso este Projeto seja instalado.
 
Referências: Site da CPT e  www.dihitt.com.br

O Rio São Francisco está morrendo. E você? O que VOCÊ, tem a ver com isso?

Mais de 15 milhões de pessoas vivem ao longo da bacia do São Francisco, mesmo não estando entre elaPetrolina-PE-Sub Medio S.F. s, será que você realmente não tem nada a ver com isso? Talvez, pouco lhe importa saber, que nos últimos 50 anos, a vazão do São Francisco diminuiu 35%. A maior diminuição de vazão dos rios da América do Sul. Se considerarmos as mudanças climáticas, ele pode perder ainda mais 25% da sua vazão ao longo dos anos.
Sabe qual é  uma das principais causas dessa diminuição do volume de águas? Além da destruição das matas ciliares que levam ao assoreamento, a retirada de água do São Francisco para irrigar as grandes plantações de fruticultura, no vale do São Francisco, é responsável pela assustadora diminuição do nível da água.
Sim, as frutas que você consome e que são plantadas em Petrolina e Juazeiro, contribuem Alguns dos resultados da poluição do Velho Chicoenormemente para a baixa da vazão do "Velho Chico".
Um outro problema grave que assola o São Francisco? A poluição. No Alto São Francisco, no estado de Minas Gerais, os dejetos da mineração são jogados nas águas do rio. O caso mais emblemático é o da mineradora Votorantim, que na cidade de Três Marias (MG), há mais de 40 anos, polui as águas da bacia. Essa contaminação constante já levou a mortandade de mais de 200 toneladas de peixe. Uma lama de dejetos da mineração cobre o fundo do rio. Mas acredite, por mais absurdo que possa parecer, a contaminação tende a aumentar. Sabe por quê? Por que a mineração não se restringe mais ao estado de Minas Gerais. Cidades no médio e no submédio São Francisco já começam a ser assediadas para a extração de minérios.Cerrado Oste Baiano-Bacia S.F. - foto 02
A morte do rio São Francisco, no entanto, não é solitária. Ela vem acompanhada da morte de dois importantes biomasCerrado e a Caatinga. O Cerrado está sendo destruído, principalmente, para dar espaço aos plantios de soja e de outras monoculturas. Com o incentivo que o governo tem dado aos agrocombustíveis, como a cana-de-açúcar, é possível que se acelere ainda mais a degradação do Cerrado. Já a Caatinga, tem tido boa parte de sua mata nativa destruída para a produção de carvão. presentes ao longo da bacia: o
O maior assassinato será cometido, no entanto, por um projeto megalomaníaco, que ao contrário do que propagandeia, não irá matar a sede de mais de 12 milhões de nordestinos sedentos. O Projeto da Transposição das Águas do São Francisco tem todas as características da reedição de uma prática muito conhecida na região, algo que se convencionou chamar de "Indústria da Seca". O próprio governo federal admite no texto do projeto, elaborado pelo Ministério da Integração Nacional, que a utilização das águas destina-se a 70% para irrigação, 26% para uso urbano e industrial e apenas 4% da água serão destinados à população rural, aquela afetada pelas secas.
Enquanto isso, as populações que vivem ao longo do rio e precisam dele para sobreviver, vão sendo ameaçadas e desrespeitadas, no seu direito a terra. Mais que isso, no seu direito a manter a sua cultura e o seu estilo de vida. Montes Claros-MG-Bacia S.F. Um estilo de vida de pouco impacto ambiental, que se mantido, pode ajudar a preservar esse rio tão importante para os mais de 15 milhões de habitantes da bacia. Mas não só da bacia, de todo o Brasil, porque a morte do São Francisco não atingirá apenas quem vive na bacia, mas também a você.
Quando alguém disser que o "Rio São Francisco está morrendo", será que você conseguirá ignorar e viver com isso?
Saiba como ajudar:
  Fonte: Ariculação Popular; São Francisco Vivo.           

Entidades lançam campanha nacional contra agrotóxicos.


