No último Sábado (22), foi ao ar no Jornal Nacional da Rede Globo a denúncia do descaso de um Projeto de Irrigação no estado do Ceará implantado pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca. Logo vem a dúvida: Será este modelo de Desenvolvimento pregado pelo DNOCS que queremos para o Apodi e Região?
É como afima o Geógrafo Aziz Ab'Saber* "é impossível tolerar propostas demagógicas de pseudotécnicos não preparados para prever os múltiplos impactos sociais, econômicos e ecológicos de projetos teimosamente enfatizados" (em Artigo A Quem Serve a Transposição do São Francisco).
Veja a seguir a maneira como é tratado esses Projetos de Irrigação que se concretizam com a "falsa" idéia de "Desenvolvimento" , em matéria publicada no site do Jornal Nacional.
Projeto de irrigação está abandonado no sertão do Ceará há 12 anos
A água do açude chega com fartura ao canal, construído na década de 70 para levar irrigação aos pequenos produtores rurais do sertão cearense. Na área chamada de perímetro irrigado, a terra poderia produzir o ano todo, mesmo durante o período de seca. Mas, não é o que acontece.
A água que passa pelo canal precisa de bombeamento para percorrer a maior parte do perímetro, mas as bombas de uma estação estão quebradas há 12 anos. Por isso, dali em diante, o canal está completamente desativado.
Depois de tanto tempo de abandono, 75% dos 300 quilômetros de extensão do canal estão sem condições de distribuir água, segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Icó.
"O canal só tem lixo, água de esgoto. A água não chega aos trabalhadores que estão todos endividados nas agências financeiras", diz Alexsandro de Oliveira, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
É o caso de Seu Venceslau, que precisou de um empréstimo para fazer um poço e tentar produzir como no passado. “Era suficiente a água para plantar. A gente produziu muito. Toda população vizinha tinha renda, tinha emprego, tinha tudo", lembra o agricultor.
Hoje, muitos desistiram da agricultura por lá. "Eu remendo uns pneuzinhos, vendo uns remédios naturais", conta um morador.
As cooperativas de agricultores foram desativadas junto com o canal. Com o abandono do perímetro e a falta de fiscalização, as terras, que deveriam ser destinadas ao assentamento de produtores, são ocupadas por grandes propriedades particulares.
O Dnocs, Departamento Nacional de Obras Contra Seca, reconhece o problema da ocupação das áreas de assentamento e diz que só com uma nova demarcação da área será possível reativar os canais de irrigação.
"Uma vez constatado o que é que vai ser perímetro, o Dnocs vai diligenciar no sentido de recuperar a infraestrutura para que ele possa voltar a realmente funcionar em seu pleno vapor", avalia Renis Frota, diretor do Desenvolvimento, Tecnologia e Produção do Dnocs.
As cooperativas de agricultores foram desativadas junto com o canal. Com o abandono do perímetro e a falta de fiscalização, as terras, que deveriam ser destinadas ao assentamento de produtores, são ocupadas por grandes propriedades particulares.
O Dnocs, Departamento Nacional de Obras Contra Seca, reconhece o problema da ocupação das áreas de assentamento e diz que só com uma nova demarcação da área será possível reativar os canais de irrigação.
"Uma vez constatado o que é que vai ser perímetro, o Dnocs vai diligenciar no sentido de recuperar a infraestrutura para que ele possa voltar a realmente funcionar em seu pleno vapor", avalia Renis Frota, diretor do Desenvolvimento, Tecnologia e Produção do Dnocs.
*Aziz Ab'Sáber, é geógrafo, professor-emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e professor convidado do Instituto de Estudos Avançados da USP.
Fonte: Site do Jornal Nacional
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