quinta-feira

Elizabeth Teixeira: Mulher marcada para viver

Elizabeth Teixeira, viúva de João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas na Paraíba, mulher lutadora foi perseguida e mudou de nome durante a ditadura militar no Brasil. Confira um pouco da história dessa mulher que representa a luta de milhares de mulheres camponesas no Brasil.
Elizabeth Teixeira nasceu em Sapé/PB, em 13 de fevereiro de 1925. Seu pai era fazendeiro, proprietário e comerciante na região. Frequentou a escola, mas não terminou o primário. Aprendeu bem a ler, escrever e dominar as quatro operações de matemática. Não continuou os estudos porque o pai a proibiu, dizendo que já sabia o suficiente. Saiu da escola para trabalhar na mercearia do pai. Como era muito boa em matemática, o pai lhe confiou a função de fazer as contas das mercadorias vendidas. Foi neste estabelecimento comercial que ela conheceu João Pedro Teixeira. Em entrevista à CPT Nordeste, Elizabeth contou que o pai era exigente, mas viviam bem até o momento em que João Pedro a pediu em casamento. “Meu pai não aceitou porque João Pedro era negro e operário pobre”, relembra.
Nesta época, João Pedro trabalhava em uma pedreira, perto da fazenda do sogro. “Tive que fugir e casar com 16 anos”, conta. O pai insistiu por diversas vezes para que ela se separasse de João Pedro, mas Elizabeth nunca aceitou as propostas e ofertas da família. Teve 11 filhos e um convívio feliz com João Pedro.
Quando estava grávida de seu segundo filho, Abrahão Teixeira, Elizabeth foi morar em Recife/PE. Na ocasião, João Pedro participava da luta da classe trabalhadora e ajudou na fundação do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, em Recife. Por conta da luta, os empresários não davam emprego a João Pedro. Com a família passando fome, tiveram que voltar para a Paraíba. Entretanto, no estado onde nasceu Elizabeth, a situação era a mesma: fome e miséria. João Pedro começava a questionar aquela situação e a entrar na luta dos camponeses. Foi de Engenho em Engenho para saber como faziam para sobreviver as famílias camponesas diante de tanta miséria e concentração de renda e terra. E a partir daí, começa a luta das Ligas Camponesas.
João Pedro: odiado, perseguido, ameaçado e preso várias vezes por ordem dos latifundiários. Ele chegou a fugir várias vezes para Recife e até para o Rio de Janeiro, onde ficou escondido durante oito meses. Vivendo sozinha neste período, Elizabeth Teixeira conta que recebeu solidariedade dos companheiros da luta, que a ajudavam, não deixando faltar nada à família durante a ausência de João Pedro. Com o crescimento das Ligas, aumentaram as ameaças contra o líder camponês, que em 1962 foi brutalmente assassinado em uma emboscada preparada por pistoleiros. Foram três tiros, pelas costas.
Elizabeth declarou, em entrevista à CPT, que em vida, João Pedro sempre falava para ela dar continuidade a luta pela Reforma Agrária. Depois da morte do marido, Elizabeth reuniu os militantes da Liga em uma grande Assembleia, com mais de dois mil camponeses e camponesas. Elizabeth relembra que na ocasião todas as mulheres dos companheiros das Ligas compareceram à Assembleia e falaram em uma só voz: “Elizabeth, estamos com você no seguimento da luta de João Pedro!”. Assim, ela assumiu a liderança das Ligas e a partir daí sofreu diversos atentados de morte. Havia até quem lhe oferecesse dinheiro para abandonar a luta, mas ela continuou firme, junto às famílias camponesas na luta pela partilha da terra.