Mais de 20 entidades da sociedade civil brasileira, movimentos sociais, entidades ambientalistas e grupos de pesquisadores lançam oficialmente no próximo dia 7 de abril a Campanha Permanente contra o Uso dos Agrotóxicos no Brasil.
A campanha pretende abrir um debate com a população sobre a falta de fiscalização, uso, consumo e venda de agrotóxicos, a contaminação dos solos e das águas e denunciar os impactos dos venenos na saúde dos trabalhadores, das comunidades rurais e dos consumidores nas cidades.
A campanha prevê a realização de atividades em todo o país. Em Brasília, mais de 2 mil pessoas  farão um ato para denunciar a responsabilidade do agronegócio pelo uso abusivo de agrotóxicos no país.
O Brasil está em primeiro lugar no ranking dos países que mais usam agrotóxicos no mundo desde 2009. Para se ter uma ideia da dimensão, é como se cada brasileiro consumisse, ao longo do ano, cinco litros de veneno.
O secretário-executivo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Denis Monteiro, apresenta os objetivos da campanha.
“A primeira questão é que nós precisamos estabelecer uma coalizão, uma convergência ampla dos movimentos da área da saúde, da agricultura, comunicação e direito, para fazer a denúncia permanente desse modelo baseado no uso de agrotóxicos e transgênicos que tornou o Brasil campeão mundial do uso de agrotóxicos; e os impactos são gravíssimos na saúde dos trabalhadores, no meio ambiente, na contaminação das águas. ’’
Segundo Monteiro, além do caráter de denúncia, a campanha pretende também apresentar à sociedade o modelo proposto pelas entidades, mais saudável, baseado na pequena agricultura.
“Outro campo de articulação é mostrar para a sociedade e avançar na construção de outro modelo de agricultura, baseado na agricultura familiar, camponesa, em toda sua diversidade, dos povos e comunidades tradicionais, assentamentos de reforma agrária, e que este modelo sim pode produzir alimentos com fartura, alimentos de qualidade, com diversidade e sem uso de agrotóxicos. Temos estudos que mostram que a agroecologia é viável, produz em quantidade e em qualidade, e o local para a agroecologia acontecer são as áreas da agricultura familiar. Então outro campo de articulação importante é avançar na construção destas experiências em agroecologia que a gente já vem construindo, multiplicá-las pelo país, mostrando que este é o futuro da agricultura, e não vai ter futuro para o planeta se a gente não construir este modelo alternativo ao modelo que está aí’’
Monteiro aponta ainda que a atuação no âmbito das políticas públicas também se constituirá em um eixo importante da campanha.
“A Anvisa tem um trabalho de análise de resíduos de agrotóxicos e alimentos, que precisa ser ampliado para mais culturas, ter aumentada sua abrangência; está também fazendo reavaliações de agrotóxicos que têm um impacto terrível na saúde, propondo restrição ao uso e banimento de produtos. Por outro lado, precisamos avançar nas políticas direcionadas à agricultura familiar, para que elas possam fomentar o resgate da biodiversidade, o resgate das sementes crioulas, possam fortalecer as experiências de comercialização direta dos agricultores familiares com os agricultores. O Programa Nacional de Alimentação Escolar precisa ser efetivado, uma alimentação de melhor qualidade nas escolas, que o dinheiro público usado para alimentação escolar seja destinado à compra da agricultura familiar – a lei aprovada ano passado obriga que no mínimo 30% seja destinado para a compra da agricultura familiar; temos que lutar para que esta conquista seja efetivada.’’
Para o integrante da Via Campesina Brasil e da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais  Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, a campanha pretende propor projetos de lei, portarias e iniciativas legais e jurídicas para impedir a expansão dos agrotóxicos.
“Seria uma boa iniciativa que os municípios começassem a legislar, porque é possível que as câmaras proíbam o uso de determinado veneno no seu município, e que a própria população fiscalize. Mas isso não basta ser iniciativa do vereador, é preciso que toda a sociedade se mobilize para garantir, inclusive, que o comércio não venda, que os fazendeiros não usem e que, afinal, nós vamos criando territórios livres de agrotóxicos, e vocês vão ver como a qualidade de vida vai melhorar muito nesses municípios.”
Stedile ainda avalia a natureza do uso dos agrotóxicos no Brasil e suas graves consequências.
“Nós estamos aplicando um bilhão de litros por ano, e isso representa, em média, cinco litros de veneno por pessoa. Não há parâmetro similar em qualquer outra sociedade do planeta, nem sequer nos Estados Unidos, que são a matriz indutora de toda a utilização de venenos na agricultura a partir da Segunda Guerra Mundial.”
Para Stedile, a redução e a eventual erradicação do uso de agrotóxicos dependem, fundamentalmente, da conscientização da população.
“Então nós esperamos que, daqui para diante, possamos congregar este conjunto de forças sociais, desde os movimentos sociais, dos trabalhadores, dos pesquisadores, dos médicos, das universidades, dos institutos de ciência, para fazermos uma grande articulação nacional e, de fato, conseguirmos paulatinamente ir diminuindo o consumo de venenos, até chegarmos, quiçá, em médio prazo, à eliminação total do uso de agrotóxicos na agricultura brasileira – o que seria uma grande conquista para toda a sociedade. Para que se tenha uma idéia, eu acho que a campanha contra os agrotóxicos é muito parecida com a campanha contra o fumo, porque no fundo o tabaco também usa muito agrotóxico, o tabaco é um veneno, causa gravíssimos problemas de saúde para a população, e somente de uns dez anos pra cá é que a sociedade brasileira começou a se conscientizar e fazer uma campanha contra o cigarro. E nós conseguimos reduzir: 30% da população eram fumantes e, hoje, só 12% são fumantes’’
De acordo com Letícia Silva, da Anvisa, é preciso que a campanha consiga promover uma grande consulta junto à sociedade brasileira sobre o tema.
“Não sei o tempo: quando colocamos a possibilidade de retirada de um produto agrotóxico do mercado, muitas vezes a gente recebe poucas manifestações favoráveis à retirada daquele produto no mercado, e muitas manifestações pela manutenção do produto no mercado. Então acho que a primeira coisa, a mais simples – e que independe até de uma grande mobilização – são as organizações da sociedade mostrarem o que estão pensando a respeito, mostrar o seu desejo com relação aos produtos agrotóxicos. Querem realmente que sejam controlados? Que produtos precisariam ser banidos, quais estão causando intoxicação?"
A campanha nacional contra o uso de agrotóxicos também promoverá iniciativas ligadas à educação – com a produção de cartilhas para as escolas – e realizará seminários regionais e audiências públicas.

