quinta-feira

O próprio DNOCS reconhece que seu modelo de irrigar não é para Pequenos.

Dnocs refuta solicitação do MST sobre perímetro Jaguaribe-Apodi

Agricultura

Diretor do departamento declarou não ter intenção de misturar projetos de irrigação existentes com modelo pleiteado.
O diretor do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Emerson Fernandes Daniel Júnior, assegurou ao presidente da Federação das Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi (Fapija), Raimundo César dos Santos (Alemão), que não pretende misturar projetos de irrigação existentes com outro modelo pleiteado pelo Movimento dos Sem Terra (MST), apesar de ser favorável à agricultura familiar na irrigação. “A segunda etapa do projeto Jaguaribe Apodi é uma continuidade da primeira”, disse ele ao receber uma delegação da Fapija na última terça-feira (13).
Emerson Daniel afirmou que o MST não precisava invadir o projeto de irrigação Jaguaribe-Apodi para pedir uma agenda para reunião no Dnocs. O diretor geral diferenciou o pleito do MST de um projeto viável que dá resultado. “Em hipótese alguma pode misturar atividades da Fapija e estas outras”, assinalou. O diretor geral lembrou que o Dnocs já liberou 20.957 hectares para o Incra que foram destinados a assentamentos em perímetros irrigados de diversos estados.

“Não pode misturar os dois modelos porque vocês estão pagando as tarifas K1, K2 e energia, mas é possível fazer um novo modelo de irrigação para atender a agricultura familiar num projeto específico”, disse ele. Conforme o executivo do Dnocs, a agenda com o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, foi pedida para o dia 22 de maio por solicitação do MST para tratar do pleito relacionado ao Jaguaribe Apodi, mas ainda não teve confirmação.

Alemão relatou que pediu a liminar ao juiz, que concedeu a reintegração de posse, porém ainda não foi cumprida. O presidente da Fapija acrescentou que vai informar ao juiz que os manifestantes do MST, que ocuparam uma área no projeto de irrigação Jaguaribe-Apodi estenderam uma corda na estrada e exigem que o irrigante diga a onde vai, e também em momentos travam as comportas, o canal desperdiça água e interrompe a irrigação para as culturas.

O projeto de irrigação é mantido por 324 produtores que exploram lotes de quatro a 16 hectares e paga por mês R$ 350 mil a R$ 400 mil de energia elétrica, disse Alemão. “Este é um projeto caro, com um custo altíssimo que leva água do rio Jaguaribe para a chapada do Apodi com 110 metros de altura, bombeada com um motor de 2.850 C.V.”, afirmou.

O perímetro em 2013 faturou R$ 95 milhões, informou o gerente executivo, Karlos Welby. O valor inclui também as vendas das empresas que recebem água pelo Jaguaribe-Apodi. O empresário Edson Brok, da Tropical Nordeste, disse que já vê mudança no bananal depois de uma semana sem irrigação em pleno pico da exportação, quando a interrupção da água se deu e não pode se preparar.

A empresa mantém 342 trabalhadores e na terça-feira 17 deles ficaram retidos no bloqueio do MST. Mas foram trabalhar à tarde, ele relatou. Mesmo com a movimentação que quebrou a rotina do projeto de irrigação, na sexta-feira a Tropical conseguiu embalar 7.840 caixas de banana para exportação, informou o empresário.

Edson Brok lembrou que quando se estabeleceu no entorno do Jaguaribe-Apodi, há 17 anos, a segunda etapa do perímetro já estava lá, sem licitação. Segundo Karlos Welby, o Dnocs e o Ministério da Integração Nacional solicitam recursos para a segunda etapa do projeto, mas o Ministério do Planejamento não liberou dinheiro. “O que atrapalha é a falta de uma solução definitiva. Veem uma brecha, que a área está parada e vão lá”, disse ele com relação à ocupação, e pediu uma solução, indicando a inclusão na nova etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3).