"Um dia após o golpe tentaram incendiar minha casa, mas não me encontraram, porque estava em Galiléia, cidade de Vitória, a 58 km de Recife. Quando soube do fato, fugi para dentro das matas e no dia seguinte, conseguimos chegar até Recife. Depois, cheguei a João Pessoa, procurei notícias dos meus filhos e acabei sendo presa. Passei três meses e 24 dias na prisão, no Agrupamento de Engenharia”, relembra. Quando foi solta, fugiu com o filho mais novo, Carlos, para a cidade de São Rafael, interior do Rio Grande do Norte, onde viveu por 16 anos com o nome de Marta Maria da Costa. Os outros filhos, espalharam-se.
Na vida clandestina, Elizabeth lavou roupa de ganho, ficou doente por conta da água poluída do rio, passou fome. Sem poder trabalhar, viveu de pequenas ajudas, comida doada pelos pobres do local. Um dia, ao ver que as crianças da cidade de São Rafael viviam pelas ruas, sem escola, sem ensino nenhum, ela resolveu falar com as mães: disse-lhes que podia ensinar as crianças em troca de comida para ela e o filho Carlos.
As mães aceitaram, uma cedeu as cadeiras, outra emprestou a sala da sua casa, que logo se transformou em sala de aula. Assim, Elizabeth começou a ensinar às crianças a ler, escrever e contar. Na temporada que passou em São Rafael, a líder camponesa sempre falava com as pessoas sobre a situação de pobreza e a falta da Reforma Agrária. Chegava até a conversar com o Presidente do Sindicato Rural de São Rafael sobre a situação do povo do campo, mas ninguém sabia que ela era a viúva de João Pedro. Em 1981 aconteceu o encontro entre ela e o cineasta Eduardo Coutinho, que a encontrou com a ajuda de seu filho, Abrahão (que na ocasião já trabalhava como jornalista em Patos/PB), após uma longa peregrinação. Ela abandonou a vida clandestina, assumiu seu verdadeiro nome e voltou para João Pessoa onde vive até os dias atuais. Retornar à João Pessoa após a clandestinidade lhe dava uma primeira tarefa: reencontrar seus outros filhos que estavam espalhados entre Paraíba, Recife, Rio de Janeiro e Cuba. Além desses, uma de suas filhas suicidou-se, na ocasião de sua prisão, outros dois filhos foram assassinados.
Na cena final do filme sobre a vida de João Pedro, “Cabra marcado para morrer”, de Eduardo Coutinho, Elizabeth dizia: "(...) A luta não para. Enquanto houver a fome e a miséria atingindo a classe trabalhadora, tem que haver luta dos camponeses, dos operários, das mulheres, dos estudantes e de todos aqueles que são oprimidos e explorados." Em Sapé, cidade natal de Elizabeth, o povo do campo costuma dizer que ela é a Mulher marcada pra viver. Em novembro de 2011, quando conversou com a CPT, Elizabeth declarou: “Tanto sofrimento, tantas desgraças na minha família... e o sonho de João Pedro? A Reforma Agrária ainda não implantada em nosso País? Eu prometi para João Pedro: marcharei em tua luta! Em 02 de abril serão os 50 anos do assassinato de João Pedro. Tem vezes que fico meditando: meu Deus, o que fiz de errado? Cadê a Reforma Agrária? Não vou ver o sonho da terra partilhada? A luta não pode parar enquanto a Reforma Agrária não for implantada. Esta missão fica para os jovens, outras gerações que terão de lutar pela Reforma Agrária”.

