1) O projeto da Chapada do Apodi é tradicional é reproduz os mesmos vícios dos projetos anteriores do DNOCS na região.
2) Falta, principalmente, compromisso com a economicidade do Projeto. Em condições normais, o projeto é claramente inviável economicamente, tendo em vista o elevado custo de bombeamento decorrente de um desnível superior a 100 m.
3) A experiência no Brasil mostra como inviável irrigação com desníveis superiores a 60 m. No NE existe mais de 140.000 ha de infraestruturas de irrigação de perímetro públicos ociosos, fato esse, em grade parte, devido ao alto custa da água.
4) Não avalio a experiência da irrigação na Chapada do Apodi no CE como positiva, tendo em vista que o Governo do CE atualmente subsidia fortemente a produção na região, em detrimento, principalmente dos produtores da Chapada do Apodi do RN, entregando água para irrigação praticamente de graça, às custas de todos consumidores de água do Estado, principalmente os moradores das grandes cidades. Na verdade, esse fato, que é escondido da população do CE, é que garante a sustentabilidade atual do Projeto.
5) No passado, na época do início do Projeto do CE, as condições eram semelhantes às propostas para o projeto do RN, entretanto, o elevado custo da água logo inviabilizou sua operação, fazendo com que os produtores originais abandonassem a área, entregando seus lotes ao Governo.
6) Na minha avaliação, o que está em jogo, e, por isso deveria pautar o debate, é o modelo de desenvolvimento agrícola da região.
7) Antes de tudo, o que está em jogo é o financiamento da irrigação voltada para exportação por recursos via subsídios cruzado, pelo baixo custa da água, que serão bancado pelos moradores das grandes cidades da Região, que já bancam os deficitários sistemas de abastecimento humano do interior. E, portanto, dessa forma, precisam acompanhar esse processo de forma transparente.
8) Nesse caso creio que o papel da impressa é fundamental.
9) Outro aspecto fundamental é que o mega projeto de 5.000 há de irrigação, concorre com todos os usuários de água da bacia do Apodi – com disponibilidade total de apenas 6,0 m³/s para todos usos da maior bacia do RN, incluído nesse caso, é claro, os agricultores do Vale que têm um legítimo asseio de contar com parte dessa água em condições muito mais favoráveis para a produção, constituindo-se dessa forma na solução natural para irrigação na Região.
*Texto enviado à seção de cartas do jornal pelo engenheiro João Abner.
Estraído do blog Apodiario.
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