Fonte: da RadioagênciaNP  no Site do MST.

"Agronegócio e agricultura familiar são incompatíveis"

De O Povo/ Ceará

João Pedro Stédile, fundador e um dos coordenadores nacionais do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), passou na última terça-feira por Fortaleza. Coisa rápida, para cumprir agenda intensa, que incluiu uma série de reuniões internas, uma audiência com o governador Cid Ferreira Gomes (PSB) e palestra no auditório do Centro de Formação Frei Humberto, no Pio XII.
Tudo em poucas horas, apertando-se entre um compromisso e outro. No meio de tudo isso, encaixar um tempo para ele conversar com O POVO demandou paciência do repórter e alguma engenharia dos assessores. Finalmente conseguiu-se “15, 20 minutos”, para um bate-papo rápido, que terminaria exigindo um complemento posterior, via email, para ser transformado em entrevista.
Stédile é duro com o agronegócio, crítico da imprensa, irônico e firme com os Estados Unidos, mas cuidadoso quando fala do que foi o governo Lula e do que poderá vir a ser a gestão Dilma Rousseff. Mesmo que reafirme, enfaticamente, que o MST não recebe dinheiro do governo e nem se considera partícipe dele. Admite decepções, mas tenta explicá-las, e se diz esperançoso com as perspectivas de futuro.
O resultado final da conversa com João Pedro Stédile, a parte presencial e a que se deu através da internet, pode ser conferido a seguir.

Por que a reforma agrária não parece ter avançado no Brasil mesmo após oito anos de um governo dito de esquerda, com o petista Luiz Inácio Lula da Silva a comandá-lo?

De fato a reforma agrária, compreendida como um processo de democratização da propriedade da terra e maior acesso à terra dos trabalhadores e diminuição das grandes propriedades, não avançou. Ao contrário, segundo os dados do IBGE do Censo de 2006, o índice de concentração da propriedade da terra em 2006 é maior do que em 1920, quando recém havíamos saído da escravidão e do monopólio quase total da propriedade da terra.
Isso aconteceu, primeiro, porque a lógica de atuação do capital, através das empresas e dos grandes proprietários. é ir acumulando e comprando cada vez mais terras, independente do governo. Quanto maior é o lucro das atividades agrícolas, maior será o preço das terras e maior será a concentração da propriedade da terra.
Segundo, há uma disputa na sociedade brasileira entre dois modelos de organização da produção agrícola. De um lado o agronegócio que é a junção dos grandes proprietários com as empresas transnacionais, querendo impor o monocultivo, os agrotóxicos, a mecanização e expulsam os trabalhadores do campo. É um modelo sem gente, sem agricultores. E de outro o modelo de agricultura familiar, camponesa que defende a produção de alimentos, com uso intensivo de mão de obra, para o mercado interno, sem veneno e criando condições de fixação do homem no meio rural.
Infelizmente, com a internacionalização do capital e com aumento do poder das grandes empresas transnacionais sobre a agricultura, o modelo do agronegócio tem hegemonia e consegue iludir até setores do governo.

Preocupa ao MST a demora em indicar o novo presidente do Incra? O ritmo geral do novo governo não parece ainda muito lento?
Infelizmente, há ainda muitas disputas medíocres de correntes partidárias, que ficam apenas se preocupando com a pequena política de disputa de cargos. Nós precisamos discutir e disputar programas de políticas públicas. E essas disputas medíocres acabam atrapalhando o governo como um todo.
Espero que a presidente tenha coragem de tomar uma decisão mais adequada, para que os novos dirigentes da reforma agrária combinem conhecimento técnico com compromisso político com o combate à pobreza. E que haja mudanças claras na forma de atuação do Incra e das empresas do setor publico agrícola, como a Conab e a Embrapa.

O MST, que existe e atua desde 1984, faz que tipo de autocrítica quando analisa sua trajetória?
Desde a sua fundação como um movimento social, amplo, nós procuramos ir construindo princípios organizativos em nosso movimento a partir da experiência organizativa da classe trabalhadora ao longo da história. Sempre adotamos o principio de direções colegiadas, sem presidentes ou disputas de cargos. Todas as instâncias são coletivas e com ampla participação de mulheres e jovens.
Defendemos o principio do estudo, do conhecimento da realidade e da necessidade permanente de formar militantes e quadros. E também sempre adotamos o principio da critica e autocrítica. Internamente sempre fazemos avaliação de nossos erros e acertos. Em toda trajetória que fizemos procuramos apreender com os erros. Cometemos muitos e vamos procurando ajustar nossa linha política e nossa forma de atuar para superá-los.