Os Ruralistas e o Hidronegócio

"Há tempos denunciamos... os caminhos do agronegócio brasileiro. Por ali já podíamos delinear que o capital no campo avançaria não somente em busca de solos, mas pelos caminhos das águas. A super exploração de mananciais de superfície e subterrâneos pelos irrigantes segue sem nenhum controle real, como se passa em todo Oeste Baiano". Confira artigo de Roberto Malvezzi:

Roberto Malvezzi (Gogó)*
“Hidronegócio, literalmente o negócio da água”. É assim que o verbete do Dicionário da Educação do Campo (Fiocruz e Movimentos Sociais) define toda atividade econômica que tem a água como sua principal mercadoria. A agricultura industrial consome 70% da água doce utilizada no mundo, portanto, é a principal atividade econômica interessada na água.
Estamos  próximos da Semana Mundial da Água e, em Marselha, acontece o 6º Fórum Mundial da Água. É o encontro do capital da água,  junto com representações governamentais e organismos multilaterais como FMI e Banco Mundial. Como já denunciava Ricardo Petrella em 2002, no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, é a reunião da “Oligarquia Internacional da Água, que gera um novo discurso da privatização, mercantilização, como remédio para o que chamam de escassez da água”. A sociedade civil, como sempre, costuma fazer um contraponto paralelo ao evento.
Curioso que uma das representações brasileiras no evento é a Senadora Kátia Abreu. Agora a CNA é membro do Fórum Mundial da Água. Por aí já se pode ver quem são seus componentes. E ela disse textualmente que estará lá para “propor um debate em nível mundial sobre a proteção das nascentes, de margens de rios e das áreas de recarga dos aqüíferos que, no Brasil, se chamam Áreas de Preservação Permanente (APPs). São áreas frágeis, de preservação obrigatória, das quais depende o bom funcionamento do ciclo hidrológico. O lançamento ocorrerá durante palestra da presidente da CNA sobre o tema “Agronegócio Brasileiro: Construindo Soluções para Proteção e Uso Sustentável da Água no Campo”, das 12h às 13h45, no Pavilhão Brasil, onde mais de 40 instituições públicas e privadas brasileiras apresentarão seus projetos de responsabilidade ambiental” (Assessoria Comunicação CNA).
Oras, quem é que está propondo a consolidação agrícola das áreas de preservação permanente nas mudanças do Código Florestal? Quem quer mudar a lei para não pagar a multa de mais de oito bilhões em crimes contra as áreas de preservação permanente? Quem quer consolidar a ocupação dos morros? Quem está devastando o Cerrado no Oeste Baiano e eliminando rios e nascentes? Quem está acabando com o Taquari no Pantanal e assim inundando áreas que antes eram apenas sazonalmente inundadas? Enfim, quem é essa senadora que vai a Marselha defender a preservação de nascentes, beiras de rios e demais áreas que tanto lutamos para que efetivamente sejam preservadas.
Há tempos denunciamos no paper  “As Perspectivas do Agro e Hidronegócios no Brasil e no Mundo” os caminhos do agronegócio brasileiro. Por ali já podíamos delinear que o capital no campo avançaria não somente em busca de solos, mas pelos caminhos das águas. A super exploração de mananciais de superfície e subterrâneos pelos irrigantes segue sem nenhum controle real, como se passa em todo Oeste Baiano. Aqui em Juazeiro, a quantidade água utilizada pela AGROVALE para irrigar cana é uma caixa preta a sete chaves.
Portanto, o lugar da senadora é mesmo em Marselha. Estará em casa. Só que a prática de quem ela representa é o avesso de seu discurso.
A cara de pau da senadora é mais dura que estaca de aroeira.
* Equipe CPP/CPT do São Francisco.

2011: o pior resultado da reforma agrária dos últimos 16 anos

Por Roldão Arruda
Do O Estado de S. Paulo
O programa de reforma agrária do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) assentou no ano passado 22.021 famílias, de acordo com números que acabam de ser divulgados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Trata-se do mais baixo índice registrado nos últimos 16 anos, que englobam também os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O melhor índice foi registrado em 2006, quando 136.358 famílias tiveram acesso à terra.
Em Pernambuco, onde o Movimento dos Sem Terra (MST) contabiliza quase 15 mil famílias acampadas à espera de um lote de terra, o governo assentou apenas 102 famílias no ano passado. Foi o número mais baixo entre todas as unidades da federação.
"Os números comprovam que a reforma agrária não é considerada prioritária pelo atual governo. Eles são vergonhosos", disse nesta segunda-feira, 5, José Batista de Oliveira, integrante da coordenação nacional do MST. De acordo com suas informações, do total de 22.021 assentamentos anunciados pelo governo, apenas 7 mil ocorreram em áreas que foram desapropriadas especialmente para a reforma agrária.

Novo ministro da reforma agrária toma posse hoje

O deputado federal Pepe Vargas (PT-RS) toma posse hoje (14/03) como novo ministro do Desenvolvimento Agrário. Ele assume o lugar de Afonso Florence, também do PT, que volta para a Câmara dos Deputados. A cerimônia está marcada para as 11h, no Palácio do Planalto. A Presidenta Dilma nega, que a troca tenha ocorrido por problemas de gestão na pasta, na ocasião do anúncio da saida do Ministro Afonso Florence,  disse que ele deixaria o cargo para se dedicar a projetos importantes para seu Estado, a Bahia. Segue entrevista com o novo ministro publicada pelo Zero Hora ontem (13/03).
“Minha missão é incluir na classe média o agricultor familiar” 

Pepe Vargas ainda não assumiu o Ministério do Desenvolvimento Agrário, mas já conhece os principais gargalos da pasta. Convidado para o cargo pela presidente Dilma Rousseff na quarta-feira à noite, tem passado os últimos dias dividido entre a política e os meandros da agricultura familiar. Ao mesmo tempo, já vem recebendo telefonemas de ministros marcando reuniões sobre temas pendentes, ligados à pasta.