Quinta-feira (15), na reunião do Ministério do Planejamento agendada para as 15 às 20 horas, Emerson Daniel disse que vai defender a inclusão do pleito do Jaguaribe Apodi no PAC 3. O empresário João Teixeira, da Frutacor, lembrou do então cardeal arcebispo de Fortaleza, dom Aloisio Lorscheider, que mediava este tipo de conflito, sugeriu que o Dnocs precisa ter profissionais de mediação para intervir nestas circunstâncias e recomendou chamar o deputado Eudes Xavier para intermediar o diálogo.

A chefe de gabinete do Dnocs Raquel Pontes, por sua vez, recomendou à Fapija que procure não acirrar os ânimos dos irrigantes. Os vereadores José Lins Guerra e Chico Baltazar, que participaram da audiência com o empresário Luis Carlos Almeida de Castro, produtor de sementes, enfatizaram que o cumprimento da ação judicial de reintegração de posse não pode demorar porque além dos manifestantes trazidos de outros municípios, os moradores da região estão sendo atraídos com a notícia de distribuição de terras. Os vereadores observaram que moradores com terras que eram irrigadas com poço, agora que a água secou aderiram à manifestação do MST.

Fonte:
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
 

terça-feira

MST mobiliza 19 estados e ocupa mais de 60 terras e prédios públicos em jornada de lutas.

A Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária já mobilizou 19 estados e o DF, além de ações na Itália, Inglaterra, Espanha e EUA. Foram realizadas mais de 60 ocupações de terra, prédios públicos e trancamento rodovias. O MST também promoveu marchas em pelo menos quatro capitais (São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e Recife). A reação do latifúndio foi imediata: três militantes do MST foram assassinados em menos de uma semana, um no Paraná e dois no Rio Grande do Norte, além de três
 
Sem Terra feridos à bala no Ceará.
 
Em São Paulo, mais de 1500 pessoas do MST, que chegaram em marcha na capital paulista, ocuparam o prédio da empresa Odebrecht, na região do Butantã, zona oeste, na manhã desta quinta-feira. A ação construída em conjunto com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) visa denunciar a atuação da empresa que gera impactos à vida da população do campo e da cidade.

Na Bahia, a marcha, que saiu de Camaçari, chegou hoje (08/5) em Salvador. Os mais de três mil Sem Terras acamparam em frente da sede do INCRA na capital baiana. Os Sem Terra reivindicam a apuração do assassinato de Fábio Santos, militante do Movimento assassinado no dia 2 de abril de 2013, na cidade de Iguaí e a agilidade na Reforma Agrária.

A Jornada denuncia a estagnação da Reforma Agrária nos últimos três anos, exigindo um plano emergencial do governo federal para o assentamento das mais de 100 mil famílias acampadas, a paralisação do Programa Nacional de Habitação Rural, a reivindicação de um novo crédito para a agricultura familiar, a ampliação e fortalecimento de programas de compra de alimento direto dos assentados (PAA e Pnae), a retirada do tema da titulação dos assentados da MP 636 e medidas que garantam educação nos assentamentos.

RN
Nesta terça-feira (06/05), após uma mobilização na qual se encontravam 500 trabalhadores acampados da região de Apodi, dois Sem Terra foram executados.  Dois homens em uma moto preta sem placa abordaram os dois militantes atiram. Ainda não se tem noticias dos assassinos, que fugiram imediatamente. As vítimas são Francisco Laci Gurgel Fernandes, de 34 anos, mais conhecido por Chacal, e Francisco Alcivan Nunes de Paiva, de 46 anos, o Civan. Os Sem Terras estavam há oito meses no acampamento Edivan Pinto. Os crimes aconteceram em uma área de acampamento na qual também está sendo construído o perímetro irrigado do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), área onde os Sem Terra sofrem ameaças constantes de jagunços armados e seguranças da empresa que faz a obra. No último dia 05 de maio, cerca de 500 pessoas do MST trancaram a rodovia BR 304, que liga a cidade de Natal a Mossoró, no Rio Grande do Norte. 