Por que a pobreza não parece ter sido reduzida nos assentamentos?
A pobreza se reduziu muitos nos assentamentos. Acontece que a grande imprensa sempre procura comparar uma família assentada, com o fazendeiro, que toma milhões do BNB e do Banco do Brasil, para sua fazenda e mora numa praia no litoral. Mas não compara o assentado, com sua condição anterior, de sem-terra, de sem-nada. Hoje, as condições de vida num assentamento garantem a todas as famílias: terra, trabalho o ano todo, escola para os filhos e comida na mesa.
Mas ainda não conseguimos mudar o padrão da renda. E por isso, apresentaremos ao novo governo uma proposta de mudanças que esteja fundado na organização de cooperativas e agroindústria, única maneira de aumentar a renda agrícola. Quem vende matéria prima, nunca vai melhorar de vida. Então o sem terra era miserável, conquistou a terra e agora é um pobre com dignidade.

A violência, que muitos acusam de ser praticada pelo MST nas suas atuações de invasão, é um instrumento aceitável na luta pelo acesso á terra no Brasil?
O MST é contra qualquer forma de violência. No campo quem pratica a violência histórica, estrutural e até física contra os trabalhadores, sempre foram os grandes proprietários e seus prepostos. Organizar os trabalhadores e fazer lutas massivas é, pelo contrário, uma forma de proteger os trabalhadores da violência , que os exclui de todos os direitos democráticos. E é uma forma de transformar a luta contra opressão e exploração, não um caso pessoal ou de violência, mas uma luta social.
A mobilização social, em passeatas, em ocupações de terra, não é um ato violento, é uma necessidade, é um direito social. Por isso seguiremos organizando os trabalhadores para que façam a luta social, para que continuem ocupando os latifúndios improdutivos. E com isso pressionamos e ajudamos ao governo a cumprir a lei maior que é a Constituição. Sem luta social jamais haverá justiça social.

O MST pode, um dia, se transformar em partido político?
Jamais.

Por quê?
O dia que o movimento virasse partido acabaria. Pois sua natureza é organizar trabalhadores para lutarem pela reforma agrária, combater a pobreza no campo e construir uma sociedade mais justa. Os partidos têm outra natureza, justa, de disputa de programas, de disputa dos espaços públicos.

O MST está rachado? O que representa o movimento liderado por José Rainha, especialmente no interior de São Paulo?
De forma alguma (está rachado). Mas o MST não é um movimento monolítico. Nem queremos ter a exclusividade da luta pela terra e pela reforma agrária. Quanto mais trabalhadores se organizarem e lutarem pela terra e pela reforma agrária, melhor. No caso do Zé rainha, ele era nosso militante no Pontal do Paranapanema, mas em determinado momento da vida achou melhor se separar e organizar seu próprio movimento, que ele agora chama de MST pela Base. Nós achamos que ele tem todo direito.

A agricultura, no conceito que é pensada pelo MST, é incompatível com o agronegócio? Há chances de os interesses de ambos convergirem algum dia e em alguma situação?
O agronegócio e a agricultura familiar são incompatíveis, enquanto proposta de formas de você organizar a produção de alimentos. Eles são incompatíveis, porque o agronegócio defende o monocultivo, nós a policultura. Eles usam venenos, cada vez mais, nós defendemos a agroecologia. Eles usam máquina, nós queremos usar pequenas máquinas e fixar a mão-de-obra no campo. Eles praticam técnicas agressoras do meio ambiente, nós defendemos técnicas em equilibro com o meio ambiente. Eles querem lucro, nós queremos produzir alimentos saudáveis. Eles querem produzir commodities para entregar para as empresas transnacionais exportarem, nós queremos priorizar cooperativas, a Conab e o mercado interno. Eles concentram a renda. Nós distribuímos entre todos pequenos agricultores. Os proprietários do agronegócio moram na cidade, longe do campo. Os camponeses moram em cima de sua terra. Essa é a incompatibilidade de projetos de sociedade.

Haverá ‘Abril Vermelho’ em 2011?
Nossa luta pela reforma agrária deve ser permanente. No entanto, em abril de 1996, houve o massacre de Carajás em que foram assassinados 19 companheiros, e alguns meses depois perdemos mais dois, além de outros 69 feridos que ficaram incapacitados para o trabalho agrícola. Até hoje não houve nenhuma punição. Ninguém foi preso. É uma obrigação honrarmos a memória desses mártires do campo, com mais mobilizações.
E o próprio governo Fernando Henrique Cardoso, envergonhado com o massacre que as forças conservadoras fizeram no seu governo, antes de deixar o cargo assinou um decreto instituindo dia 17 de abril, dia nacional de luta pela reforma agrária. De modo que agora é até lei, uma obrigação em abril aumentarmos a luta pela reforma agrária. E certamente nos mobilizaremos em todo País, e até no exterior, pois a Via Campesina transformou dia 17 de abril no dia internacional de luta camponesa.