Natural de Nova Petrópolis, uma região de pequenas propriedades, Pepe conhece a dinâmica da atividade econômica. Nesta entrevista, discorre tranquilamente sobre temas polêmicos, como a revisão dos índices de produtividade, a proibição de adição de sabores ao tabaco e as relações com o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). Na ânsia de afastar os impasses ideológicos da pasta, faz questão de avisar: esse é um ministério da área econômica. 

"Acordo para assistência técnica para camponesas é conquista dos movimentos"

 Da Página do MST
A pressão das lutas das mulheres dos movimentos sociais do campo obteve uma conquista com a assinatura de acordo da ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, com o Ministro do Desenvolvimento Agrário para promover o fortalecimento de organizações produtivas das camponesas.
O acordo, que foi assinado no dia 7 de março, prevê que os ministérios promoverão projetos que contribuam para o desenvolvimento rural e da agricultura familiar, com a meta de beneficiar 50 mil mulheres do campo e da floresta e suas organizações coletivas (grupos informais, associações e/ou cooperativas).
Rosângela Piovizani, integrante da Via Campesina, avalia que políticas para a organização produtiva das mulheres camponesas é uma demanda histórica dos movimentos sociais.
“Esse acordo é uma conquista das organizações camponesas, das mulheres. O desafio é que este tipo de política chegue na ponta, nos estados, nos municípios de forma que as mulheres e sua produção tenham visibilidade”, disse.
O projeto é voltado para agricultoras familiares, assentadas da reforma agrária, mulheres quilombolas, indígenas, extrativistas, pescadoras artesanais, aquicultoras familiares e ribeirinhas.
A parceria se dará por meio dos organismos estaduais de políticas para mulheres dos Estados de Alagoas, Acre, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Sul através do apoio do Programa Organização Produtiva de Mulheres Rurais e do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural que terão suas ações integradas para garantir às mulheres o acesso à cidadania e aos direitos econômicos.

STR de Apodi lança edital de convocação das Eleições Sindicais.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ELEIÇÕES SINDICAIS
A Comissão Eleitoral do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi/RN no uso de suas atribuições legais, pelo presente Edital, convoca a eleição para renovação da Diretoria Executiva, Conselho Fiscal Efetivo e Suplente, Comissão de Mulheres, Comissão de Jovens e Comissão da 3ª Idade. O pleito será realizado no dia 14 de abril de 2012, horário de 08h00min. às 15h00min. A votação se dará através de 15 (quinze) urnas coletoras de votos nos seguintes locais: Sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi, com endereço na Rua Nonato Mota, 106, centro, Apodi/RN; Colégio Valdomiro Pedro Viana, Sítio Santa Rosa; Sede do Projeto de Assentamento Aurora da Serra; Sede da Associação do Projeto de Assentamento Portal da Chapada; Centro Comunitário do Sítio Córrego; Sede da Associação do Projeto de Assentamento Sítio do Gois; Sede da Associação do Sítio Santa Cruz; Centro Social do Sítio Melancias; Sede da Associação do Projeto de Assentamento Milagres; Sede da Associação do Sítio Baixa Fechada I. A Comissão Eleitoral faz saber aos interessados (as) que fica aberto o prazo de quinze dias a contar da data de publicação e fixação deste Edital no mural deste sindicato, para apresentação dos pedidos de registros de chapas, dirigidas a Comissão Eleitoral, assinada por qualquer candidato (a) integrante da chapa, instituído das seguintes documentações: 1º) Ficha de Qualificação dos candidatos (as) devidamente preenchida e assinada; 2º) Fotocópia da Carteira de Sócio(a); 3º) Fotocópia do recibo de pagamento da contribuição do sócio do mês de março de 2012. Os requerimentos de registros de chapas deverão ser entregues na Secretaria do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, até as 13:00h do dia 28 de março de 2012.  Após o encerramento do prazo de 15 (quinze) dias acima mencionado, a Comissão Eleitoral publicará o Edital dando conhecimento dos requerimentos de registros de chapas. Após a publicação do referido Edital iniciará o prazo de 48(quarenta e oito) horas para eventual apresentação de pedidos de impugnações de registro das chapas e a seguir de igual prazo para apresentação de defesa. Caso não seja obtido o quorum em primeira convocação a eleição se realizará em segunda convocação no dia 28 de abril de 2012 nos mesmos locais e horários acima citados.
Apodi/RN, 14 de Março de 2012.