PR
Na noite do dia 04/5, o militante do MST Valdair Roque, conhecido popularmente como “Sopa”, foi assassinado no assentamento Sétimo Garibaldi, município de Terra Rica, noroeste do Paraná. Sopa foi alvo de uma de emboscada na porta de sua casa, quando o agricultor assentado estava acompanhado de seu filho de sete anos. Por sua atuação destacada na luta pela Reforma Agrária na região, por várias vezes, Sopa tornou-se alvo da ira dos latifundiários e de outras forças políticas na região.

No dia 01/5, 300 famílias comemoraram o dia do trabalhador com o lançamento oficial de um acampamento, localizado na comunidade Arapongas, divisa com a comunidade São Francisco, no Assentamento Ireno Alves dos Santos.  No dia 29/4, cerca de 600 militantes do MST ocuparam a Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal, no centro de Curitiba. Os Sem Terra cobraram do governo federal a liberação de recursos para a construção de 1.456 casas nos novos assentamentos, e a reforma de outras 16.963 casas nos assentamentos mais antigos do Paraná. Pela manhã, os trabalhadores rurais participaram de um ato em apoio à greve dos professores e funcionários da rede estadual de ensino público.  

RO

Cerca de 1300 trabalhadores rurais Sem Terra ocuparam seis prefeituras municipais no estado de Rondônia, na última quinta-feira (8). Com a ação, os Sem Terra pretenderam trazer para a sociedade a luta pela Reforma Agrária Popular, integrando as pautas locais de cada município com as estaduais. Os Sem Terra reivindicam melhorias em estradas, educação e saúde para as pessoas que vivem em acampamentos e assentamentos no país.
Luiz Roberto de Oliveira, que faz parte da coordenação estadual do MST, explica que em Ariquemes existem quatro assentamentos e um acampamento, e que as reivindicações atingem todas as esferas do governo. “Aqui no município pedimos, principalmente, melhorias na educação, saúde e estradas. Já marcamos uma audiência com o prefeito para discutir os assuntos”, conclui.

CE
Em Limoeiro do Norte, cerca de 1000 trabalhadores de diversos movimentos sociais ocuparam o perímetro irrigado na chapada do Apodi. Segundo os movimentos sociais, dos 10 mil hectares do projeto de irrigação, quatro mil estão invadidos e grilados por empresas nacionais e transnacionais do agronegócio. As organizações exigem a retomada dessas áreas pelas famílias camponesas.

Já no município de Ibaretama, 400 famílias ligadas ao MST fecharam a rodovia CE-060, conhecida como rodovia do algodão. Os manifestantes repudiam a ação cometida por jagunços no dia 02/5, quando três Sem Terra foram feridos após ataque de pistoleiros. Um dos feridos está hospitalizado em estado grave. Desde o dia 22 de abril, 237 famílias do MST acampam em frente à Fazenda Bonito e reivindicam a desapropriação desta e outras áreas, além da construção de 200 casas para os assentados.

Na mesma data, famílias organizadas pelo MST junto ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município de Quixeramobim (CE) também ocuparam a Fazenda Boa Vista. Outras 100 famílias ocuparam a fazenda Viana, no município de Itarema.

BA
Cerca de três mil militantes do MST de todo o estado baiano saíram em marcha nesta terça-feira (06/5) da cidade de Camaçari em direção à Salvador. Após a marcha, nesta quinta-feira (8), os Trabalhadores Rurais Sem Terra ocuparam o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) após marcharem do município de Camaçari a Salvador

Os Sem Terra reivindicam a apuração do assassinato de Fábio Santos, militante do Movimento assassinado no dia 2 de abril de 2013, na cidade de Iguaí, com nove tiros, além de maior agilidade no andamento da Reforma Agrária. No dia 29/4, cerca de 400 famílias do oeste, norte e nordeste da Bahia ocupam o Projeto de irrigação do Baixo de Irecê, no município de Xique-Xique, próximo a comunidade Boa Vista. A ocupação visa garantir que os pequenos agricultores e Sem Terra que residem ao redor do empreendimento tenham acesso à terra e a água, concentrados nos canais da empresa.