Qual a expectativa de mudança com Dilma Rousseff, que o MST, sendo anti-Serra, acabou apoiando na última campanha eleitoral?
Nossa expectativa é positiva, porque houve uma disputa nas últimas eleições entre os dois blocos de classe e de programa político. De um lado um setor da burguesia aliado com os interesses do capital americano, queria a volta do neoliberalismo, o neocolonialismo. E tinha como porta-vozes a candidatura José Serra (do PSDB).
A vitória da Dilma foi a vitória de uma coalizão de classes que reuniu setores da burguesia brasileira, da classe média e a ampla maioria da classe trabalhadora e dos pobres. Então, a disputa ideológica que houve nas eleições e a derrota do projeto das elites construiu uma correlação de forças para o governo Dilma avançar mais rapidamente para um projeto, que ela mesmo chamou de neo-desenvolvimentismo, que seria a combinação de políticas de desenvolvimento nacional com o combate a pobreza.

Qual reforma política o MST defende? Se é que defende alguma...
É evidente que a democracia e, sobretudo, o regime político no Brasil é capenga e manipulado. Precisamos aperfeiçoá-lo permanentemente. O MST, e os movimentos sociais do campo, estamos articulados com outros movimentos, com as centrais sindicais, com a OAB e com a CNBB, para apresentar uma proposta ampla de reforma política. E nessa proposta um dos elementos centrais deve ser criar mecanismos em que o povo tenha de fato o maior poder possível para decidir.
Assim, o povo precisa ter o direito de convocar plebiscitos sobre qualquer tema que considerar importante para a sociedade, por exemplo, para revogação de mandatos de qualquer eleito que traiu o programa. Temos que ter fidelidade partidária e votação em lista dos partidos, para que o povo vote em programas e não em pessoas, iludidos pela propaganda ou pelo dinheiro. Ter unicamente financiamento público de campanha e proibir qualquer doação privada com pena de cassação da candidatura.
Enfim, há muitas propostas interessantes sendo recolhidas e esperamos que nesse ano haja um debate intenso na sociedade. E depois que as propostas sejam consolidadas, deve haver um plebiscito nacional, para que o povo voto sobre cada um das propostas.

Existe algum temor de retrocesso, com Dilma, na política brasileira para América Latina e, em especial, a América do Sul?
De forma alguma. Acho até que o governo Dilma, como disse antes, pela correlação das forças que o apoia, pode fazer uma política externa ainda mais ousada. A imprensa burguesa é que vem pautando esse tema, dizendo que a Dilma está recuando em relação a política do Lula, como uma forma de pressioná-la a recuar mesmo. Já que toda grande imprensa brasileira, como a Globo, Estadão, revistas semanais como a Veja, estão alinhados com os interesses do imperialismo americano. E são opositores da política externa desenvolvida pelo governo brasileiro nos últimos oito anos.

Qual avaliação o senhor faz da recente visita do presidente dos EUA, Barack Obama?
Uma vergonha. O governo dos Estados Unidos perdeu muito espaço na América Latina e no Brasil nos últimos dez anos, desde a eleição do Chavez em 1999 na Venezuela. Bush era um idiota e militarista. Agora, Obama quer usar seu carisma, para recolonizar as ex-colônias. Mas acho que é tarde. O mundo mudou. A correlação de forças internacionais mudou. O império americano começou a descer a ladeira. Se sustenta apenas no dólar e na força militar.
Sua viagem foi uma tentativa de disputar aqui no Brasil apenas as reservas de pré-sal e o etanol para as empresas e os interesses americanos.. Mas o povo brasileiro não é bobo. E o governo Dilma tampouco. Eles queriam, por exemplo, reunir 500 mil puxa-sacos para ouvir um discurso em inglês em plena Cinelândia. Tiveram que cancelar, quando as pesquisas de opinião revelaram que ele era apenas mais um. E teve que se contentar em falar para apenas 500 puxa-sacos da elite carioca que foram no teatro municipal.
Os governos e os povos da América Latina, ao contrário, estamos construindo mecanismo de integração continental e popular, cada vez mais importantes, para fugir da dependência dos Estados unidos. E nosso maior parceiro comercial, por exemplo, agora é a China... e a América Latina.

Perfil
Natural de Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul, onde nasceu em 25 de dezembro de 1953, é formado em economia pela PUC, de Porto Alegre, além de ter pós-graduação na Universidade Autônoma do México. Um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), até hoje se mantém como um dos seus coordenadores nacionais. Filho de pequenos agricultores originários da província de Trento, Itália, reside atualmente em São Paulo. Participa desde o ano de 1979 das atividades da luta pela reforma agrária, no MST e na Via Campesina Brasil.

Números
24 Estados
O MST está organizado em quase todo o território brasileiro.
27 anos
O MST foi criado no ano de 1984, no interior do Paraná.

