terça-feira

As florestas são de todos os brasileiros

Quem disse que as florestas brasileiras, as mais lindas e diversas do mundo, seriam deixadas para uso apenas do agronegócio? Elas deveriam ser também de indígenas, perfumistas, escritores, botânicos e muitos outros.
Inúmeros segmentos da sociedade brasileira têm interesses nas florestas, todos têm algo a ver com elas, vivem delas, sonham com elas, levam a vida falando delas. Alguns vivem dentro delas. O brasileiro é um bicho-do-mato atávico, que mora em cidade, mas gosta do rural… e também da Amazônia, da mata, do cerrado, da caatinga, do Pantanal.
Ter florestas é bom, não apenas para produzir madeira, carvão vegetal, celulose, grãos e comida, mas, também, para brincar, fotografar, cantar, orar, admirar, passear, imaginar, usar, estudar, fantasiar, pesquisar. Elas são a vida.
O mundo precisa de florestas para manter o equilíbrio dinâmico entre atmosfera, oceanos, animais e fauna; elas retêm um estoque de gases de efeito estufa e protegem a vida no planeta. A cada árvore que cai uma quantidade de gás carbônico sobe na atmosfera. A biodiversidade do planeta, hoje cada vez mais ameaçada, vive nas florestas, principalmente é parte do sistema terrestre. Elas embaralham a vida – lindamente, magicamente.
Mas, por que razão o substitutivo ora em discussão na Câmara de Deputados fala apenas de proprietários rurais, fazendeiros e agronegócio? A lei ora em votação na Câmara deixará de fora algumas galeras que, embora não produzam sequer um quilo de nada, usam sua inteligência para criar coisas imateriais de grande utilidade para entender a vida. Não podemos aceitar que o novo Código Florestal seja aprovado sem ninguém falar com essas galeras. Os deputados têm o dever de falar com o povo brasileiro sobre coisa tão importante como as matas.
Quem são as pessoas e seres que gostam de florestas, protegem-nas e amam-nas? Você, leitor, é uma delas?


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