terça-feira

VERGONHA: Poetas e artistas são expulsos da Cobal.

14 de março, dia nacional da poesia. E, para comemorar, vários poetas e artistas mossoroenses organizaram um recital na Central de Abastecimento onde funciona o mercado da Cobal. Entretanto, a programação que era para ser de alegria e comemoração terminou em confusão. O grupo foi expulso do local por não ter autorização para realizar o evento.
O grupo de Poetas e Prosadores de Mossoró (POEMA) aproveitou a data para celebrar também seus 14 anos de existência. O evento estava programado para o último domingo, 13.
O recital foi iniciado por volta das 5h30. Na programação, declamação de poesias, música e diversão para comerciantes e clientes do local.
No entanto, pouco depois de ser iniciado o evento, o grupo de poetas foi abordado por vigilantes da Cobal, conforme o presidente da Poema, Caio Muniz. "A gente chegou, montou o som e iniciou as atividades. Pouco depois, um segurança veio e me abordou, perguntando se eu tinha autorização para estar ali. Realmente, eu não tinha, já tinha ido lá na quarta, na quinta e na sexta-feira da semana passada para tentar falar com alguém da administração, mas nunca tinha ninguém. Então, eu falei para o segurança que não tinha a autorização e ele disse que ia ligar para o administrador para saber o que fazer."
Caio conta também que foi levado à sala da administração escoltado por quatro seguranças. "Fui acompanhado por quatro seguranças como se eu fosse um marginal. O gerente perguntou a quem eu tinha pedido autorização e eu disse que tinha procurado, mas não tinha conseguido falar com ninguém. Ele me disse que eu ia ter que desligar o som e suspender o evento."
O poeta explica ainda que um dos seguranças o teria ameaçado: "Quando eu estava voltando, um dos seguranças perguntou se eu ia desligar o som e eu disse que ia perguntar para o resto do grupo o que fazer, aí o outro segurança que estava do lado disse que eu ia ter que desligar sim, por bem ou por mal. Senti que a melhor coisa a fazer era sair de lá, mesmo com as pessoas pedindo para que continuasse."
Após o incidente, Caio diz que não entende o porquê de o grupo ter sido expulso do local. "Isso é chato e humilhante. A gente estava fazendo arte de graça, sem cobrar nada de ninguém. Pelo contrário. Estava tirando do nosso bolso. É incoerente. Não faz sentido esse tipo de atitude", lamenta.
O administrador da Cobal, Carlos Roberto Luz, afirma que o único motivo para o grupo ter sido impedido de realizar o evento foi a falta de uma autorização. "Para fazer evento lá tem que pedir autorização e nós nunca negamos. Só que é preciso que seja avisado com antecedência para que a gente possa tomar algumas providências. Eu tenho que ter vigilância no local e no dia eu tinha apenas quatro vigilantes. Se acontecesse qualquer coisa no local, eu seria o responsável. Não houve discriminação e quando eles precisarem vai estar à disposição, mas é preciso avisar com antecedência para que eu possa me programar. Eu preciso ter controle do que acontece lá dentro."

Por: Ellen Dias
Da Redação do Jornal De Fato 

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