Fonte: Site do MST

quarta-feira

Site da ASA Brasil destaca: Impactos do agronegócio e dos agrotóxicos

Na última terça-feira, dia 29, foi realizado o seminário estadual no Rio Grande do Norte para debater sobre os impactos do agronegócio e dos agrotóxicos na saúde, no trabalho e no meio ambiente. O local do evento foi na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município de Apodi. O objetivo da atividade era reunir movimentos sociais, entidades, comunidades atingidas pelos grandes projetos instalados na região, estudantes e pesquisadores para ampliar a discussão sobre o tema e pensar ações que visem o combate à utilização dos agrotóxicos no estado do Rio Grande do Norte.
Contra os Agrotóxicos e em defesa da Soberania Alimentar - Desde 2008, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Grandes empresas utilizam vários tipos de veneno que, inclusive, são produtos proibidos em outros países, mas que são utilizados livremente no Brasil. De acordo com o último Censo agropecuário, realizado em 2006, cerca de 80% dos grandes proprietários rurais usam veneno em suas plantações. Só em 2009, foram mais de 1 bilhão de litros de veneno utilizados nas lavouras do Brasil. As consequências para a saúde da população do campo e da cidade são desastrosas. Para as entidades que defendem a criação de condições para a convivência com o Seminário, as altas taxas de consumo estão relacionadas ao modelo de produção implementado no país, o agro-hidronegócio.
Contexto da Região do Apodi - Está previsto para ser instalado, na Chapada do Apodi (RN), um perímetro irrigado com capacidade para irrigar até 10 mil hectares destinados à fruticultura. Esse projeto, patrocinado pelo Governo Federal através do DNOCS, é uma extensão do perímetro irrigado de Limoeiro e Russas no Ceará – que compreende também a Chapada do Apodi.
No estado do Ceará, as comunidades afetadas por este perímetro irrigado praticamente desapareceram, apenas algumas famílias permanecem resistindo e sofrendo as consequências do avanço do projeto. Recentemente, um grupo de pesquisadores do Núcleo Trabalho, Meio Ambiente e Saúde para a Sustentabilidade (Tramas), da Universidade Federal do Ceará (UFC) realizou uma vasta pesquisa sobre os impactos dos agrotóxicos naquela região. O resultado é assustador: foi identificada uma grande incidência de pessoas acometidas de câncer, com registros de várias mortes associadas ao contato com os agrotóxicos, contaminação do lençol freático, contaminação do solo, etc.
Na região da Chapada do Apodi, além de afetarem a saúde das famílias, o avanço do agronegócio e dos agrotóxicos ameaça violentamente os que lutam em defesa do meio ambiente e das comunidades atingidas. Foi nesta região que, em 21 de abril de 2010, o trabalhador rural e ambientalista José Maria foi assassinado. O crime está sendo relacionado ao fato de ele ter denunciado, inúmeras vezes, a degradação provocada pelas grandes empresas que lá estão instaladas.
Para Nilton Júnior, da Equipe da CPT em Mossoró, “já precavendo o que poderá vir a acontecer na região, estamos contribuindo com a mobilização das famílias que poderão ser afetadas e a população em geral para combater os danos que esse modelo provoca”. O integrante da CPT ressalta ainda que “em contraposição a este cenário, nas comunidades da chapada do Apodi estão ocorrendo diversas experiências bem sucedidas de agricultura familiar agroecológicas através dos Projetos de Assentamentos e de comunidades”. Apicultura e caprinocultura manejada, manejo da caatinga, hortas orgânicas, produção de polpas de frutas da região são alguns exemplos e que poderão desaparecer caso o projeto seja instalado.
No Seminário, aconteceram mesas redondas sobre a temática. A Atividade foi realizada pelo STR Apodi, Comissão Pastoral da Terra-CPT RN, ASA Potiguar, GVAA (Grupo Verde de Agricultura Alternativa), Núcleo TRAMAS (Trabalho, Meio ambiente e Saúde para a Sustentabilidade) da UFC (Universidade Federal do Ceara) e pelo Grupo de Pesquisa Marcos Teóricos Metodológicos Reorientadores da Educação e do Trabalho em Saúde da UERN (Universidade Estadual do RN), com o apoio da Heifer.

Por: Tárzia Medeiros - Comunicadora Popular da ASA
Natal - RN
 Fonte: Site da ASA

Saiba mais sobre o Ciclo de Palestra debate cultivo do arroz.

A produção do arroz vermelho na região oeste potiguar é tema de um Ciclo de Palestra que a Universidade Federal Rural do Semi-Árido estará promovendo na próxima quinta-feira, 31, em Apodi.
O Ciclo de Palestras é uma ação do projeto de pesquisa coordenado pelo professor da UFERSA, Neyton Miranda, com a proposta de organizar a cadeia produtiva do arroz vermelho naquele município.
O Ciclo da Palestra será realizado das 9 às 11h, na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Apodi. Além da UFERSA, a ação é uma realização da Embrapa e do CNPq, financiador do projeto.
Na ocasião, serão proferidas duas palestras. A primeira sobre “A importância da cadeia produtiva de arroz vermelho para a compra governamental e a perspectiva de comercialização para 2011”, com o pesquisador da Embrapa e representante da Companhia Nacional de Abastecimento do RN, José Almeida Pereira.
Já a segunda vai abordar o trabalho de pesquisa “Avaliação, introdução e difusão de cultivares de arroz de tipos especiais e tecnologia para produção no Vale do Apodi”, com o professor da UFERSA, Dr. Neyton Oliveira Miranda.

