terça-feira

Seminário faz balanço da Campanha contra os Agrotóxicos e pela Vida


Por Camila Queiroz
Da Adital


Fazer balanço político e planejar ações é o propósito do II Seminário Nacional sobre a Campanha Nacional Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida. O evento ocorre na capital do Brasil, Brasília, desde essa segunda-feira (7) até o próximo dia 9.
De acordo com Cléber Folgado, membro da coordenação da campanha, o seminário marca uma nova etapa da campanha, lançada em abril deste ano pelo Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) e depois assumida por diversas organizações, como Via Campesina e o MST. "Entraremos num segundo momento, que é para consolidar a campanha. Vários comitês se consolidaram, surgiram em diversas cidades do país e já estão em todas as regiões do Brasil. Agora, queremos aprofundar a reflexão sobre a problemática dos agrotóxicos”, detalha.

Diante disso, Folgado afirma que o seminário tem caráter formativo e organizativo ao mesmo tempo. "Vamos discutir as atividades dos comitês, o que eles conseguiram realizar, em parceria com setores da sociedade e com o Legislativo, fazer balanço e projetar atividades”.
Para ele, já é possível adiantar que o balanço sobre sete meses de campanha é bastante positivo. "Conseguiu pautar em espaços diferenciados a questão dos agrotóxicos. Basta perceber o conjunto de organizações que estão participando da campanha – movimento estudantil, organizações do campo, da cidade, médicos, nutricionistas. São diversos segmentos em prol da mesma pauta, a gente construiu uma unidade”, aponta.

Outras conquistas relevantes dizem respeito a projetos de lei, redigidos a partir da campanha, que proíbem pulverização aérea ou em espaços públicos. Entre os desafios para este próximo período, o militante assinalou a necessidade de continuar agregando mais organizações e conseguir inserir debate em ainda mais espaços, como a área da medicina, que, na opinião dele, ainda não se apropriou como poderia da discussão. Também apontou a relevância de apostar em comunicação para expandir o debate, investindo em rádios comunitárias, TV, mídias alternativas, internet e redes sociais.

Além disso, a campanha precisa ir além da denúncia contra os agrotóxicos e assumir o desafio de qualificar a produção de alimentos saudáveis, com mecanismos de produção e distribuição desses alimentos. "A gente fala pela vida, no título da campanha, então temos que pressionar o governo para que construa Políticas Públicas potencializando produção de alimentos saudáveis, que é uma demanda da sociedade, a preço justo”, enfatizou.

Folgado lembrou que até o momento a campanha se preocupou em informar a sociedade sobre o impacto negativo dos agrotóxicos na produção de alimentos saudáveis. Por meio do documentário O veneno está na mesa, do cineasta Sílvio Tendler, brasileiros e brasileiras tomaram conhecimento de que o país é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, desde 2008, utilizando mais de um bilhão de litros, o que daria uma média de 5,2 litros para cada pessoa. Apenas em 2009, esse mercado lucrou 7,2 bilhões de reais, sem levar em conta os danos ao meio ambiente e à saúde humana.

Programação

Durante o primeiro dia de seminário, houve análise de conjuntura, conduzida a partir de temáticas como ação do agronegócio na agricultura, pensando áreas como meio ambiente, legislação e saúde da população. Amanhã, haverá balanço político da campanha, com exposição do membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile. Para fechar o dia, será realizado ato político às 19h30, com militantes e parlamentares. Já o último dia de seminário será destinado à reunião da coordenação nacional da campanha, que planejará ações para o período que se inicia.

O II Seminário Nacional da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida ocorrerá no Centro de Estudo Sindical Rural – Cesir da Contag, que fica no Setor de Mansões Park Way, Quadra 01 Conjunto 02 Lote 02, Núcleo Bandeirante/Brasília – Distrito Federal.

Fonte: Site do MST

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