SP
No dia 06/5, mais de 1000 Sem Terras saíram em marcha da cidade de Itapevi, rumo à cidade de São Paulo.  A Marcha pela Reforma Agrária Luiz Beltrame busca pressionar os governos federal e estadual a agilizarem as políticas referentes à Reforma Agrária, além de dialogar com a população das cidades sobre a importância da luta dos Sem Terra e fazer a denúncia do modelo do agronegócio. Nesta quinta, os marchantes se juntaram ao MTST e ocuparam o prédio da empresa Odebrecht, na região do Butantã. 

Cerca de 450 famílias do MST reocuparam no dia 01/5 a Fazenda Martinópolis, no município de Serrana, interior do estado de São Paulo. É a 11° vez que os Sem Terra ocupam a fazenda. O último despejo da área aconteceu no começo do mês de abril. Na ocasião, o arcebispo da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Dom Moacir Silva, visitou as famílias e declarou apoio à luta.

AL
Duas agências da Caixa Econômica Federal foram ocupadas pelos Sem Terra no dia 29/4 em defesa do fortalecimento da política de habitação rural: as de Atalaia e de Piranhas. Na tarde desta terça, o Movimento também se reúne com o Governador Teotônio Vilela Filho, no Palácio República dos Palmares.

No dia 14/04, cerca de 800 trabalhadores do MST bloquearam o acesso ao canteiro de obras do Canal do Sertão de Alagoas, no município de Inhapi. No mesmo dia, também foi ocupado o Departamento de Estradas e Rodagens (DER-AL) e as prefeituras de Olho D’Água do Casado, Pão de Açúcar e Flexeiras.

Em Maceió, foi erguido um acampamento com cerca de 1000 Sem Terra no começo das mobilizações em Alagoas, onde realizaram uma série de negociações com o poder público sobre as pautas dos Sem Terra no estado.

DF
No dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária (17 de abril), cerca de 500 trabalhadores e trabalhadoras do MST do Distrito Federal e Entorno bloquearam trechos das rodovias BR 020 (Belém-Brasília), entre os municípios Planaltina (DF) e Formosa (GO), na altura do quilômetro 43, e a BR 070, sentido Águas Lindas de Goiás.

GO
Mais de dois mil camponeses, organizados no Movimento Camponês Popular (MCP), MST, Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg) ocuparam, em Goiânia, o prédio da Secretaria da Fazenda nesta terça-feira (06/5).  A atividade faz parte do Levante Unitário do Campo em Goiás, que tem objetivo de cobrar a promessa do governador Marconi Perillo de aprovar a Lei da Agricultura Familiar e Camponesa do estado.

MA
Na capital maranhense, em São Luis, mais de 1000 pessoas de diversas organizações do campo e a da cidade realizaram uma marcha contra a mineradora Vale, nesta quinta-feira (8). 

No dia 05/5, em São Luís, no Campus da UFMA, começou a etapa final do Seminário Carajás 30 Anos: resistências e mobilizações frente a projetos de desenvolvimento na Amazônia oriental. A atividade, que se estende até sexta-feira (09/05) recebe a presença de estudantes, pesquisadores, militantes sociais, povos tradicionais e atingidos por projetos de mineração de 11 países.

Em São Luís, cerca de 300 trabalhadores rurais organizados pelo MST ocuparam, na manhã do dia 30/4, a sede regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Os Sem Terra cobram desapropriações de novas áreas para a Reforma Agrária e melhores infraestrutura nos assentamentos, como estradas, escolas, energia e água. Outra pauta prioritária das famílias é a liberação de recursos para a continuidade de cursos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). No Maranhão, dois cursos de pedagogia estão praticamente parados, enquanto o curso de agronomia ainda não tem recurso para seu início.

MG
Cerca de 200 famílias do MST ocuparam uma Fazenda no município de Jampruca, em Minas Gerais, na manhã do último domingo (04/5). A terra foi adquirida pela empresa de celulose Fibria, com 46% de recursos públicos do BNDES. A empresa, que hoje se diz falida, não executou o projeto de plantio de eucalipto, deixando as terras improdutivas.