MOSSORÓ - “Tipos especiais de arroz na qualidade de grãos” é o tema da palestra que o pesquisador da Embrapa – Meio Norte (Teresina-PI), José de Almeida Pereira, profere na Universidade Federal Rural do Semi-Árido, em Mossoró, no próximo dia primeiro de abril.
A palestra, que tem como público alvo professores e estudantes da graduação e da pós-graduação e demais profissionais que atuam nas áreas das ciências agrárias, irá acontecer a partir das 10h da manhã, no Mini-auditório do Prédio Central da UFERSA.

*Outras informações sobre o evento com o agrônomo, José Flaviano Barbosa Lira, no telefone: 9406-4906.
Fonte: Site da UFERSA

Amanhã (31) estará acontecendo Importante Evento para a cadeia Produtiva do Arroz de Apodi e Região.

PALESTRA SOBRE A CADEIA PRODUTIVA DO ARROZ VERMELHO.

Edimar Filho (SEAPAC) e Flaviano Barboza (Engº.
Agr. Bolsista CNPQ/COOPERVIDA)Lançando o Convite
 na Reunião do Fórum da Agricultura Familiar



No dia 31 de Março está programado pra acontecer uma importante palestra sobre a Cadeia Produtiva de Arroz Vermelho de Apodi que é um forte potencial da Agricultura Familiar deste município que traz como temática “Avaliação, Introdução e Difusão de Cultivares de Arroz de tipos especiais e Tecnologia para produção no Vale do Apodi”. O local onde irá realizar-se essa palestra será no Auditório do STTR de Apodi a partir da 09h00min que contará com dois Palestrantes: JOSÉ ALMEIDA PEREIRA (Pesquisador da EMBRAPA) e o Prof. Dr. NEYTON OLIVEIRA MIRANDA (UFERSA).
Essa é uma iniciativa de Várias Organizações que objetivam melhorar e fortalecer a Cadeia Produtiva do Arroz Vermelho de nosso município, que são: a UFERSA, o STTR de Apodi, o SEAPAC, a APAVA, a COOPERVIDA e a Associação da Comunidade de Reforma.
Portanto, sua presença é de fundamental importância que com certeza contribuirá significativamente para os avanços da Agricultura Familiar de Apodi, marque na sua agenda;
DATA: 31/03/2011
HORÁRIO: 09h00min às 11h30min
LOCAL: Auditório do Sindicato dos (as) Trabalhadores (as) de Apodi.  
PALESTRANTES: José Almeida Pereira (Pesquisador da EMBRAPA)
Prof. Dr. Neyton Oliveira Miranda (UFERSA).
 
Postado por: Agnaldo Fernandes

DESTAQUE: Agricultores preocupados com agrotóxicos

AUDITÓRIO DO STTR DE APODI LOTADO.
É bem verdade que os índices de poluição por agrotóxico nas regiões exploradas pela agricultura irrigada alcançaram níveis preocupantes para a comunidade científica. Em Apodi, se houver uma solução, esta virá por iniciativa dos próprios agricultores. O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi, Pastoral da Terra, entre outros órgãos, uniram-se para realizar um seminário para tratar especificamente do assunto.
A programação começou no dia 22 de março, com os agricultores não só de Apodi, mas de todas as regiões com produção na área de fruticultura presentes. Eles construíram mapas cartográficos, atualizando as informações sobre a produção agrícola irrigada na região. Os debates contaram também com especialistas da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), na pessoa do professor Daniel Valence.
Havia mais de 250 pessoas no seminário, que teve a sua programação principal neste dia 29 de março, com a palestra de uma das maiores autoridades no comunidade científica neste setor, a professora-doutora Raquel Rigotto, médica e doutora em Sociologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenadora do Núcleo de Trabalho, Meio Ambiente e Saúde para a Sustentabilidade (TRAMAS).
Raquel Rigotto coordena vários grupos de pesquisa de solo e na água, assim como na saúde das famílias que moram na região da Chapada do Apodi, no lado do Ceará, precisamente nas cidades de Limoeiro do Norte. No seminário, a professora mostrou números que deixaram os agricultores preocupados, tratando a respeito das conseqüências que os trabalhadores terão com a exploração das reservas naturais por grandes grupos internacionais na produção da fruticultura irrigada usando altas doses de agrotóxicos.
Segundo a enfermeira Andressa Graciela Veríssimo Pontes, mestranda em Saúde Pública pela UFC, que também participou do evento, a parte mais importante foi que a iniciativa, a preocupação com a exploração das reservas naturais partiu dos próprios agricultores. "É esta a grande diferença. Saindo deles a procura por informações, acreditamos que os resultados são mais proveitosos. Tivemos uma conversa com eles muito proveitosa", destaca Andressa.
Andressa contou que, além dos agricultores e pesquisadores da UFC, também se fizeram presentes autoridades do setor de Saúde de Apodi e representantes do Sistema Único de Saúde. "De modo que os debates foram por demais proveitosos para a saúde do homem do campo. Torcemos para que este debate se estenda para o restante do Estado, considerando a importância da aquisição do conhecimento para o avanço saudável do homem", finaliza.
Fonte: Jornal De Fato.

