sexta-feira

MST diz que não vai desocupar área do Perímetro.


 

FABIANO SOUZA
Da Re­da­ção
fabianosouz@hotmail.com
 
Os representantes do Movimento Sem Terra (MST), que estão ocupando a área destinada ao Perímetro Irrigado da Chapada do Apodi, disseram que mesmo com a decisão do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), em autorizar no último dia 15, o início da primeira etapa das obras, que consumirão R$ 242 milhões, eles não vão deixar o acampamento localizado à margem da BR-405. “O acampamento é exatamente a forma que encontramos para impedir a implantação desse projeto, que é totalmente contrário à viabilidade econômica dos moradores da região. Nós vamos continuar o local e caso se confirme o início das obras nós vamos avaliar outras ações”, disse Cícero Araújo, dirigente do MST.
Segundo ele, esse projeto do perímetro está sendo visto por eles como uma forma indevida de se utilizar recursos do governo para a campanha de 2014. Ele disse ainda que a água disponível pela barragem de Santa Cruz em Apodi é insuficiente para atender a demanda desse projeto.
Segundo Cícero Araújo, ao invés de utilizar essas terras de forma indevida para beneficiar grandes empresas, o governo deveria desapropriar a terra para realizar a reforma agrária na região assentando as pessoas que estão acampadas no local. “Esse projeto do Dnocs, ao contrário do que diz o diretor-geral do órgão, Emerson Fernandes Daniel Júnior, não vai trazer nenhuma redenção para a economia de uma região, mas sim acabar com a sobrevivência das pessoas que residem naquela região”, destacou.
A direção-geral do Dnocs reafirmou que obras de implantação do Perímetro Irrigado Santa Cruz do Apodi, entre os municípios de Apodi e Felipe Guerra, na região Oeste do Estado, deverão começar imediatamente já na próxima semana.

Obras do perímetro começam na próxima semana
O Dnocs autorizou, no último dia 14, o início da primeira etapa das obras, que consumirão R$ 242 milhões e deverão abrir 300 vagas de trabalho temporário. Os recursos que viabilizarão o empreendimento serão financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a previsão é de que a construção seja concluída em até 18 meses.
“O perímetro irrigado é a redenção de toda a economia de uma região”, destacou o diretor-geral do Dnocs. Ele acrescentou ainda a importância do perímetro para a economia regional. “O perímetro irrigado contribuirá para o desenvolvimento da agricultura na região do Apodi, que tem um solo de alta qualidade. Pelo projeto, não haverá uso de agrotóxicos em demasia e iremos apoiar a produção orgânica”, acrescentou Emerson Fernandes.
A empresa responsável pela execução do perímetro é a EIT Engenharia. A ordem de serviço para a primeira etapa da obra, que ocupará uma área de aproximadamente quatro mil hectares, foi assinada nesta quarta-feira, 14, em Fortaleza. A fiscalização dos serviços será feita pela empresa de Supervisão KL, que foi orientada pelo Dnocs para atuar com urgência no processo da construção do perímetro irrigado. De acordo com o Dnocs, foram empenhados R$ 25,2 milhões nesta terça-feira, 13, destinados ao pagamento da construtora.

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