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Francisco José de Morais Junior
Membro da Comissão Eleitoral
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Francisca Lizete de Morais Oliveira
Membro da Comissão Eleitoral

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Francisco Antonio Gama
Membro da Comissão Eleitoral

segunda-feira

Envie carta para Dilma contra mudanças no Código Florestal.


Da Página do MST

As mulheres da Via Campesina, mobilizadas em todo o Brasil na jornada de lutas em torno do 8 de março, o Dia Internacional de Lutas das Mulheres, estão enviando cartas à presidenta Dilma Rousseff para pedir o veto das mudanças no Código Florestal.
A votação do Código Florestal, que estava prevista para esta quarta-feira (7/3), na Câmara dos Deputados, foi adiada para a próxima terça-feira (13), mas as organizações ambientalistas e movimentos camponeses não acreditam que os problemas no texto poderão ser superados pelos deputados.
As cartas são enviadas tanto para o endereço postal do Palácio do Planalto como por fax e correio eletrônico.
“Acreditamos que a senhora não quer ser lembrada na história como a Presidenta que liberou o fim de nossas reservas de floresta e entregou nossas riquezas, mas como aquela que teve coragem e soube usar sua legitimidade como representante do povo para que o futuro de nossos filhos e filhas estivesse assegurado”, diz a carta.

Na carta, as mulheres resgatam o compromisso assumido pela candidata Dilma, durante as eleições, de impedir a aprovação de leis que criem condições para a ampliação do desmatamento. “Expresso meu acordo com o veto a propostas que reduzam áreas de reserva legal e preservação permanente, embora seja necessário inovar em relação à legislação em vigor. Somos totalmente favoráveis ao veto à anistia para desmatadores”, escreveu Dilma, em carta endereçada a Marina Silva.

“Presidenta, a única forma de impedir esse gigantesco retrocesso, esse incentivo ao desmatamento e a vitória da impunidade, pedimos que vossa excelência VETE integralmente a proposta que virá do Congresso Nacional. Vossa excelência assumiu, em sua campanha presidencial, o compromisso de vetar qualquer projeto que promova anistias ou incentive mais desmatamento. Neste momento, é fundamental que esse compromisso seja cumprido.”, diz a carta.

Abaixo, leia a carta e envie para o e-mail da Presidência da República (gabinete@planalto.gov.br), da Secretaria Geral da Presidência da República (sg@planalto.gov.br), da Casa Civil (gabinetecasacivil@planalto.gov.br) e do Ministério do Meio Ambiente (izabella.teixeira@mma.gov.br)

terça-feira

Mulheres: a luta para além dos direitos.

A luta das mulheres é por direitos e vai muito além deles.

Por: Roberta Traspadini

O plano dos direitos
A luta das mulheres é por direitos e vai muito além deles.  No plano dos direitos é fundamental reivindicarmos, como mulheres, uma superação da histórica relação social de dominação masculina sobre nossos corpos e mentes.
Esta dominação passou pelo poder masculino de garantir a política, a evangelização,o trabalho formal (alienado) e a educação em geral, como estruturas naturalizadas da condição de se ser homem e mulher na estrutura de riqueza e poder mercantis.
As lutas sociais por direitos, não tem necessariamente a ver com as lutas por uma transformação do modelo de desenvolvimento. Mas são vitais para garantir as condições políticas mínimas para que a mulher se sinta/veja como sujeito democrático dedireito.

Plantadores de Arroz Vermelho do Vale do Apodi apresentam avanços do Arroz Orgânico.


