Agricultores e agricultoras da Borborema garantem renovação dos estoques de sementes crioulas Atualmente o PAA apresenta-se como uma das poucas possibilidades de aquisição de sementes crioulas da agricultura familiar com recursos governamentais. Esse caráter inovador do programa abre possibilidades importantes para que os agricultores familiares e suas organizações possam cobrar mudanças na política de distribuição de sementes para o semiárido, construindo uma política que seja capaz de valorizar a agrobiodiversidade e as diferentes formas de resistência e costumes das famílias agricultoras. De acordo com Emanoel Dias, técnico da AS-PTA, a iniciativa ajuda a dar força à rede formada por mais de 80 bancos de sementes e um banco-mãe, existentes em 16 municípios do território da Borborema: “A lei de 2003 que reconheceu as sementes crioulas como apropriadas para o armazenamento e cultivo, somada à implementação do PAA em 2004, ajudou a impulsionar este trabalho com os BSC’s, pois permite que o pequeno agricultor possa acessar recursos para vender e comprar suas sementes”, afirmou. Segundo Emanuel, as vantagens em adquirir sementes crioulas para as famílias agricultoras são muitas: “são sementes adaptadas ao clima e ao tipo de solo de cada local e longe do perigo da contaminação por agrotóxicos ou transgênicos”, explica. A criação dos bancos foi uma das alternativas encontradas pelas famílias para manter a autonomia sobre suas sementes, o que garante a produção do próximo plantio no momento certo, principalmente nos períodos de estiagem. Além disso, a estocagem das sementes nos bancos garante a preservação da diversidade. As sementes tradicionais são fundamentais para a reprodução da agricultura familiar camponesa. Elas representam o patrimônio genético e cultural de milhares de agricultores e agricultoras, razão pela qual, na Paraíba, recebem o nome de “Sementes da Paixão”. O trabalho de estruturação dos Bancos de Sementes Comunitários vem sendo desenvolvido de forma articulada com a Rede de Bancos de Sementes da ASA Paraíba, somando um total de 220 bancos comunitários em todo estado. O agricultor José Luna de Oliveira, conhecido como Zé Pequeno, explica que a rede de bancos de sementes é formada por três tipos de bancos: “o familiar, que é aquele que cada agricultor mantém dentro da sua casa, o banco de sementes comunitário, e o banco-mãe, que é abastecido pelos demais, para que ele possa servir como um reforço a todos”. Fonte: Site da ASA - Brasil |
quinta-feira
A alternativa agroecológica
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