Uma delegação de 35 lideranças dos movimentos e
pastorais sociais do seridó esteve durante todo o dia desta sexta-feira, 09 de
agosto, fazendo uma visita as mais de 1.200 famílias acampadas nas terras da
Chapada do Apodi destinada para o perímetro irrigado. Esta visita foi uma forma
de prestar solidariedade a luta das comunidades da Chapada do Apodi em
resistência ao projeto do DNOCS. Segundo José Procópio do Serviço de Apoio aos
Projetos Alternativos Comunitários-SEAPAC, “esse gesto demonstra que a luta de
Apodi é uma luta de todos aqueles e aquelas que acreditam na agricultura
familiar camponesa e na reforma agrária e que é preciso unir as forças para
derrotar esse projeto da morte”. A delegação foi recebida pelas famílias acampadas
que agradeceram a visita e a solidariedade do povo do seridó. Para Francisco
Edilson, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de
Apodi, a visita e a solidariedade dessas lideranças do seridó é uma
demonstração de que a luta das comunidades da Chapada vem ganhando força a cada
dia. “Essa visita nos dar um novo ânimo e coragem para continuarmos lutando em
defesa da Chapada”, finalizou Edilson Neto.
Durante a visita aconteceu uma assembléia onde vários
representantes se pronunciaram afirmando o apoio e a solidariedade. O Diretor
da FETARN, Francisco Assis destacou a determinação do MST e do STTR Apodi em
levar a frente essa luta e afirmou que em breve toda a diretoria da FETARN irá
ao acampamento para prestar solidariedade as famílias. Já o representante da
Comissão Pastoral da Terra-CPT, Nilton Junior, lembrou que desde os anos 90 que
na Chapada do Apodi vem se construindo um modelo de desenvolvimento com base na
agroecologia e na convivência com o semiárido e que esse modelo tem demonstrado
a capacidade de melhoria na qualidade de vida das famílias da região. Afirmou
ainda que a luta das comunidades da Chapada é uma luta justa e pela dignidade
no campo. Para o representante da ASA Potiguar, Paulo Segundo, reafirmou que “é
possível viver bem no semiárido e que a luta das comunidades da Chapada do Apodi representa
a reafirmação de um povo que quer permanecer em suas terras”. Já Lidiane que
representa a Marcha Mundial de Mulheres relatou sobre a importância da
participação e organização das mulheres da Chapada do Apodi e região no
processo de resistência ao Projeto da Morte. Por fim a coordenadora do MST
Neide agradeceu pela visita e reafirmou sobre a importância do apoio que o
acampamento tem recebido dos movimentos sociais de outras regiões do Estado, no
caso a região do seridó.
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