Arroz Orgânico em Baixa Fechada I
A cadeia produtiva do arroz do Vale do Apodi vai realizar uma importante palestra sobre a produção do arroz vermelho e apresentação de resultados de trabalhos de pesquisa participativa que vem sendo desenvolvidos em Apodi, do projeto: “Avaliação, introdução e difusão de cultivares de arroz de tipos especiais e tecnologia para produção no Vale do Apodi”. Sendo assim a Associação dos Produtores de Arroz do Vale do Apodi (APAVA) e entidades parceiras convidam a toda a sociedade apodiense para participar deste importante evento.
SERVIÇO
O que é? Palestra sobre a produção do arroz vermelho e apresentação de resultados de trabalhos de pesquisa participativa que vem sendo desenvolvidos em Apodi
Data: 09/03/2012 (Sexta Feira)
Horário: 08:00 h   às 14:00 h
Local: Auditório do Sindicato dos Trabalhadores(as) Rurais de Apodi

PROGRAMAÇÃO
1. Apresentação de resultados da produção de Arroz em Transição Agroecologica no vale do Apodi (unidade demostrativa APAVA). Engº Agrônomo José Flaviano Barbosa de Lira –CNPq/UFERSA/COOPERVIDA
2. Os principais desafios enfrentados na Cadeia Produtiva do Arroz vermelho no Vale do Apodi. Francisco Edilson Neto (representante do STTR Apodi).
3. Apresentação de resultados de Experimento com Variedades de arroz vermelho. Prof. Dr. Neyton Oliveira Miranda (UFERSA)
4. A importância da Cultura do Arroz vermelho para agricultura Familiar no Vale do Apodi/RN, com ênfase na classificação pela qualidade - Dr. José de Almeida Pereira –EMBRAPA Meio Norte.
Sua presença é importantíssima para todos nós.
                                    

Mais informações com: José Flaviano Barbosa de Lira
Engº Agr. Bolsista CNPQ/COOPERVIDA
Cel.: (84) 9406-1208

sábado

Agricultores de Apodi participam da IV Conferência Nacional da CSD em São Paulo.


Delegação Potiguar
Entre os dias 2 e 4 de março, a CUT Socialista e Democrática (CSD) está realizando a sua IV Conferência Nacional, em São Paulo. Na oportunidade o município de Apodi/RN, assim como a Agricultura Familiar Potiguar, estará representada pelos companheiros (as) Agricultores (as) Kika e Agnaldo do STTR de Apodi, e a mobilizadora social Wberlhane Cavalcante do STTR de Upanema. Além dos companheiros militantes da área do Comércio que atuam na região oeste do RN, José Rodrigues e Aílson Costa que fazem parte do Sindicato dos Comerciários de Mossoró e Região Oeste (SECOM-RN).
O evento está acontecendo no Hotel San Raphael, na zona central da cidade, e terá como objetivos principais a realização de um balanço dos 10 anos da experiência do sindicalismo combativo na construção da CUT e a preparação da intervenção da corrente sindical no XI Congresso da central sindical, que ocorrerá esse ano.
A abertura da conferência acontecerá na sexta-feira, às 18h, e será transmitida ao vivo pela internet. O link para a transmissão será divulgado posteriormente pelos site da CSD e pelo portal da DS.
Confira abaixo a programação completa: 

IV Conferência Nacional da CUT Socialista Democrática – CSD 
Sexta-feira | 02 de março 
15h00   Início do credenciamento
            Reunião Rurais CSD
18h00   Abertura da IV Conferência Nacional da CSD
            Ato político: CSD 10 anos construindo a CUT para uma nova fase da luta de classes
21h00   Jantar

Sábado | 03 de março 
09h00      Apresentação do Anteprojeto de Resolução
               • Em meio à crise mundial do neoliberalismo, um novo ciclo de desenvolvimento no Brasil
               • A CUT na construção do bloco histórico da revolução democrática
               • O feminismo e a Revolução Democrática
               Exposições: Anderson Campos e Nalu Faria
12h30      Almoço
15h30      Apresentação do Anteprojeto de Resolução
               • CSD: 10 anos construindo a CUT para a nova fase da luta de classes
               Exposição: Rosane Silva
21h00     Confraternização Não me chame pra uma revolução onde eu não possa dançar

Domingo | 04 de março 
09h00  Votação das emendas
                Eleição da Coordenação Nacional da CSD (triênio 2012-2015)

terça-feira

Pulverização de agrotóxicos deixou crianças com deficiência grave na Índia.

