Ater Mulheres e os trabalhos coletivos das mulheres de Rio Novo: Do pé de algaroba pra lá, sem parar de mexer.
As mulheres do campo, cada qual com suas histórias e trajetórias,
trabalham com esforço e dedicação buscando melhorias de vida. Mulheres
de Rio Novo, comunidade de Apodi, RN, unem forças e se organizam em
trabalhos coletivos a fim de fortalecer a produção e garantir sua renda.
Dois exemplos de grupos de mulheres nos mostram o quanto o trabalho
coletivo pode favorecer a auto organização e a autonomia das mesmas.
A seguir, veremos que do pé de algaroba pra lá não se para de mexer,
as experiências de mulheres de Rio Novo que e sua organização coletiva.
Do pé de algaroba pra lá…
Foi assim que Izabel, agricultora desde criança falou: “dali daquele
pé de algaroba pra lá, é tudo trabalho nosso”. Izabel Lima de Oliveira,
Maria Alves e Francisca Edileusa Melo, são vizinhas na comunidade de Rio
Novo, Apodi, RN e com uma terra emprestada, resolveram plantar milho e
batata doce para somar na renda familiar.
Maria tem 51 anos, não casou e não tem filhos e hoje, além do
trabalho com as vizinhas, cria galinhas e perus. Izabel começou a ajudar
os pais no roçado aos dez anos e gosta do que faz. Edileusa, de 32, a
mais jovem do grupo e com ensino médio completo, deixa de ser apenas
dona de casa e afirma que: “a gente nunca teve coisa fácil. A rotina de
ir pro cercado é pesada porque aumenta muito o trabalho da gente que
duplicou porque temos que dar conta das coisas de casa também. Mas
trabalhar e poder ajudar no lucro lá de casa é muito bom”.
As três amigas estavam trabalhando somente em casa quando decidiram
fazer o cultivo de milho. Maria destaca que a participação na associação
comunitária de Rio Novo e adjacentes e também em outros espaços de
decisões foram essenciais para elas se mobilizarem para o trabalho
coletivo e para facilitar o acesso às políticas públicas voltadas para
elas.
Quando elas acessaram o projeto ATER Mulheres, seus projetos já
estavam em suas cabeças: melhorar e aumentar a produção que já haviam
começado. Com o projeto compraram luvas, canos, aspersores de irrigação e
fizeram o planejamento de outros cultivos como a batata doce e já planejam acrescentar a macaxeira.
Sobre o trabalho na agricultura Izabel diz que: “vendo as fotos das
mulheres agricultoras que as meninas apresentavam nas reuniões do
projeto, a gente ficava pensando: será que um dia a gente vai ser assim?
Aí a gente vê isso tudo que a gente plantou e sente que tá dando certo e
sonha o dia de colher”. Ao que Edileusa completa: “A gente quer mesmo é
mostrar que somos agricultoras e que nós podemos fazer tudo isso e
muito mais. Juntas ficamos ainda mais fortes e melhores”.
Fonte: http://centrofeminista.com/
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