Cerca de 700 trabalhadores rurais Sem Terra ocuparam, no dia 30/4, a sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em Belo Horizonte. Os manifestantes reclamam do descaso do governo federal com a pauta da Reforma Agrária.  No dia 28/4, cerca de 400 trabalhadores e trabalhadoras rurais do MST mantinham as praças de pedágio da rodovia Fernão Dias (BR 381), na altura do município de Santo Antônio do

Amparo, abertas. Após 24h, os Sem Terra decidiram seguir para a capital mineira, onde cobraram do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) os compromissos assumidos que garantiram o encerramento da manifestação. 

No dia 14 de abril, cerca de 80 famílias Sem Terra ocuparam a Fazenda Renegado no município de Vazante, região Noroeste de Minas Gerais. A fazenda, que estava abandonada no momento da ocupação possui aproximadamente 2.000 hectares, está improdutiva e sem documento, ou seja, totalmente ilegal.

MS
A sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, amanheceu ocupada pelos movimentos sociais do campo no dia 5/5 como parte das atividades da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Além do Incra, os Sem Terra também ocuparam o Banco do Brasil, em Aquidauana, e trancaram as rodovias 163 (Itaquirai) e 267 (Nova Andradina). Os movimentos exigem a criação de mais assentamentos, maior agilidade do poder judiciário para liberar a desapropriação de terras, infraestrutura para os assentamentos, mais créditos, construções de casas, entre outros assuntos.

PA
Entre os dias 10 a 17 de abril, os jovens do MST realizaram o Acampamento Pedagógico da Juventude Camponesa “Oziel Alves Pereira”, na curva do “S”, em Eldorado dos Carajás (PA). O evento incluiu uma série de atividades culturais, como filmes, oficinas de dança, agitação e propaganda, teatro e percussão. Todas as tardes, exatamente às 17h, horário do genocídio contra os trabalhadores rurais Sem Terra, era realizado um ato na BR 155, palco do massacre.

PE
Cerca de 1500 Sem Terra já realizaram 10 ocupações de terras e Engenhos falidos em todo o estado de Pernambuco. Na manhã do dia 29/4, mais de 60 famílias ocuparam a Fazenda Paus Preto, em Floresta. No dia 28/4, em Vitória de Santo Antão, 220 famílias ocuparam o Engenho São Francisco, uma área da Usina Serra Grande. Além dessas áreas, também foi ocupado o Engenho Curupatí, da Usina Bulhões, em São Lourenço da Mata, o Engenho Moreno e uma antiga fábrica de roupas abandonada, em Moreno, o Engenho Cachoeira Cajóca, da Usina Nossa Senhora do Carmo, em Pombos, o Engenho Arranca e Almécega, na região Mata sul do estado, o Engenho Belo Horizonte, no município de Goiana e a Fazenda Papagaio, em Petrolândia. No dia 15/4, o MST também realizou uma grande marcha pelas ruas de Recife, para relembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás.

PB
 
Mais de 350 mulheres e crianças Sem Terra ocuparam a sede da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em João Pessoa (PB), durante a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária. A ação, que aconteceu na última quinta-feira (8), reivindica a suspensão da normativa que inviabilizou a entrega de bolos, doces e outros produtos produzido por grupos de mulheres nos assentamentos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). 
A sede do Caixa Econômica Federal de João Pessoa foi ocupada por cerca de 1.200 militantes do MST de várias regiões do estado nesta quarta-feira (07/5). A reivindicação pede a liberação de recursos para a construção das casas nos assentamentos rurais. Os Sem Terra da Paraíba ainda realizaram duas ocupações de terra na manhã do dia 29/4. Duzentas famílias ocuparam o perímetro irrigado das Vazias de Souza, no município de Souza. Trata-se de um projeto do governo do estado que estava para ser licitada. Outras 50 famílias ocuparam uma fazenda de 740 hectares na cidade de Olho D´Agua. 