Luana Taís Nyland
Blog do Instituto Humanitas Unisinos


Em uma nota para o blog do Instituto Humanitas Unisinos – IHU foram relatadas algumas das consequências de exploração do trabalho infantil, entre elas, crianças que sofreram com acidentes caseiros ou agressões físicas ao precisarem trabalhar para ajudar a família e sobreviver. Além dessas, as explorações de trabalhos agrícolas com crianças, adolescentes e adultos, em alguns vilarejos deKerala, trouxeram consequências da pulverização de pesticidas. Na metade das famílias têm uma criança com deficiência grave. A companhia multinacional Bayer dispôs-se a retirar da Argentina, em 2009, o endosulfan, que já estava proibido em mais de 60 países, incluindo toda a União Europeia. Ele era utilizado de forma massiva nos campos de soja, algodão, girassol, milho e tabaco. E em 2011 a história continua….
A reportagem do sítio The Guardian, traduzida por Moisés Sbardelotto traz a situação do povo de Kerala. “Em uma pequena casa afastada de uma estrada principal cercada por plantações de castanhas de caju, Chandika Raí pega seu filho de 11 anos, Kaushiq, e o carrega para a sala da frente da casa. Por 30 minutos, enquanto o médico, uma enfermeira e um fisioterapeuta estão lá, a sua vida é um pouco mais fácil. Depois que a equipe médica vai embora – para uma casa vizinha, onde outra criança seriamente incapacitada está esperando –, Chandika fica sozinha novamente. O Dr. Asheel tem uma grande demanda no Kattuka, um amontoado de casas de cimento e madeira em uma encosta de terra vermelha e luxuriantes árvores verdes no extremo norte do estado indiano de Kerala. Em 50% das casas do vilarejo, há uma criança ou um adulto com sérias deficiências.”

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Os ativistas dizem que a situação das milhares de pessoas como Chandika e Kaushiq significa que o envenenamento por endosulfan no sul da Índia é um dos desastres mais graves desse tipo no mundo – e um dos menos conhecidos. A Suprema Corte indiana deu continuidade à proibição do uso de endosulfan. Rejeitando os argumentos de dezenas de produtores, que dizem que não há ligação entre o pesticida e as deficiências observadas em Kerala e no estado vizinho de Karnataka, os juízes mantiveram a moratória sobre o uso do produto químico na Índia.
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Durante 20 anos, os helicópteros eram uma visão frequente no céu ao longo dos distritos de Kasagod, em Kerala, e de Dakshina Kannada, em Karnataka. Duas ou três vezes por ano, eles faziam rasantes para pulverizar produtos químicos sobre os cajueiros plantados em fazendas recentemente desmatadas. Muitos dos moradores jamais haviam visto um helicóptero antes e não tinham ideia do que eles estavam fazendo. Havia 60 comunidades no entorno das plantações de caju, que produzem castanhas para o mercado indiano ou para exportação, e, depois de alguns anos, os moradores se acostumaram com a pulverização. Depois, no fim dos anos 1980, os médicos visitantes começaram a perceber uma grande variedade de problemas de saúde, particularmente entre as crianças, e começaram a suspeitar que a culpa era do endosulfan.
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As consequências podem se agravar, pois testes realizados no ano passado encontraram altos níveis de endosulfan ainda no solo. Com isso, dezenas de milhares de crianças não nascidas podem ser afetadas e mais problemas virão com as gerações futuras.

Camponeses lançam manifesto pela Reforma Agrária após encontro histórico.