DAQUI A POUCO INICIA-SE ENCONTRO TERRITORIAL: A IMPORTÂNCIA DA ATER PARA O FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR

Objetivo: Mobilizar agricultores (as) e sociedade civil para debater a situação e perspectivas da assessoria técnica para a Agricultura Familiar, no estado do Rio Grande do Norte.

PROGRAMAÇÃO
Dia: 30/03 Quarta-feira
Local: STR Apodi.
7h às 8h30 Credenciamento
8h30 às 9h00 Abertura do evento: Vídeo Semeando Agroecologia. REDE Pardal/AVSF/UE.
9h00 às 10h45 Mesa de debate: Panorama atual da Assessoria Técnica para a Agricultura familiar no RN.
10h45 às 11h00 Intervalo
11h00 às 12h30 Mesa de debate: A Política de Assessoria Técnica a Agricultura familiar no RN.
12h30 às 14h00 Intervalo para almoço
14h00 às 15h30 Mesa de debate: Caminhos para a Assessoria Técnica a Agricultura familiar no RN.
15h30 às 17h00 Encaminhamentos e Encerramento.

terça-feira

EM TEMPO REAL: IMAGENS DO SEMINÁRIO: IMPACTO DO AGRONEGÓCIO/AGROTÓXICOS NA SAÚDE, NO TRABALHO E NO AMBIENTE.








Logo maisTraremos todas as Informações do Grande Seminário que vai acontecer Hoje em Apodi

No Decorrer do dia de Hoje (29) estaremos postando todas as Informações do Seminário Impacto do Agronegócio/Agrotóxico na Saúde, no Trabalho e no Ambiente. Esta previsto a participção de verca de 350 pessoas neste Evento ue tem ganhado conotações de Nível Nacional. São boas as espectativas para a relização deste ato. Portanto, acessem o NOTICIAS DO CAMPO ue durnte todo o dia estará trzendo postagens em tempo real.

Postado por: Agnaldo Fernandes

segunda-feira

AMANHÃ 29 DE MARÇO É O GRANDE DIA.


Amanhã 29 de Março de 2011 é o Grande dia de Apodi e Região dizer ao modelo cruel e esmagador impregnado pelo agronegócio que esta associado de forma direta com o uso excessivo dos agrotóxicos na Agricultura Brasileira.
Segundo a Coordenação do Seminário: Impactos do Agronegócio/Agrotóxicos na Saúde, no Trabalho e no Meio Ambiente; já estão confirmados 350 participantes neste Evento que está tendo destaque a Nível Nacional.
Além dos Agricultores (as) Familiares de Apodi e Região, várias outras autoridades confirmaram presença, assim como Profissionais da Saúde de Apodi e Região. O universo acadêmico também se fará presentes por vários estudantes da UERN, UFERSA, IFRN. Lideranças Religiosas também prestigiaram o Evento, inclusive O Bispo Diocesano de Mossoró Dom Mariano Manzana.
Em fim, amanhã é a oportunidade de Apodi e Região discutirem e mostrar para todos (as) que para o nosso Município e Região ser referência nas questões de Produção não precisa se render ao modelo do agronegócio que se instalam em nossa região por meio de em “projeto fajuto e mascarado”.
Continuaremos firmes e fortes nessa luta, portanto é de suma importância a sua presença amanhã no Auditório do STTR de Apodi a partir das 8h00min.
Postado por: Agnaldo Fernandes  

GRANDE REPERCUSSÃO DO SEMINÁRIO: IMPACTOS DO AGRONEGÓCIO/AGROTÓXICO NA SAÚDE, NO TRABALHO E NO AMBIENTE.

Júnior da CPT e Edílson Neto

Agora a pouco Edílson Neto e Júnior da CPT estiveram participando do Programa Rádio Cidadania na FM Vida da Cidade de Martins/RN, objetivando reforçar o convite para todos (as) Interessados a participarem amanhã do SEMINÁRIO: IMPACTOS DO AGRONEGÓCIO/AGROTÓXICO NA SAÚDE, NO TRABALHO E NO AMBIENTE. Tendo em vista que Evento contará com a presença de pessoas advindas de todas as partes do Rio Grande do Norte. Na oportunidade também foi reforçado a importância da força da produção da Agricultura Familiar sem a necessidade do uso excessivo dos Agrotóxicos. 
O Evento ainda está sendo divulgado em toda a Imprensa Potiguar e nacional, por meio de Programas de Rádios e Vários sites e Blogs.
Portanto amanhã é dia dizer não ao Agronegócio/Agrotóxico em Apodi.
Postado por: Agnaldo Fernandes