Nesta terça feira (13) cerca
de 60 lideranças que representam as entidades que compõem a ASA Potiguar estiveram
visitando o acampamento Edivan Pinto, a delegação é constituída por
representações de todo estado do Rio Grande do Norte. Na oportunidade foi realizado
um momento de debate no acampamento que propiciou o diálogo entre a caravana e
as famílias acampadas.
Inicialmente Neide que
representa o Movimento Sem Terra falou da satisfação de receber as entidades no
acampamento, “o acampamento Edivan Pinto se configura hoje em um dos maiores
acampamento do país” afirmou Neide. Para Paulo Segundo que coordena a ASA Potiguar
“essas oportunidades de intercâmbios entre entidades que atuam no campo
potiguar em vir visitar o acampamento é uma demonstração de que os
agricultores/as que ali estão acampados não estão só nessa luta”. Para Conceição Dantas da Marcha Mundial de Mulheres
a ocupação na área em que querem instalar um projeto contraditório é uma forma
das mulheres e homens da Chapada do Apodi reafirmarem que a chapada é
território da camponesa e do camponês. Nilton Junior que representa a CPT falou
da conotação que tem ganhado a luta de resistência ao projeto de irrigação que
o DNOCS quer implantar na região, “esse projeto é um contra censo a reforma
agrária” afirmou. Já o presidente do STTR de Apodi Edilson Neto aproveitou a
oportunidade para agradecer o apoio que o movimento tem recebido pelas
organizações que fazem a ASA Potiguar.
Já são mais de 1200 famílias
acampadas na área que reivindicam que as terras que estão sendo desapropriadas
para serem entregues ao agro/hidronégocio sirvam para fortalecer a agricultura
familiar do município de Apodi. O projeto de irrigação proposto pelo DNOCS é
maléfico a região, uma vez que a região da Chapada do Apodi/RN vem se
consolidando como uma das experiências mais exitosas de produção de alimentos
de forma agroecológica e familiar do nordeste, destacando o arroz, frutas,
criação de caprinos, ovinos e bovinos, projetos de piscicultura, além do mel de
abelha, maior produtora de maneira orgânica do País. Conforme especialistas, a
obra é, ainda, hidricamente inviável, já que a água disponível conseguirá
irrigar o monocultivo por no máximo cinco anos, representando o mal uso de R$
280 milhões (duzentos e oitenta milhões de reais) dos cofres públicos, valor
orçado até o momento.
*Fotos: Jerlândio Moreira
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