RS
No dia 05/5, cerca de 50 famílias do MST iniciaram a organização do Acampamento Dom Tomás Balduíno, às margens da BR 290, km 132, entre os municípios de Eldorado do Sul e Arroio dos Ratos, na região metropolitana de Porto Alegre (RS). No dia 28/4, cerca de 800 famílias do MST e do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) ocuparam cinco fazendas, enquanto mais de 2 mil trabalhadores e trabalhadoras do MST, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) ocuparam quatro agências da Caixa Econômica Federal. Os trabalhadores Sem Terra exigem a liberação de recursos do Programa Minha Casa Minha Vida para o meio rural. Segundo os Sem Terra, somente a demanda de habitação dos assentamentos do MST no RS é de 1.300 projetos para a construção de novas casas.

No dia 28/4, em Pelotas, cerca de 400 pessoas do MST, movimento sindical, moradores das vilas Correntes, Posto Branco, Turusul e Capão do Leão e o movimento estudantil de Pelotas e região ocuparam o prédio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para discutirem o fim do pedágio no município com o término da concessão.

SC
No dia 29/4, cerca de 800 militantes da Via Campesina marcharam rumo à Caixa Econômica Federal, no município de Chapecó. Os manifestantes pedem ao governo federal maior agilidade e atualização do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). No dia 9/04, os Sem Terra de Santa Catarina se juntaram à marcha das centrais sindicais, em Florianópolis, e se somaram aos cerca de 2000 trabalhadores em luta na capital catarinense. A mobilização fez parte da 5ª marcha dos catarinenses. Ao chegarem no poder Judiciário, os manifestantes realizaram uma mística deixando diversas cruzes para simbolizar o Massacre de Eldorado dos Carajás.

SE
Cerca de 200 trabalhadores e trabalhadoras assentadas da região se mobilizaram no município de Tobias Barreto, no dia 05/5, ao cobrarem dos bancos maior agilidade na liberação dos projetos de investimento. Segundo os Sem Terra, são centenas de projetos já elaborados pela assistência técnica, mas travados por causa da burocracia das instituições, principalmente do Banco do Nordeste. No dia 27/4 cerca de 90 famílias do MST ocuparam a Fazenda São Raimundo, no Povoado Rio Fundo do Abais. 

TO
Cerca de 700 Trabalhadores Rurais Sem Terra protestaram na manhã do dia 07/5 na BR-153, entre as cidades de Rios dos Bois e Tabocão, em Tocantis. A rodovia ficou trancada por 12h. Os Sem Terra só liberaram a pista após o Procurador Geral da República e o Superintendente do Incra terem aparecido no local.

Mais de 150 famílias do MST, do acampamento Carlos Marighela, ocuparam a Fazenda Novo Mundo, no município de Araguatins (TO), no dia 01/5. Segundo os Sem Terra, a área pertencente à família de Pedro Vilarino é improdutiva e está abandonada. A ação dos trabalhadores Sem Terra é uma resposta à morosidade do Incra, que, segundo eles, há seis meses o órgão federal já deveria ter iniciado o processo de desapropriação da área para o assentamento das famílias.

Ações Internacionais
Membros do Grupo de Amigos do MST na Itália e de organizações da Via Campesina entregaram na Embaixada do Brasil em Roma, uma cópia do Programa Agrário do MST e 19 rosas, em memória aos trabalhadores Sem Terra, assassinados em Eldorado dos Carajás, no Pará, no dia 17 de abril de 1996.

Também em Londres, representantes da organização World Development Movement entregaram cópias do Programa Agrário do MST na Embaixada do Brasil. Já na Espanha, no marco do Fórum Social da Catalunha, o Comitê de Amigos do MST da Catalunha realizou seminários e debates sobre o MST e a Programa de Reforma Agrária Popular nas cidades de Barcelona e Gerona. Nos Estados Unidos, organizações da Via Campesina e o Comitê de Amigos do MST organizaram debates e concertos de solidariedade ao MST e à luta camponesa nas cidades de Nova York e São Francisco. Em Chicago foi realizado um protesto em frente à Bolsa de Mercadorias, contra a mercantilização dos alimentos.
 
 
Fonte: MST Nacional