 Da Página do MST
Os movimentos sociais do campo, que fizeram uma reunião no começo desta semana em Brasília, lançaram um manifesto em defesa da Reforma Agrária, do desenvolvimento rural com o fim das desigualdades, da produção e acesso a alimentos saudáveis, da agroecológica e da garantia e ampliação de direitos sociais aos trabalhadores rurais.
As entidades mais representativas do meio rural no Brasil consideraram a reunião "um momento histórico, um espaço qualificado, com dirigentes das principais organizações do campo que esperam a adesão e o compromisso com este processo".
No manifesto, foi criticado também o modelo de produção de commodities agrícolas baseado em latifúndios, na expulsão das famílias do campo e nos agrotóxicos.
"O agronegócio representa um pacto de poder das classes sociais hegemônicas, com forte apoio do Estado Brasileiro, pautado na financeirização e na acumulação de capital, na mercantilização dos bens da natureza, gerando concentração e estrangeirização da terra, contaminação dos alimentos por agrotóxicos, destruição ambiental, exclusão e violência no campo, e a criminalização dos movimentos, lideranças e lutas sociais", afirmam no manifesto.
O documento é assinado pelo MST, Via Campesina, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), entre outras entidades (veja a lista no final).
Os movimentos sociais prometem "um processo de luta unificada em defesa da Reforma Agrária, dos direitos territoriais e da produção de alimentos saudáveis".
Na tarde desta terça-feira (28/2), os movimentos apresentam o manifesto à sociedade em ato político no plenário 15 da Câmara dos Deputados, em Brasília.

segunda-feira

Via Campesina, Contag e Fetraf realizam ato político na Câmara dos Deputado

Nesta terça (28/2), a Via Campesina, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf) farão um ato político às 14h, no plenário 15 da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Na ocasião, as organizações divulgarão as decisões tomadas durante o Seminário Nacional de Organizações Sociais do Campo, que se inicia hoje na sede da Contag.
“É preciso unir forças para que as nossas pautas sejam priorizadas pelo governo federal e construir uma visão conjunta acerca da questão agrária no Brasil. Nossa articulação busca o compromisso de setores do Governo, senadores, deputados e de toda a sociedade para questões como reforma agrária, políticas de crédito, habitação e comercialização”, explica Rosângela Piovizani, integrante da Via Campesina.
O seminário nacional conta com a presença de cerca de 100 dirigentes de movimentos sociais nacionais e regionais, como o MST, MPA, MMC, Contag e Fetraf para aprofundar a articulação e definir os pontos de consenso e as táticas comuns.
Propostas de mobilizações unificadas e o retorno da reforma agrária para a centralidade das políticas do País são as principais questões a serem debatidas. “A ideia é que todos os movimentos presentes apresentem elementos que contribuam na construção de uma unidade em torno desse tema”, completa Willian Clementino, secretário de Política Agrária da Contag.

Dow e Monsanto somam forças para envenenar população dos Estados Unidos


Em um casamento que muitos diriam foi engendrado no inferno, os dois maiores produtores de agroquímicos do país somaram forças em uma parceria para reintroduzir o uso do herbicida 2,4-D, metade do infame desfolhante Agente Laranja, que foi usado pelas tropas norte-americanas para limpar as florestas durante a Guerra do Vietnã. Essas duas gigantes da biotecnologia desenvolveram um programa de administração de semente que, se for bem sucedido, será um grande passo na direção de dobrar o uso do herbicida nocivo no cinturão de milho dos Estados Unidos durante a próxima década.
O problema para os fazendeiros de milho é que as “super sementes” vem desenvolvendo resistência ao Roundup, herbicida campeão de vendas nos Estados Unidos, que é pulverizado em milhões de hectares do centro-oeste e em outros lugares. A Dow Agrosciences desenvolveu uma variedade de milho que ela diz que resolve esse problema. A nova variedade geneticamente modificada tolera o 2,4-D, que vai matar as ervas resistentes ao Roundup, mas deixará o milho em pé.  Os fazendeiros que optarem pelo sistema terão que dar uma dose dupla a suas plantações, com o coquetel mortífero de Roundup mais o 2,4-D, ambos fabricados pela Monsanto.
Mas este plano alarmou os ambientalistas e também muitos fazendeiros, que relutam em reintroduzir um químico cuja toxicidade já foi muito bem documentada. O 2,4-D foi banido por vários países da Europa e em províncias do Canadá. Suspeita-se que a substância seja carcinogênica, e já foi provado, em um estudo conduzido pelo patologista Vincent Garry, da Universidade de Minnesota, que a incidência de defeitos de nascença dobra em filhos de aplicadores de pesticidas.